Vila Núbia – Rio Nilo – Aswan

Na última parte do nosso Cruzeiro pelo Rio Nilo, viagem ao Egito em março de 2021, com a agência http://www.memphistours.com fomos conhecer uma “praia” às margens do Rio Nilo e a Vila Núbia localidade situada em Aswan.

O cruzeiro pelo Rio Nilo foi a mais fascinante experiência em uma viagem na minha vida. Foi mágico, lindo e inesquecível. No final do cruzeiro o barco fica ancorado em Assuã, pois a minha rota foi Luxor/Aswan.

No mesmo pier pegamos um barco pequeno para fazer um passeio pelo Rio Nilo até chegar na Vila Nubia. Esse passeio também pode ser feito de feluca, os barcos à vela.

Os barcos são muito charmosos, decorados com panos e bandeiras coloridas, amei!

Pelo caminho

Nas margens do Rio Nilo existem construções como na foto abaixo, do túmulo de Aga Khan III, príncipe e sultão indiano que faleceu em 1957. O mausoléu foi construído pela sua esposa que também está enterrada neste local. Está fechado para o público desde 1997. O seu filho Ali Khan ficou famoso ao casar com a atriz americana Rita Hayworth.

Uma coisa que me chamou a atenção foi a limpeza do Rio Nilo, em alguns pontos é transparente.

E chegamos na “praia”

A água do Rio Nilo é muito gelada! Alguns poucos turistas se aventuram a entrar. Achei que estava assim por ser inverno, mas o guia explicou que a água é fria o ano todo.

Depois de curtir um pouco a “praia”, comprar uns souvenirs (bem bonitos por um preço ótimo – no barco também vende, vale a pena) nos dirigimos a Vila Núbia.

Os Núbios formam um grupo étnico que vivia às margens do Rio Nilo na fronteira com o Sudão e foram obrigados a deixar as suas terras em virtude da inundação provocada pelo Lago Nasser, criado pela Represa de Assuã entre os anos de 1950 e 1960. Passaram a viver então em um local muito distante da sua terra original, longe do Nilo, sem qualquer infraestrutura, fazendo com que vários Núbios fossem procurar emprego e outras condições de vida no Cairo ou Alexandria. Depois conseguiram se estabelecer em alguns locais próximos ao Rio Nilo.

A Vila Núbia que fomos visitar fica próxima a Assuã, às margens do Rio Nilo, chegamos de barco, e no local podemos ver hoje como alguns Núbios vivem, preservando suas tradições e cultura, sendo um dos povos mais antigos do mundo, civilização que remonta a 4.500 anos.

A Vila Núbia é um excelente local para compras, os Núbios são bem tranquilos para negociar, deixam ver as mercadorias com calma e tem ótimos preços. Os principais itens são roupas, temperos e objetos decorativos.

Os pigmentos à venda formam um colorido lindo com os tecidos e todos os outros itens das barracas. Um festa para os olhos!

A principal atração e visitar a casa típica de uma família Núbia, pintada em cores vibrantes e muitos desenhos.

Uma curiosidade sobre os Núbios: seu animal de estimação é o crocodilo!

Com um bebê crocodilo. Não é uma fofura?

Eles são criados assim, dentro de casa.

Os crocodilos são considerados animais sagrados para os Núbios e quando eles morrem são “mumificados” para ficarem preservados.

Na parte de cima das casas, geralmente, os tetos são em cúpulas para arejar melhor e refrescar o ambiente em virtude do escaldante verão egípcio.

Quarto da casa na Vila Núbia
A vista do Rio Nilo

Na Vila Núbia visitamos também um local com apresentações de músicas típicas, onde as pessoas podem dançar e participar.

A Entrada da Casa de Música
Os Núbios tocam música e dançam e chamam as pessoas para se juntas a eles

Na saída tem os “táxis” esperando.

O meio de transporte

Amo Camelos! Acho um animal tão lindo e exótico. É possível fazer passeio de camelo na Vila Núbia, mas estava de vestido e também não tive vontade nesse dia. Fico feliz só de estar assim tão perto deles. Eram bem mansos.

A principal rua da Vila Núbia

E mais casas típicas pelo caminho

No pier da Vila Núbia, na espera para voltar a Aswan, no teto do barco

No caminho de volta, toda a beleza do Rio Nilo ao anoitecer

E aqui finalizou o nosso Cruzeiro pelo Rio Nilo, à noite tivemos um jantar festivo no navio para a despedida. Fiquei triste, não queria que acabasse! Quem poderia imaginar que eu iria gostar tanto de um cruzeiro? É realmente muito especial.

Última noite no navio, com amigos italianos, todos com roupas egípcias, durante o jantar de despedida no cruzeiro

No outro dia, acordamos às 3 horas da manhã e às 4: 30h partimos para conhecer os templos de Abu Simbel, assunto para o próximo post.

Templos de Horus e KomoMbo

Após deixarmos Luxor, no segundo dia do Cruzeiro pelo Nilo com a agência http://www.memphistours.com em nossa viagem pelo Egito, em março de 2021, o barco se dirigiu a cidade de Edfu a uma distância de 100 km/sentido sul.

Janela da minha cabine no MS Salácia

Então, após o almoço no barco, a navegação começou e foi lindo demais! Já mencionei aqui no blog que fiz uma viagem de cruzeiro pelas ilhas gregas e não gostei. O cruzeiro pelo Rio Nilo é totalmente diferente e foi uma das coisas mais lindas da minha vida. A suavidade com que o barco navega, as paisagens pelo caminho, a proximidade da margem, o céu, o sol, enfim, tudo é tão mágico e especial que recomendo muito esse passeio. Acho, inclusive, imprescindível para quem deseja conhecer o Egito fazer o cruzeiro pelo Rio Nilo. Só assim o viajante poderá captar toda a maravilha desse país.

Deck do navio MS Salácia

Viajei no mês de março de 2021 e achei a temperatura perfeita entre Luxor e Aswan. Calor na medida certa. Um céu azul lindo sem nuvens. Um pouco frio à noite no deck do navio, sem vento.

E o espetáculo do por do sol no Nilo, de arrepiar!

Para chegar em Edfu, no meio do caminho, o navio passa pela cidade de Esna, onde tem uma eclusa (lock).

O Nilo é o único rio do mundo que corre ao contrário, ou seja do Sul para o Norte. A parte alta fica no sul onde nasce em Uganda e a parte baixa no Norte, onde deságua no Mar Mediterrâneo. O sentido da nossa navegação era do Norte para o Sul. Então estávamos na parte baixa do rio. Ao chegar em Esna o barco entra nesse estreito canal da foto acima e espera as portas fecharem, então a água vai enchendo e o barco subindo, como em um elevador, até chegar na parte alta do rio. Quando as portas se abrem a navegação continua.

É uma operação feita com muito cuidado e precisão. E super interessante. Os passageiros são convidados pela tripulação para ficar na parte da frente do barco, junto a cabine para assistir. Durou em torno de 1 hora. Eu adorei!

No outro dia, pela manhã, chegamos na cidade de Edfu para visitar o Templo de Hórus.

O templo de Edfu é dedicado a divindade Hórus, representado pela ave falcão, o Deus protetor das famílias e dos faraós. A sua fachada mede 79 metros de largura. A construção foi tardia, ocorrendo durante o período greco-romano de 237 a.c. a 57 a.c. pelos Faraós Ptolomeu III e IV.

Após o portal monumental da entrada temos um pátio com colunas que dá acesso ao interior do templo que é um dos mais bem conservados do Egito.

Na primeira sala das colunas ficava a biblioteca e na segunda sala o teto tem pinturas astronômicas que representam o céu. Detalhe para o teto preto em razão de um incêndio. As colunas tem representação de árvores do mundo.

As paredes do templo são incríveis. Todas cobertas com inscrições. Em uma das salas funcionava o laboratório de aromaterapia. Aqui Cleópatra vinha com frequência (ela vivia em Alexandria) para fazer tratamentos estéticos. Várias fórmulas estão gravadas nas paredes com os ingredientes e quantidades. De arrepiar!

No final do templo se encontra o Santuário de Hórus – o Deus Falcão e a sua barca sagrada. Com uma mesa de oferendas e o santuário em granito preto onde havia uma estátua de Hórus em madeira dourada. Na barca Hórus era levado em festivais.

As escadas do templo: subindo e descendo. E esses degraus gastos? Quantas pessoas passaram por aqui, inclusive Cleópatra. É impressionante a perfeição deste templo que ficou séculos soterrado pelas areias do deserto.

De volta a fachada do templo de Edfu, virando a esquerda existe um corredor muito estreito que faz um efeito visual nas fotos fantástico.

Voltando a área externa do templo de Edfu, na sua fachada é possível observar várias cenas em relevo como esta abaixo do Faraó Ptolomeu VIII à esquerda.

O Templo de Edfu/Hórus foi descoberto no ano de 1860 pelo egiptólogo francês Auguste Marriete que começou a “desenterrar” a construção que estava coberta por 12 metros de altura de areia do deserto. Apenas a ponta das colunas apareciam.

Para chegar no templo de Edfu, após o barco parar no porto, havia duas possibilidades: charrete ou tuktuk. Como já havia feito um passeio de charrete em Luxor e queria chegar cedo no templo (antes das excursões) optei pelo Tuktuk e foi melhor. Chegamos mais rápido, conseguimos ver o templo sem muita gente. Na saída os outros grupos já estavam se aglomerando o que torna mais difícil para fotos.

Amo Tuktuk

Depois da visita ao templo de Hórus voltamos para o navio para almoçar e continuar a navegação em direção a KomOmbo

E tivemos a honra de conhecer o Capitão do navio e “ajudar” na condução.

No leme do MS Salácia

Assim, no final da tarde, chegamos em KomOmbo, cidade situada a 160 km ao sul de Luxor e 40 Km ao Norte de Aswan. Possui 60.000 habitantes, a maioria Núbios que tiveram que sair de seus locais de origem inundados pelo Lago Nasser, formado a partir da construção da represa de Aswan.

Primeira visão do Templo de KomOmbo e a nossa “vaga” para estacionar o navio bem em frente!

Em árabe KOM significa escombro e OMBO quer dizer ouro. As ruínas do templo encontradas na Cidade da Rota do Ouro.

A entrada dupla do Templo para as duas Divindades

O templo de KomOmbo foi construído entre os anos de 200 a.c. a 180 a.c. na dinastia Ptolemaica (família de Cleópatra).

É um templo duplo, dedicado a duas divindades: Sobek – Deus com cabeça de Crocodilo e corpo humano (fertilidade e criador do mundo) e Horus – Deus Falcão (protetor das famílias e dos faraós). Todo simétrico.

O Templo de KomOmbo fica no topo de um penhasco e era usado como hospital, com especialidade em Obstetrícia. Por isso dedicado a Sobek – Deus Crocodilo, o Deus da fertilidade.

Nas paredes do Templo constam nos hieróglifos as prescrições para o tratamento de diversas doenças e também para a hora do parto. Reparem na foto abaixo o desenho de uma mulher sentada com um bebê de cabeça para baixo “nascendo”. Para os egípcios a posição adequada para uma mulher dar à luz era sentada ou de cócoras.

Eu com eles: Thoth (Deus da Sabedoria), Hator (Deusa Fertilidade), Heka (Deus da Magia e da Medicina) Bastet (Deusa Fertilidade, Parto, Gatos) e Hórus (Deus Falcão) por duas vezes (da esquerda para a direita). Os deuses segurando a chave da vida.

E adoro imaginar que por aqui, no mesmo lugar que eu estou, passou Cleópatra, que mesmo morando em Alexandria visitava esse templo.

Com o entardecer, o templo vai ficando lindo com a iluminação e a luz dourada do sol.

A posição do templo é estratégica: no alto e ao mesmo tempo próximo ao Rio Nilo, garantindo um vista linda no por do sol.

Na área do templo havia um Nilômetro – poço largo com escada para medir o nível de água do Rio Nilo, em razão da época das cheias.

É possível visitar o templo em aproximadamente 1 hora. Só que é tão lindo que não dá vontade de ir embora. Então a gente fica mais tempo para fazer “mil” fotos e apreciar esse local tão lindo e mágico.

Ao lado do Templo visitamos o Museu do Crocodilo – o Deus Sobek

O Templo de KomOmbo é um lugar incrível que faz parte do roteiro do cruzeiro pelo Rio Nilo. Lindo demais, para sempre na memória.