Restaurantes Marrakech

Encerrando a série de posts sobre Marrakech, os outros você lê aqui Marrakech e aqui Hotel La Mamounia – Marrakech uma coisa que eu logo notei nas minhas pesquisas pré viagem foi a quantidade de restaurantes incríveis na cidade.

Marrakech tem restaurantes para todos os gostos e bolsos. Mas, mesmo os restaurantes lindos, badalados, da moda, tem um  preço bem acessível, comparado a outros lugares do mundo, porque realmente não é uma cidade cara.

Chegamos à tarde e no chek in do Hotel La Mamounia foi oferecido leite de amêndoas com tâmaras. Depois de arrumar as coisas no quarto e passear para conhecer o hotel, o que levou algumas horas porque é imenso, mais as 5.876.934 fotos que fizemos, fomos para o lounge bar Tea Room para tomar um aperitivo antes de sair para jantar.

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À noite fomos jantar no restaurante Comptoir Darna, na Avenue Echouada, a região dos grandes hotéis de rede. O Comptoir tem dois ambientes, um na parte superior com DJ que dizem ser mais exclusivo. E a parte de baixo (térreo) que achei mais bonita e onde tem o show.

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Fachada do Comptoir Darna
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Entrada do Comptoir Darna

Em um primeiro momento nos levaram  para a parte superior, mas não gostei e pedi para trocar de mesa para a parte de baixo e fui prontamente atendida, porque em Marrakech o que você pede eles dão um jeito de fazer.

A mesa que fiquei na parte de baixo (térrea) era muito boa, de frente a escada onde tem músicos tocando ao vivo e depois as dançarinas descem para o show.

No Comptoir Darna todas as noites, às 22h, tem um show de dança típica.  As dançarinas usam bandejas com um candelabro de velas acesas em cima da cabeça, O show dura 30 minutos. Eu gostei muito, achei animado, bonito, não cansa. Alguns consideram over, sinceramente não achei. Foi o lugar que mais gostei de ir em Marrakech. O ambiente é lindo, o atendimento muito gentil e a comida deliciosa.

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Tagine de Codeiro

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Logo em frente ao Restaurante Comptoir Darna, na Avenue Echouada está o Le Palace, outro lugar “da moda” em Marrakech. Fui só para o bar, depois de jantar no Darna e acho que fiz a coisa certa.

O Le Palace tem dois ambientes. O térreo que se parece com uma brasserie francesa e o andar de baixo (como um subsolo) que tem o ambiente mais bonito. São boiserries de laca preta e poltronas de veludo vermelho. Tem mesas para o jantar e a parte do bar. A decoração é linda, o bar muito bom, uma cantora excelente, mas não estava cheio. Achei meio devagar para um sábado à noite. Adorei o lugar, vale muito a pena ir, mas não espere “animação”. Achei um local indicado para casais.

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Existem duas cidades: a de dentro e a de fora da Medina. Dentro da Medina e dos Riads tem locais muito charmosos. Fora da Medina, na região dos grandes hotéis de rede é a Marrakech cosmopolita, com restaurantes, bares e boates “da moda”, ambientes lindos, alguns com shows, uns considerados “isca de turista”. Tudo vai do perfil.

Gosto quando visito uma cidade conhecer um pouco de cada estilo, um pouco de cada região, para ter uma visão mais global do lugar. Não ficar setorizada.

Assim, fui em restaurantes dentro e fora da Medina, um pouco mais afastados também, onde o deslocamento de táxi é necessário.

Dentro da Medina almocei no Le Jardin, no Souk Sid Abdelaziz. Estava lotado. Tem um ambiente externo, no pátio e outro menor no interior. Fiquei na parte interna porque o pátio estava cheio, gostei muito porque estava mais fresco e tinha uma vista direta para a área externa.

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Entrada do Restaurant Le Jardin
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Cuscuz de legumes

A comida marroquina não é muito o meu paladar. É doce demais para o meu gosto. Como fiquei três dias em Marrakech deu para levar numa boa, mas se ficasse muitos dias, em uma viagem pelo Marrocos por exemplo, acho que vai enjoando.

Amo cordeiro e esse foi o meu pedido em quase todos as refeições hehehe!

Cuscuz e Tagine são os pratos típicos do Marrocos. Tagine é um ensopado de legumes servido em bowl de barro que pode vir com carne, frango ou peixe. Eu pedia sempre com carne de cordeiro. Cuscuz é um preparado de sêmola, geralmente de trigo, também servido com legumes ou alguma carne acompanhando.

Outro lugar que eu fui dentro da medina e amei foi o Restaurante Dar Yacout. Fica na Sidi Ahmed Soussi e fomos de táxi. Se consegue chegar de carro até a porta do Riad onde está instalado. O trajeto leva uns 10 minutos de carro porque as ruas são muito estreitas, motorista em Marrakech tem que ser fera, eu ali já tinha raspado as duas laterias do veículo! Não senti medo, porque como já mencionei, achei Marrakech uma cidade muito segura, mas as ruas são escuras, alguém mais sensível pode ficar assustado mesmo.

No lado de fora, na porta do Dar Yacout, fica o recepcionista super simpático.

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Se você tem problema para subir e descer escadas não vá. Os Riads de maneira geral são como town house. Tem três andares onde os ambientes se dividem. No Dar Yacout assim que a gente chega é levado para o terraço para apreciar a vista da Medina e tomar um aperitivo. Na noite que eu fui tinha muito vento, então só dei uma olhada na vista e descemos para o primeiro ambiente para tomar o aperitivo.

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Terraço do Dar Yacout

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No Dar Yacout não existe cardápio. O menu é composto por entrada, prato principal e sobremesa. A entrada é um sonho! São nove tipos entre: azeitonas e terrines de berinjela, abobrinha, cenoura, uma delícia!IMG_9595.JPG

O prato principal é a base de frango e estava muito bom também. É muito bem servido, então como sou de comer pouco sobrou bastante. O prato quente vem assim, não é um charme?

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Por fim, passei pelo ambiente da piscina que é lindo e em noites de verão tem mesas na pérgola.

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No outro dia fomos conhecer o oásis Palmeraie que não estava no roteiro, mas como sobrou tempo, resolvi ir até lá. Almoçamos no Nikki Beach e amei, recomendo!

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Para dar um tempo da comida marroquina pedimos um spaguetti com camarões que estava uma coisa de tão bom!

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E o garçom que já virou amigo!

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Na saída do Nikki Beach (fomos e voltamos de táxi) passamos por um local cheio de camelos, não resisti, pedimos para parar. Não quis passear, só chegar perto mesmo, fazer carinho, eles eram animais muito dóceis e quando meu marido fez carinho um fez um barulho bem alto e engraçado, parecido com aquele canto das árabes que movem a língua bem rápido sabe? Muito legal!

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No última noite resolvemos jantar no hotel no restaurante Le Marocain no Hotel La Mamounia que tem três restaurantes (cozinhas francesa, italiana e marroquina). Optei pelo marroquino para me despedir da cidade e foi muito bom. O restaurante é lindo, comida deliciosa e tem músicos tocando, que vem nas mesas, músicas lindas, alternava entre músicas bem calmas e outras mais animadas. Foi uma noite bem típica e muito romântica!

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Cordeiro com amêndoas e tâmaras
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Os músicos tocando para nós

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E terminamos assim, com mais um passeio pelos jardins do Hotel La Mamounia, que não dá vontade de ir embora.

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Próxima parada: Sevilha, uma cidade incrível com muitas coisas para contar, aguardem!

 

 

 

 

 

 

 

 

Hotel La Mamounia – Marrakech

Continuando o post sobre a minha última viagem, em março de 2019, que você lê aqui Marrakech  comentei que fiquei hospedada por 3 diárias no Hotel La Mamounia, considerado o melhor hotel do mundo no ano de 2018 pela revista Condé Nast Taveler.

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Um pouco da sua história: No século XII  a área pertencia ao Califa Abd-Mamoun. Já no século XVIII o Sultão Sid Mohammed Ben Abdellah deu de presente de casamento para o seu filho o local que representava 15 hectares de jardins, o príncipe o batizou com o nome de Arsal el Mamoun que se transformou em Arsat Mamounia.  Dois séculos depois, já de propriedade do escritório nacional de ferrovias e da cidade de Marrakech (sim o La Mamounia é propriedade pública) foi construído um hotel inaugurado em 1929 que recebeu o nome de La Mamounia com uma arquitetura de fusão dos estilos marroquino e art déco.

O Hotel La Mamounia é um ícone de Marrakech e do Marrocos. Muitas personalidades já se hospedaram como: Winston Churchil que convidou Roosevelt para descansar no hotel depois das negociações da 2ª Guerra Mundial, general De Gaulle, Charles Chaplin, Edith Piaf, Ronaldo Reagan, Jacques Chirac e Sara Jéssica Parker durante as filmagens de Sex and the City.

Cenas do filme O Homem Que Sabia Demais de Hitchcock foram gravadas no seu vestíbulo.

O Hotel passou por sua última renovação em 2009 conduzida pelo decorador Jacques Garcia. A intenção, a partir de 2018, é privatizá-lo.

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Fiz a reserva pelo site http://www.grandluxuryhotels.com no qual sou inscrita (membro) que oferece uma série de benefícios. Para mim o melhor é o upgrade de quarto quando disponível. E, de fato, recebi um upgrade já que tinha reservado o quarto clássico (hivernage) e fiquei em um com terraço térreo e acesso direto para os jardins.

O quarto era de bom tamanho, banheiro excelente dividido em dois espaços. Ducha estilo chuva separada da banheira. Decoração em estilo marroquino de muito bom gosto. O terraço realmente era a cereja do bolo. Um espaço muito agradável para apreciar os jardins do hotel, que são lindos, ainda mais nessa época (março) que as laranjeiras estavam carregadas.

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Mas, quando chegamos no quarto, o funcionário que nos levou para mostrar o funcionamento do ar condicionado, cofre, etc, a certa altura apontou e disse em voz bem solene: Aqui o Minibaaarrrr! Depois quando o marido abriu estava vazio, completamente vazio! Nem uma garrafa de água! A cara dele de decepção foi impagável. Ri muito e falei: já estou amando o Marrocos!

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Minibar do quarto

O terraço do quarto e a vista dos jardins.

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Eu acho que nunca fotografei tanto um hotel na minha vida! Além da beleza do lugar a área onde está instalado é enorme, tem muitos espaços diferentes. Piscina, gazebos, restaurantes, jardins, fontes, bares, lojas, sorveteria, Spa e ainda todo o espaço do lobby dividido em vários ambientes.

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A localização do La Mamounia é ótima. Quando se vê no mapa parece longe da Medina, a cidade murada onde se localiza a praça principal, os mercados (souks) e alguns museus). Mas, não! É muito perto caminhando, além de ser próximo de várias outras atrações fora da Medina. O único lugar que precisa de táxi é para o Jardin Majorelle, que fica longe (2 km) também da medina, ou para o oásis Palmeraie.

O atendimento é excelente como se espera de um hotel desse padrão, só que aqui entra o diferencial marroquino. É um povo muito amável, atencioso, então no hotel isso fica ainda mais evidente. No segundo dia andei tanto que cheguei no hotel mancando (a charmosa aqui andou 10 Km de babouches), estava com dor no pé .  Pra que? Só faltaram me carregar no colo! No outro dia eu já estava bem (na mesma noite já montada no salto claro!) e ficavam perguntando se eu estava melhor, se estava tudo certo, impressionante. Não era algo incomodativo, mas de gentileza mesmo.

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O Hotel conta com 3 restaurantes: um francês (Le Français), um italiano (L’Italien) com estrela Michelin e um marroquino (Le Marrocain). De início tinha reservado uma noite para jantar no italiano, porque era muito elogiado, mas depois pensei: “em Roma como os Romanos”. Poxa, estou no Marrocos! Vou passar a minha estada experimentando a sua gastronomia. Comida italiana eu como na Itália, no Brasil, enfim em qualquer lugar do mundo. E assim eu fiz, cancelei a reserva e fui jantar no restaurante Le Marrocain.

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O Spa é um verdadeiro complexo. Tem uma piscina interna linda demais! Oferece serviço de hamann (o banho turco), massagens, cabeleireiro, etc. Pena que as luzes não permitiram que as fotos em que eu estou ficassem com boa resolução. 

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No espaço interno do Hotel, junto ao lobby, tem várias lojas de grife como Dior, Yves Saint Laurent e até uma filial da patisserie francesa Pierre Hermé. Nos pátios anexos diversas lojas marroquinas como Akbar Deligths de caftans, galeria de arte, antiquário e a loja própria do la Mamounia com produtos da marca do hotel. E, no espaço do portão de entrada, mais uma galeria com lojas de roupas e acessórios.

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Há alguns bares, porque dentro do La Mamounia é permitido consumir bebida alcoólica. O bar principal Le Churchil, de jazz, possui um lounge (tea room) com música ao vivo final de tarde que fica lotado, muito bom.

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A decoração de interiores do La Mamounia é toda tons de vermelho, amarelo, preto, com baixa luminosidade criando uma atmosfera bem aconchegante. Entre os lounges do lobby tem pátios com fontes onde a luz é abundante. Esses espaços foram os meus preferidos.

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Pátio das Colunatas

Os jardins são imensos, dá para passar o dia inteiro passeando, inclusive é permitido que não hóspedes tenham acesso aos jardins para visitar.

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A piscina externa do La Mamounia é térmica nos meses de inverno, em março estava a 28°. Neste local, que se chama Le Pavilion de la Piscine é servido o café da manhã tipo buffet e refeições ligeiras.

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O chá de menta (hortelã) é uma instituição no Marrocos e eles tem um jeito muito special de servir, levantando o bule. É delicioso, viciei!

 

Uma coleção de adjetivos é pouco para descrever este hotel tão lindo e perfeito. Marrakech é um lugar de sonho e ficou ainda mais especial, com certeza, porque me hospedei no La Mamounia. Memórias para a vida inteira.

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Marrakech

Conheci Marrakech pela primeira vez na segunda quinzena do mês de março deste ano (2019) e me apaixonei! Foram três dias incríveis. Fiquei hospedada no Hotel La Mamounia que ganhará um post só para ele, merece!

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Lobby do Hotel La Mamounia

Marrakech é a principal cidade do Marrocos. Tem 1 milhão de habitantes, se situa no centro sudoeste do país, no sopé da Cordilheira do Alto Atlas. Foi fundada no ano de 1062 e é chamada de cidade vermelha por causa da cor de seus prédios. A moeda é o Dirham cuja cotação é de aproximadamente 1 MAD para 0,40 centavos de Real.

Cheguei em Marrakech a partir de Madrid, pela Ibéria e saí em um voo direto pela Ryanair para Sevilha. O seu aeroporto Menara é bonito, organizado, moderno e passei pela imigração muito rápido, não fizeram qualquer pergunta. No avião preenchemos um formulário com perguntas sobre objetivo da viagem, duração, profissão, local de hospedagem, que é entregue ao agente de imigração.

O clima foi simplesmente perfeito. Um céu azul lindo, sol, temperatura de 25 a 30 graus durante o dia e entre 15 a 18 graus à noite. Foi maravilhoso.

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Cidade ocre ou vermelha

A primeira dúvida que eu tinha em relação a Marrakech é se ficava hospedada dentro ou fora da Medina.

A Medina é o interior da cidade murada, onde está a praça principal Jamaa El Fna e os mercados (Souks). Para se hospedar tem Riads (pequenos palácios que foram transformados em hotéis). A circulação de veículos é limitada. É necessário puxar as malas a pé até o Riad, sendo que alguns tem serviço de maleteiro.

Como queria muito conhecer o Hotel La Mamounia, que recebeu o título de melhor hotel do mundo em 2018, que fica fora da Medina (mas perto para chegar a pé) resolvi então me hospedar nele e para mim foi perfeito. Lindo, clássico, histórico, padrão 5 estrelas e perto da Medina e ao mesmo tempo fora da sua “confusão”. Então para o meu perfil ter ficado em um hotel grande com bastante infraestrutura foi melhor. Conheci dois riads dentro da Medina e eram muito bonitos, com charme. Ótimas opções também, depende realmente do perfil.

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No Riad Jemaa El Fna para um chá

A Praça principal da Medina se chama Jemaa El Fna, fica na Place de Marchè Animée (amei o nome). No século XI na fundação de Marrakech se executavam aqui os condenados à morte. Hoje ela é mais animada (rsrsrs) tem artistas de rua, encantadores de serpentes, adestradores de macacos (odeio), tatuadores de henna, dançarinos, músicos e os tradicionais vendedores de água com seus trajes típicos. No final do dia fica ainda mais movimentada com carrinhos de comida.

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Pode fotografar tudo, mas…tem que pagar! Vá com moedas de 5 ou 10 Dirham e faça fotos com músicos, encantadores de serpentes, vendedores de água e dentista (sim, existe!). A sua câmera/celular são muito bem vindos, eles serão muito solícitos, porque você vai pagar e eles vivem disso. Não recomendo fotografar sem pagar, porque o humor vira, não presenciei, mas o nosso guia comentou. Inclusive não era eu que pagava, deixei as moedas com o guia e ele efetuava o pagamento.

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A outra dúvida: se realmente é necessário contratar um guia. Vi que sim. Marrakech não é grande, tem muitos táxis, usei sem qualquer problema, mas os mercados (souks) são um labirinto de ruas com muitos quilômetros. É enorme, pensei: nunca mais vou conseguir sair daqui! O meu guia Hakim disse que tem muitos produtos falsificados. Tinha interesse em comprar Caftans (túnicas) legítimas, de boa qualidade. Babouches (os sapatinhos deles), bijoux e óleo de argan. As louças e luminárias são lindas, mas estava no início da minha viagem e o transporte é muito difícil, então não comprei nada para a casa.

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Na foto abaixo dá para se ter uma ideia da quantidade de gente nas ruelas dos souks.

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Para comprar óleo de Argan legítimo e puro (sem mistura como encontramos no Brasil) o guia me levou em uma cooperativa. Assim que entrei pensei: vai ser roubada! Nos levaram para uma sala para explicar como se fabrica o óleo e mostrar os tipos de produtos. Como eu estava enganada! O responsável pela cooperativa Rosa Huile falava português, foi muito rápido e com informações super interessantes e os produtos são fantásticos, virei fã. Tem site na internet em várias línguas, inclusive português, com venda on line. Foi uma experiência maravilhosa. Comprei um creme anti-idade a base de baba de caracol que promete rejuvenescer 20 anos, estou com fé! Para mais informações: http://www.rosahuile.ma

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Para comprar caftans, nas minhas pesquisas pré viagem, senti bastante dificuldade, porque a maioria era muito “over”, com bordados e cores que não me agradavam, até que vi a marca Akbar Deligths com loja inclusive dentro do Hotel La Mamounia. Mas, chegando lá, só encontrei um casaco que gostei e o preço era muito alto. Então entrou novamente em ação o guia Hakim e foi “super”. Me levou na loja L’Ourika Caftan que fiquei apaixonada. O dono, um querido, me disse que o jornalista Bruno Astuto compra seus caftans com ele. Comprei 3 peças: um caftan preto com brilho para a noite, um caftan de algodão claro bem clean para o dia e um caftan casaco (Armani de Dubai) todo bordado com fio de seda que valeu a viagem! http://www.lourikacaftan.com

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Com Tazi o proprietário da L’Ourika Caftan

O serviço de um guia me ajudou muito a conhecer as principais atrações de Marrakech na medina e no seu entorno e ainda a encontrar os produtos e lojas que eu queria no emaranhado dos souks. O meu guia falava espanhol, mas tem muitos guias que falam português. Achei o serviço de um dia inteiro pelo preço de 60 euros muito justo.

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Hakim carregando as minhas sacolas

Uma coisa que me chamou a atenção era que Hakim de vez em quando perguntava: “você está contente?” Os marroquinos tem uma preocupação enorme em agradar e que você fique satisfeito com o serviço prestado. É um povo muito acolhedor, me senti muito bem lá. E o “assédio” para comprar os seus produtos é bem menor do que em Istambul e muito mais tranquilo para negociar também.

Marrakech tem muitos monumentos e museus interessantes para conhecer.

O primeiro é a Mesquita Koutoubia, a maior de Marrakech. Diferente da Turquia, no Marrocos não muçulmanos não podem entrar nas mesquitas, então só visitamos por fora. O seu minarete é uma torre de 77 metros de altura. É uma construção linda e rende fotos incríveis.

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Palais de la Bahia fica dentro da Medina. Bahia significa brilho. O palácio é do Século XIX e foi construído pelo Visir Si-Moussa. Em 1911, quando o Marrocos se tornou um protetorado francês morou aqui o seu representante.

O palácio é lindo e a visita engloba o grande e pequeno riad, o salão do conselho (teto com afrescos) e o apartamento da mulher do Visir.

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Tumbas Saadianas são os túmulos de 60 membros da dinastia. Começaram a ser construídos em 1557. O Sultão Ahmad Al Mansour Saadi (1578-1603) e sua família estão enterrados aqui. Os túmulos integravam o Palácio Badi que foi destruído (não visitei suas ruínas). Os dois mausoléus com 24 tumbas são os mais bonitos feitos em mármore italiano.

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Ao lado das Tumbas fica a Porta BAB AGNAOU  a mais linda e famosa da cidade, construída em 1150. Significa Porta das Pessoas Negras, porque era a entrada dos plebeus. Na parte superior está escrito: “entre abençoado pessoa serena”. E também na parte de cima da porta tem ninhos de cegonha, nunca tinha visto, emocionante!

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Museu de Marrakech na Place Ben Youssef está instalado no Palácio Mnebbi do século XIX e pertencia ao Ministro da defesa do Sultão Abdelaziz. Posteriormente com a independência do Marrocos em 1956 foi escola feminina e desde 1997 funciona como museu. Fica junto a Madraça Ben Youssef (escola religiosa) que não pude visitar pois estava fechada para reforma, uma pena, porque é linda demais.

O museu tem em seu acervo quadros, jóias, roupas e cerâmicas. No seu pátio central um lustre em forma de candelabro, com piso de azulejos e três bacias de mármore que é um sonho!

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O teto é transparente então a incidência da luz do sol é bem forte, dependendo do lado que se fotografa, faz este efeito amarelo. Pelo outro lado, a luz já é outra.

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Concluindo: possuindo guia por um dia para a Medina (o lugar mais complicado de se localizar) nos outros dias dá para passear sozinho tranquilamente, é uma cidade segura e vi muitas mulheres viajando sozinhas. E assim a gente fez, nos outros dias passeamos sozinhos, usando táxi para os deslocamentos mais longos.

O lugar mais bonito para visitar em Marrakech sem dúvida é o Jardim Majorelle. Criado em 1931 pelo pintos francês Jacques Majorelle que cuidou e o ampliou por 40 anos. Tem 4 hectares. Foi comprado por Yves Saint Laurent e Pierre Berger em 1980. Na época o jardim estava abandonado e foi restaurado pelo estilista e suas cinzas estão aqui desde a sua morte em 2008.

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Fonte da entrada

O jardim possui uma coleção incrível de plantas exóticas, fontes e lagoas de lótus.

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Memorial com as cinzas de Yves Saint Laurent e Pierre Berger

A edificação em tons de azul e amarelo forma um contraste lindo com o azul do céu e o verde das plantas. No imóvel se encontra o Museu Berber, com uma coleção de ornamentos e jóias desse povo nômade. No local tem também loja e café.

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Dentro do Museu Berber é proibido fotografar. Achei que vale a pena comprar o ingresso combinado para visitar o museu também, é muito interessante.

Depois de visitar o Jardim Majorelle, ao lado, fomos no Museu Yves Saint Laurent. A sua construção é impressionante, uma arquitetura arrojada, mas na cor ocre característica da cidade para não destoar. Achei lindo. No seu interior, que também não pode fotografar, uma mostra de vários modelos (vestidos na sua maioria) criados por YSL. Li muitos comentários negativos em relação a esse museu. Apesar do acervo ser pequeno para mim valeu a pena, amo moda, acho que Saint Laurent foi um gênio, adoro todas as suas criações, inclusive um exemplar do vestido Mondrian está lá e poder ver ao vivo parte de sua obra foi maravilhoso.

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Comprei alguns cartões de vestidos da exposição para se ter uma ideia do acervo.

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A Rue Yves Saint Laurent onde estão o museu e o Jardim Majorelle tem várias lojas e também muito linda para fotos. A loja mais famosa é a 33 Majorelle, uma espécie de Colette de Marrakech. Tem uma curadoria de produtos bem interessantes, amei as bijoux. http://www.33ruemajorelle.com

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Rue Yves Saint Laurent

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Outra loja bem legal  que nós fomos foi a Soir de Marrakech, uma loja de perfumes e acessórios que é puro charme. http://www.benchaabane.com

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Depois de visitar o Jardim Majorelle fica difícil achar outro jardim bonito, então o Jardim Secreto que fica dentro da Medina, na Rue Mouassine me decepcionou.

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Outro museu que visitamos foi o Dar El Bacha ou Musee des Confluences. Dentro da Medina é um dos mais belos palácios de Marrakech. Foi a residência de Thami El Glaoui, nomeado Pasha (alta autoridade, governador) de Marrakech por um decreto do Sultão Moulay Youssef em 1912. Foi apelidado de “Senhor do Atlas” e conhecido como um dos mais importantes Pasha do Marrocos. Com o seu trabalho ajudou na pacificação do Marrocos em nome do protetorado francês. No seu palácio eram oferecidas várias recepções tendo participado inclusive o Primeiro-Ministro Winston Churchil.

O museu foi inaugurado em 2017 e é possível apreciar a beleza de sua construção. No acervo arte do islã como escritos e cerâmicas. As suas paredes de mosaicos e as portas e tetos decorados com madeira de cedro são belíssimos.

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O teto

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Por fim, a louca dos museus foi conhecer o Dar Si Said, o Museu Nacional da Tecelagem e Tapetes, na Rue de la Bahia, que possui no seu acervo, além de tapetes fabulosos, uma rica coleção de artesanato marroquino.

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A área externa do museu tem um jardim com fonte e gazebo lindos.

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Teto do Gazebo – área externa – Museu Dar Si Said

De enlouquecer em Marrakech são suas portas. Uma mais linda que a outra. A cada dez minutos tem que parar para fotografar, não dá para resistir!

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Até a porta do banheiro do quarto era linda!

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Um detalhe interessante que o guia me explicou é que as portas são partidas e abrem de diversas maneiras, conforme a época do ano. No calor do verão abrem totalmente, no inverno apenas uma pequena parte para proteção contra o frio.

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Nosso guia Abdelhakim Bougrine

Deixo para outro post o registro dos restaurantes que fomos e um passeio no oásis Palmeraie, como também o hotel de sonho La Mamounia.

Não imaginava que iria gostar tanto de Marrakech. Três dias são suficientes para conhecer a cidade, mas queria ter ficado mais. Curtir mais seus bares e restaurantes lindos que pesquisei e não deu tempo de ir em todos. Flanar pelos seus souks, me aventurando sozinha sem medo de me perder, porque senti o quanto é seguro. E, principalmente, pelo seu povo que me cativou e ainda com o plus de poder treinar o meu francês enferrujado de 3 anos sem uso.

Agora entendo porque Yves Saint Laurent amava tanto Marrakech e quis que suas cinzas repousassem lá. É um lugar especial, mágico, que ficará para sempre na minha memória.