Vale dos Reis – Luxor

No segundo dia do Cruzeiro pelo Nilo, no mês de março de 2021, com a agência http://www.memphistours.com o navio ainda estava ancorado no porto de Luxor para a visita ao Vale dos Reis, Templo da Rainha Hatshepsut e os Colossos de Memnon.

Alguns lugares despertavam muito o meu interesse nesta viagem ao Egito e o Vale dos Reis era um deles. Estava ansiosa para conhecer e realmente foi incrível!

O Vale dos Reis visto assim na chegada não tem nada de mais. É uma pedreira de calcário e outros tipos de rochas. Toda a sua riqueza e esplendor está embaixo da terra. E, para compreender melhor o lugar é importante esclarecer que no Egito Antigo a vida se desenvolvia às margens do Rio Nilo. Na cidade de Luxor, ao sul do país, se localizava a antiga capital Tebas. No lado oriental do rio (margem direita) era consagrada aos vivos onde visitamos os templos de Karnak e Luxor que você lê aqui Templo de Karnak – Luxor e aqui Templo de Luxor E no lado ocidental (na margem esquerda) era consagrada aos mortos.

Assim, nos dirigimos para a margem esquerda do Rio Nilo, para visitar o Vale dos Reis, um desfiladeiro com 63 tumbas construídas para abrigar os restos mortais dos faraós e nobres.

O Vale dos Reis funcionou como necrópole dos séculos XVI a XI a.c. Depois, foi um local de turismo na Antiguidade e há mais de dois séculos escavações são realizadas aqui. O primeiro registro de descoberta de uma tumba (Amenofis) na era moderna foi no ano de 1799 por membros da expedição Napoleônica. Na sequência várias tumbas foram encontradas, porém, não possuíam nada no seu interior, além das suas maravilhosas pinturas, pois já haviam sido produto de saques.

Somente no ano de 1922, quando todos já haviam desistido de encontrar algo a mais, dando o Vale dos Reis como esgotado, o arqueólogo Howard Carter, financiado por Lord Carnavon encontrou a entrada da Tumba do Faraó Tutankhamon.

E a surpresa foi impressionante!

A tumba do Faraó Tutankhamon estava intacta, com todos os seus tesouros originais. Foram encontrados 5.398 itens, inclusive o seu sarcófago e múmia. As peças encontradas estão em exibição no Museu do Cairo sendo o seu item mais valioso a máscara mortuária em ouro maciço. Além disso foram encontrados seu trono (também em ouro) sandálias, comida, bebida, roupa, tudo que fosse necessário para a sua vida após a morte.

A tumba é pequena possuindo do lado direito o sarcófago e do lado esquerdo a múmia do Faraó que se encontra em uma caixa de vidro com controle de temperatura. Tutankhamon foi faraó da XVIII Dinastia. Filho de Akenaton subiu ao trono com 9 anos de idade e governou o Egito de 1.332 a 1.323 a.c. Faleceu ao 18 anos de idade.

O faraó Tutankhamon media 1,67m de altura e possuía a arcada dentária superior projetada para a frente. Tinha uma deformação no pé esquerdo que o obrigava a andar com uma bengala (foram encontradas 130 na tumba). A causa provável da morte foi malária.

A emoção de conhecer esta tumba é realmente sensacional. Mesmo Tutankamon à sua época não ter tido muita importância, se tornou com a descoberta da sua tumba intacta o mais famoso faraó do Egito. Considero visitar a sua tumba de grande importância para os aficcionados por história (como eu). E, depois, ir tão longe para visitar o Vale dos Reis, não dá para perder de entrar neste tumba, não é mesmo? O seu ingresso é comprado à parte.

Continuando o tour pelo Vale dos Reis não foi fácil escolher apenas 3 tumbas para visitar. Por indicação do nosso guia Amro Salah Tawfek da http://www.memphistours.com conhecemos então: 1) Tumba de Ramsés IX – Oitavo Faraó da XX Dinastia. Governou o Egito de 1.127 a 1109 a. c. Os desenhos nas paredes são impressionantes, tão perfeitas as cores mesmo após 3.000 anos.

2) Tumba de Meremptah – Quarto Faraó da XIX Dinastia, governou o Egito de 1.213 a 1.203 a.c. Filho de Ramsés II (o maior de todos os faraós) e pai de Seti II. Foi o 13º filho de Ramsés II e subiu ao trono com 60 anos de idade após o falecimento de seus irmãos. Foi o construtor do templo de Ptah e a sua tumba é uma das maiores do Vale dos Reis.

3) Tumba de Ramsés III – Segundo Faraó da XX Dinastia e o último do Império Novo a exercer forte poder sobre o Egito. Governou por 31 anos, de 1.194 a 1.163 a.c. Foi morto por uma tentativa de golpe por sua mulher a Rainha Tiyi que almejava levar o seu filho ao trono quando o sucessor legítimo era o filho de sua primeira esposa Isis.

A Tumba de Ramsés II foi a que eu mais gostei. É linda demais!!! Com muitos corredores e salas com pinturas perfeitas. Uma festa para os olhos. Se você leitor tem dúvidas em qual escolher para visitar esta com certeza merece entrar na sua lista.

Para chegar ao Vale dos Reis saímos do navio e fomos de carro por um percurso de aproximadamente 30 minutos. Na entrada do Vale é possível pegar um trenzinho para chegar nas tumbas. A distância não é tão longa, mas sempre que tenho a oportunidade de poupar as minhas pernas eu faço. E depois durante o trajeto do trenzinho, que é bem aberto, dá perfeitamente para fotografar e filmar a pedreira.

Li em alguns sites que é proibido fotografar nas tumbas. Eu fotografei e filmei tudo com o meu celular sem problema. Só não vi turistas usando câmeras fotográficas.

O Vale dos Reis é um dos lugares mais importantes para se conhecer no Egito e assim como os outros templos às margens do Rio Nilo fica muito mais fácil a logística da visitação através de um Cruzeiro que eu recomendo fortemente, além de toda a beleza do trajeto.

Após o Vale dos Reis nos dirigimos de trenzinho para o Templo da Rainha Hatshepsut

HATSHEPSUT era filha do Faraó Tutmose I e casou com seu meio-irmão Tutmose II. Quando seu marido morreu, seu filho era muito pequeno (outros sites de pesquisa dizem que era enteado) então ela se tornou Faraó. Governou o Egito por 22 anos de 1.470 a 1.458 a.c.

A Rainha Hatshepsut foi a 2ª Faraó do Egito (a 1ª se chamava Sobekneferu). Foi muito mais poderosa que Cleópatra e Nefertiti. Era muito inteligente e seu governo foi famoso por restabelecer a paz no Egito e ainda fortalecer as relações econômicas.

Hatshepsut foi quem encontrou a cesta com o bebê Moisés às margens do Rio Nilo sendo considerada “a mãe adotiva de Moisés”. O templo é uma necrópole e foi construído entre 1.473 a 1.458 a.c. com uma arquitetura inovadora para a época se inspirando na Grega Clássica.

O templo foi descoberto em 1891 e Hatshepsut significa: “Primeira (ou principal) das mulheres nobres”.

A Faraó Hatshepsut construiu dezenas de edifícios em todo o vale do Rio Nilo e muitas estátuas com a sua imagem. Em algumas delas ela aparece de barba, o cone comprido colocado no queixo, símbolo da divindade, masculinidade e de poder à época.

Apenas no ano de 2007 a múmia de Hatshepsut foi encontrada. Estava na tumba n° 60 no Vale dos Reis. Ela morreu aos 50 anos de idade, era diabética e usava nas unhas esmaltes preto e vermelho. A provável causa da morte foi uma infecção na gengiva.

Após o templo passamos em uma cooperativa de Alabastro com uma explicação rápida e muito interessante sobre o trabalho milenar executado pelos artesãos locais nesta pedra.

Depois fomos na loja da cooperativa para adquirir uma peça. Difícil escolher entre tantas opções lindas. Por fim, comprei um vaso pequeno para colocar vela (luminária) já que a beleza da pedra Alabastro mostra todo o seu esplendor quando iluminada.

Detalhe: Há dois tipos de peças em Alabastro, à máquina e manual. Na foto acima exposição de peças feitas à máquina. A que comprei foi de confecção manual, pois a transparência é mais evidente à luz, como na foto abaixo.

Por fim, nos dirigimos a última parte do tour, os Colossos de Memnon

Os Colossos de Memnon são duas estátuas gigantes construídas há 3.4000 anos guardiães do antigo Templo do Faraó Amenófis III, com 385.000 metros e que foi corroído pelas cheias do Rio Nilo.

As estátuas foram feitas em blocos de pedra quartzito, medem 18 metros de altura e pesam 1.300 toneladas cada. Representam o Faraó Amenófis III sentado em seu trono e em cada uma das suas pernas está a sua mãe.

Por que Memnon? Na era cristã os gregos visitaram o templo e ao ver as estátuas lembraram de Memnon um grande herói grego morto por Aquiles. A partir de então as estátuas passaram a ser denominadas Colossos de Memnon.

Após o tour, voltamos para o navio, onde após o almoço a navegação começou, deixamos Luxor em direção a Edfu.

Toda a logística dos passeios ficaram sob a coordenação da Memphis Tours agência que escolhi para visitar o Egito. O Guia Amro Salah Tawfek que nos acompanhou é egiptólogo com dois mestrados em hieróglifos. Suas informações foram imprescindíveis para compreender mais e melhor essa cultura tão fascinante. Além de toda a tranquilidade e conforto de não se preocupar em como fazer para chegar nas atrações, deslocamentos, etc. Foi tudo perfeito.

Aguardem o Próximo Post: O magnífico Templo de Hórus em Edfu

E a navegação começa – Rio Nilo em Luxor – Vista da janela da cabine

Templo de Luxor

No primeiro dia do Cruzeiro pelo Rio Nilo o barco fica ancorado na cidade de Luxor, na margem leste (oriental), para visita aos templos. Após a visita ao Templo de Karnak que você lê aqui Templo de Karnak – Luxor fomos para o Templo de Luxor distante aproximadamente 3 Km.

O Templo de Luxor é dedicado ao Deus Egípcio Amon (Deus dos Ventos). Construído entre 1400 a.c. a 1000 a.c. pelos Faraós Amenhotep III e Ramsés II em arenito, sua fachada possui 260m de largura.

Na entrada havia dois obeliscos. Porém foram doados por Muhammad Ali, vice-rei do Egito para a França em 1830. Como o tamanho e o peso dificultaram o transporte, somente um foi levado, que está atualmente na Place de la Concorde em Paris. O obelisco mede 23 metros de altura. O segundo obelisco ficou aqui.

As estátuas e esculturas representam a figura de Ramsés II, o mais importante de todos os faraós do Egito, que reinou de 1279 a 1213 a.c.

Luxor – do árabe significa “Palácio com mil portas”. As colunas possuem 15m de altura e tem a forma de papiros abertos no topo.

A antiga Tebas – Luxor foi capital do Egito por mais de 1500 anos. Situada a 750 km ao sul da cidade do Cairo, é conhecida como o maior museu a céu aberto do mundo.

O templo de Luxor foi construído para coroações, celebrações e festividades. Ficou soterrado pelas areias do deserto por séculos sendo descoberto em 1881.

É o único monumento do mundo que continha documentos das épocas faraônica, greco-romana e islâmica. Havia uma mesquita e também afrescos coptas. Pela duração de seu funcionamento serviu então para outras épocas e religiões.

A margem direita do Rio Nilo (leste/oriental) era consagrada aos vivos, com seus templos para governar ou para celebração e adoração. Já a margem esquerda (oeste/ocidental) era dedicada aos mortos, onde se encontra o Vale dos Reis.

A explicação tem a ver com o sol. No leste ele nasce, vem a luz e a vida começa. A oeste ele se põe, vem a escuridão, a vida acaba.

Assim, como na Índia, no Egito também tive algumas fãs que pediam fotos rsrsrs. Desta vez, no Templo de Luxor a menina também pediu para rodar comigo! Ok, sem problema. Foi muito legal! Os egípcios são muito carinhosos e hospitaleiros.

Para chegar até os templos e fazer o passeio é melhor ter o suporte de uma agência. Fomos pela Memphis Tours http://www.memphistours.com que cuidou de toda a logística dos deslocamentos. Tivemos um carro com motorista sempre a disposição, que nos deixava e pegava na porta dos templos ou o mais próximo possível. O acompanhamento de um guia, no nosso caso o egiptólogo Amro, com dois mestrados em hieróglifos, que falava um português perfeito, fez toda a diferença para o conhecimento do local.

Apaixonada por história, foi incrível conhecer este templo, fiquei feliz demais por estar aqui (Março/2021).

Templo de Karnak – Luxor

Em março deste ano (2021) fomos para o Egito – o primeiro post você lê aqui Egito – O Início e a partir de agora nos posts não vou seguir a sequência exata da viagem, porque gostaria de começar pela parte do roteiro que eu mais amei: os templos às margens do Rio Nilo, que visitamos durante o cruzeiro de 4 dias.

O nosso tour começou por Luxor em direção a Aswan. É possível fazer o contrário.

Luxor – Egito

Luxor – cidade que se situa a 670 Km ao sul do Cairo, era a antiga Tebas, capital do Egito no período de 1.550 a 1.069 a.c. Conhecida como o maior museu ao ar livre do mundo, hoje possui 1.300 milhões de habitantes.

Dividida ao meio pelo Rio Nilo, na margem oriental (a cidade dos vivos) ficam os Templos de Karnak e Luxor. Na margem ocidental (a cidade dos mortos) a necrópole do Vale dos Reis e Vale das Rainhas.

O Templo de Karnak foi a nossa primeira visita

O Templo de Karnak era o centro administrativo, religioso e palácio dos Faraós em Tebas. Começou a ser construído em 2.200 a.c e funcionou até 360 a.c. Estima-se que no seu apogeu, durante a XVIII dinastia que durou de 1550 a.c a 1295 a.c. trabalhavam aqui 80.000 pessoas. Os faraós mais famosos deste período foram: Aménofis, Tutemosis, Hatshepsut, Aquenaton e Tutancamon,

O templo de Karnak era dedicado ao Deus Amon-Rá (vento-sol) e o animal que o simboliza é o carneiro. Foi o maior templo já construído, possuía uma área de 1,5 km x 0,8 km.

Karnak era dividido em 3 complexos: recintos de Amon-Rá, de Mut e de Montu.

Embora não esteja completo é possível ficar admirado com a Sala Hipóstila no templo de Amon-Rá. Trata-se de um salão (o maior do mundo com 5.000 m²) sustentado por 134 colunas.

A Sala Hipóstila foi construída no século XIII a.c. pelos Faraó Seti e seu filho Faraó Ramsés II. As 134 colunas tem diferentes tamanhos, sendo que as maiores possuem 21 metros de altura e diâmetro de até 3 metros.

As colunas são gravadas com inscrições em hieróglifos e ainda existe a tinta original no teto.

Eu tenho 1,65m de altura e a minha cabeça não ultrapassa o primeiro alinhamento da coluna! É impressionante a grandiosidade deste templo e imaginar o quanto deveria ser imponente todo decorado.

No templo de Amon se encontra o maior obelisco do Egito. Com 27 metros de altura e 320 toneladas foi construído pela Rainha Faraó Hatshepsut. A sua inscrição diz: “Vós que vireis este monumento nos anos vindouros e falarem disto que fez.” O mais impressionante dos obeliscos é que eles eram construídos em um único bloco de pedra, geralmente granito, proveniente das pedreiras de Aswan há muitos quilômetros do local do destino. O transporte destes imensos monumentos naquela época é algo extraordinário.

Como em todo templo egípcio há esculturas representando os Faraós. Esta posição com os braços cruzados em cima do peito é bastante comum no Império Egípcio. Significa que o ponto de interseção dos braços sobre o peito marca o lugar do coração (Fonte: lumenagencia.com.br). Geralmente estão segurando a Cruz Ansata (Ankh) ou Chave da Vida, um símbolo da vida eterna que representa proteção, conhecimento, fertilidade e iluminação. A chave que conecta o mundo dos vivos com o mundo dos mortos. (Fonte: dicionariodesimbolos.com.br).

O Templo de Karnak funcionou por 1.500 anos e tem vestígios de vários impérios, porém o mais forte e importante neste local foi o Império Novo (Hatshepsut/Ramsés II), sendo as estruturas mais conservadas.

O templo possui uma escultura de besouro: o Escaravelho de Amor que segundo a lenda se você der 7 voltas em torno da estátua nunca mais terá problemas de relacionamento. Eu até tentei, mas depois da segunda volta já estava cansada e desisti rsrsrs.

Há também neste local um lago considerado sagrado pelos Faraós pois acreditavam que era onde os deuses faziam a sua purificação.

Por fim, a profusão de estátuas de Amon- Rá simbolizado pelo Carneiro.

Karnak foi o primeiro de uma série de templos magníficos que conhecemos no Egito através do Tour Cruzeiro pelo Nilo com a agência http://www.memphistours.com tendo início em Luxor. O acompanhamento de um guia é fundamental para este tipo de passeio, não só pela facilidade de deslocamento até os sítios arqueológicos, mas, principalmente, pelas valiosas informações deste período fascinante da história.