Portugal é um país incrível, tão pequeno e ao mesmo tempo com tantos lugares fantásticos para explorar. A facilidade de deslocamento ajuda muito, tudo é perto.
Em uma das minhas idas a Lisboa combinei com Joel (guia, motorista, amigo e anjo da guarda) com página no Facebook para contato JCN Freelancer Tours, uma visita à Évora. Passei o dia, a distância de 134 Km foi feita em 1 h e 30 min de carro, no esquema bate e volta, em setembro de 2016.
Setembro é um mês maravilhoso para visitar Portugal, dias lindos, céu azul e sol brilhando, durante o dia faz calor (não é insuportável) a noite refresca (não fica frio), muito fácil para fazer a mala, só roupas leves, fiquei 14 dias e levei 11 Kg de bagagem.
Évora, capital do Alentejo, é conhecida como “cidade museu” e o seu centro histórico foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Templo de Diana
No Largo do Conde de Vila Flor se encontra o Templo Romano, em estilo coríntio do século I, em cujas ruínas permaneceram 14 colunas (originais). Foi construído para venerar o Imperador Augusto. É conhecido como Templo de Diana.
Templo de Diana e Igreja dos Loios
Ao lado do templo Romano vemos a Igreja de São João Evangelista conhecida como Igreja e Convento dos Loios. Na realidade o convento pertencia a Ordem de Santo Eloi e por deturpação da língua portuguesa ficou Lóios. A Igreja construída no século XV com painéis de azulejos do século XVIII, pertence ao Palácio Cadaval e foi restaurada pela família em 1958, sendo um dos templos privados mais bonitos de Portugal. No convento desde 1963 funciona uma pousada.
Entrada da Igreja dos Loios
Os painéis de azulejos cobrem praticamente todas as paredes da igreja, seu efeito é impressionante.
Junto a Igreja dos Lóios é possível visitar o Palácio dos Duques de Cadaval, aberto todos os dias. O título de Duque de Cadaval foi criado por D. João IV em 1648. A família possui o mesmo ramo da Casa Real de Bragança com descendentes até hoje.
Terraço do palácio com vista para o pátio do convento/pousada
A família Cadaval mora no Palácio sendo possível visitar boa parte da sua edificação.
A Praça principal da cidade se chama Giraldo onde se encontram muitos restaurantes e lojas, final de tarde tem muito movimento e animação. Ao fundo a Igreja de Santo Antão.
As ruas no entorno da Praça do Giraldo tem lojas e são ótimas para passear e compras.
A Igreja mais importante, a Sé (Catedral) de Évora, do ano de 1186, consagrada em 1204 e concluída em 1250 é a maior catedral medieval de Portugal. Em estilo romântico e gótico, é um complexo que tem além de um terraço incrível um museu de arte sacra muito interessante.
O interior da igreja é impressionante. A Sé fica na Rua 5 de Outubro, no Largo do Marques de Marialva e é dedicada a Nossa Senhora da Assunção.
O Museu de Arte Sacra da Catedral de Évora possui um acervo de obras importantes. Anexo a igreja, no antigo Colégio dos Moços do Coro da Sé, encontram-se pinturas, esculturas e ourivesaria dos séculos XIII e XIV
Por fim, um passeio pelo claustro.
Para almoçar fomos no Restaurante Guião, na Rua da República, 81, dica do nosso amigo Joel que diz que só tem dois “sítios” que ele vai em Évora: o Fialho ou Guião. Comida Alentejana maravilhosa, ótimo atendimento, mas, como já comentei em outras postagens, nessa época não tinha cabeça de blogueira e não fotografava tudo, então o doutor Google me socorre.
Na Praça 1º de Maio está a Igreja de São Francisco onde no seu interior se encontra a atração que eu tinha mais vontade de conhecer em Évora. Sinceramente, fui a cidade só para isso, o resto foi bônus!
Com o querido amigo Joel Noivo
A Igreja de São Francisco é linda, com muitas capelas cuja riqueza de detalhes realmente me impressionaram.
Sala da Ordem Terceira de São Francisco
A igreja é visitada seguindo um percurso onde tem também salas de exposição de artigos religiosos.
E no final o que eu tanto esperava conhecer: a Capela dos Ossos! Do século XVII a capela tem suas paredes e colunas revestidas com ossos de aproximadamente 5.000 monges.
Um aviso na entrada da capela, alertando para a transitoriedade da vida: “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos.”
Dá para acreditar nessas paredes? Os ossos bem arrumadinhos!
Évora era cercada de muralhas para a sua defesa, as primeiras foram construídas no século III pelos romanos, as que ainda sobrevivem hoje, em grande parte intactas, são da época medieval, construídas por ordem de D. Afonso IV, rei de Portugal.
Muralhas da Avenida Lisboa
Com áreas verdes, como o Jardim de Diana, junto ao templo Romano, o miradouro ao fundo para contemplar a magnífica paisagem do Alentejo, Évora é uma cidade muito agradável para passear que merece a visita.
Visitei a cidade do Porto em setembro de 2016. Foram 4 dias na cidade (mais um dia de bate e volta a Braga e Guimarães). O clima estava perfeito, temperatura super agradável e um céu azul lindo, coisa rara por lá.
Existe uma disputa em Portugal sobre qual é a melhor cidade: Lisboa ou Porto. Para mim não há dúvida, é Lisboa disparado!!! Mas adorei ter conhecido a cidade do Porto, é muito bonita, vale a pena visitar.
Não fui ao Vale do Douro e nem fiz degustação de vinho do Porto o meu interesse era só na cidade mesmo.
Em viagem bebo vinho no almoço e no jantar, todos os dias, adoro os vinhos portugueses, são fantásticos e com uma excelente relação custo/benefício, mas não vi necessidade de me instalar nos hotéis/caves na foz do rio Douro para desfrutá-los. Também gosto muito de vinho do Porto, mas um cálice para mim é o suficiente, acho muito forte, não conseguiria beber a quantidade oferecida na degustação. Depois, não tenho paciência para ficar ouvindo todas aquelas informações sobre tipos de uva, safra, perfume, terroir, “personalidade”, etc.
Reservei o Hotel Intercontinental Porto Palácio das Cardosas. Super bem localizado, na Praça da Liberdade, o hotel é lindo. Quarto, serviço, tudo ótimo. Jantei uma noite no restaurante do hotel e foi maravilhoso. O bar com música ao vivo também excelente. Pena que não tenho o registro, porque nessa época não tinha cabeça de blogueira e não vivia com o celular pendurado fotografando tudo!
Fachada do Hotel Palácio das Cardosas
A linda arquitetura da praça da Liberdade em frente ao Hotel
Lobby do Hotel Palácio das Cardosas
O Hotel Palácio das Cardosas fica a poucos passos da Livraria Lello, uma instituição na cidade. Para o marido que ama ler, foi o primeiro lugar que nós fomos. O problema é que todo local famoso atrai muito gente e lá dentro havia milhares de pessoas, não dava nem para andar, para fotografar então, um sufoco.
A Livraria Lello & Irmão fica na Rua das Carmelitas desde 1906. O edifício é em estilo neo gótico e a sua escadaria a grande atração. Ao lado tem uma loja que vende o ingresso para entrar na livraria, o valor pode depois ser descontado na compra de livros. Não peguei fila para entrar, mas é bem comum ter que esperar.
O seu interior é lindo, com muitos vitrais. E a sua famosa escadaria central.
Próximo a Livraria Lello estão a Igreja e Torre dos Clérigos. O estilo arquitetônico é o barroco, do século XVIII e pertence a Irmandade dos Clérigos, uma associação de fiéis com o objetivo de prestar assistência ao clero.
A torre é linda e é possível subir para apreciar a vista, mas não fui.
A cidade do Porto, apesar de pequena, tem uma quantidade incrível de igrejas lindas, praticamente uma ao lado da outra, um paraíso para mim.
Próximo da Torre dos Clérigos, após a praça, tem duas igrejas maravilhosas e aqui uma característica portuguesa e muito forte no Porto: os azulejos. São lindos demais!!! Tudo tem painéis com azulejos (do árabe: pequena pedra polida) majoritariamente em tons de azul, em igrejas, estação de trem, criando um efeito maravilhoso.
A Igreja do Carmo e a Igreja das Carmelitas tem um detalhe muito interessante. Primeiro parecem uma só, depois parecem geminadas, mas não é permitido igrejas ter parede em comum. Como resolver? Fizeram um prédio de apenas 1 metro de largura entre uma e outra, problema resolvido! Carmo e Carmelitas não estão coladas, tem um prédio no meio! Conseguem ver? Duas janelas, uma em cima da outra, em um espaço estreito entre as igrejas.
A primeira, à direita na foto, com um lindo painel lateral de azulejos é a Igreja do Carmo ou Igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, de 1756, em estilo rococó. Dá para acreditar na beleza desse painel?
O seu interior também é lindo!
A do lado esquerdo da foto é a Igreja da Ordem Primeira dos Carmelitas Descalços, de 1628, em estilo barroco. Então, as duas igrejas tem mais de cem anos de diferença. Durante esse tempo só havia a dos Carmelitas. Ordem Primeira é para homens (monges). Ordem Segunda para mulheres (freiras) e Ordem Terceira para leigos.
Interior da Igreja dos Carmelitas Descalços
A construção mais incrível que eu conheci no Porto foi o Palácio da Bolsa. A visita é somente guiada, precisa reservar com antecedência no site: http://www.palaciodabolsa.com e tem duração de 45 minutos.
O Palácio pertence a Associação Comercial do Porto e sua construção é de 1842, em vários estilos.
É o prédio mais bonito da cidade, sendo utilizado para várias solenidades. O famoso salão árabe é incrível! Os detalhes do chão ao teto, em todas as suas paredes e colunas com entalhes em caracteres arábicos em ouro é lindo demais! Uma atração imperdível do Porto.
Em frente ao Palácio da Bolsa está o Jardim do Infante Dom Henrique
Ao lado do Palácio da Bolsa se encontra a Igreja de São Francisco, depois da Catedral da Sé, a igreja mais importante do Porto. Considero também imperdível! Do ano de 1410, em estilo gótico, além da igreja, possui um museu no andar de baixo, convento e cemitério. Estima-se que tenha de 400 a 600 Kg de ouro das Minas Gerais (Brasil) no seu interior, que foi ricamente decorado ao longo do século XVI.
No interior, no lado esquerdo, está o seu maior tesouro: a Árvore de Jessé, um retábulo de 1718 que trata de uma representação artística da árvore genealógica de Jesus Cristo, a partir de Jessé, pai do rei Davi. Jessé está reclinado (dormindo) e a partir dele as raízes da árvore crescem e formam galhos com 12 figuras dos reis de Judá. Em cima a Virgem Maria e o menino Jesus, logo abaixo José, no centro.
Fomos almoçar a beira do Rio Douro, com vista para a ponte D. Luís e após fizemos o “Cruzeiro das 6 Pontes”. Um passeio de barco público, onde o bilhete se encontra facilmente por quiosques espalhados no calçadão em frente ao rio. Eu adorei esse passeio. A vista da cidade pelo rio é linda. O passeio dura 1 hora aproximadamente, mais do que isso já cansa, foi perfeito.
O barco tem lugares no seu interior, mas o melhor é na parte externa, principalmente quando o clima ajuda, tem bancos para sentar e como não tinha vento foi maravilhoso, a cidade do Porto é linda vista pelo rio Douro.
Atrás de mim o cartão postal do Porto, a Ponte D. Luís I, do ano de 1888, de estrutura metálica, liga o Porto a cidade de Vila Nova de Gaia na outra margem do rio Douro.
Ponte D. Luís IVista da cidade do Porto
Continuamos a passear pela cidade e fomos até a Rua de Santa Catarina, a rua comercial do Porto, excelente para compras, adorei, não esperava que a cidade tivesse um comércio tão bom. Nessa rua se encontra a Capela de Santa Catarina, conhecida como a Capela das Almas, com a fachada em painéis de azulejos lindos demais!
A lateral da igreja de Santa Catarina
E mais um exemplo da beleza dos azulejos portugueses, a Igreja de Santo Ildefonso, no início da Rua de Santa Catarina.
Na Rua de Santa Catarina fomos no café mais tradicional da cidade, o Majestic, lindo e imperdível, fizemos um lanche e estava ótimo.
Na região da Rua de Santa Catarina ainda se encontram lojas tradicionais com produtos portugueses clássicos e que tanto me encantam.
O Mercado Municipal do Porto, chamado de Bolhão, é incrível e vale a pena a visita.
Muito próximo do hotel Palácio das Cardosas, na Praça da Liberdade, se encontra uma das estações de trem mais bonitas do mundo, a Estação de São Bento que tem no seu interior painéis de azulejos magníficos, vive lotada, não só pelos usuários, mas também por quem vai lá só para apreciar.
Fiz um passeio no ônibus Hop on Hop Off. Aqueles ônibus coloridos que vão parando nas atrações. Não sou muito fã, não há necessidade no Porto que é pequena, mas queria conhecer a região de Matosinhos que é distante e foi muito bom.
Forte de São Francisco XavierPraia de MatosinhosIgreja do Bom JesusPorto de Matosinhos
Uma noite, nosso querido amigo Joel, guia em Lisboa, telefonou dizendo que estava no Porto com um casal da República Dominicana e queria jantar com a gente. E fomos jantar em Matosinhos!!! Adorei! Mayra e Pedro são muito queridos e somos amigos até hoje, vantagens das redes sociais. Amigos pelo mundo!
No outro dia fomos a pé conhecer o outro lado da margem do Rio Douro, a cidade de Vila Nova de Gaia. Atravessamos a ponte D. Luís I caminhando e foi incrível, é um passeio maravilhoso.
Ribeira do Porto
A ponte D. Luís I foi projetada por um discípulo de Eiffel, de 1886, tem 395 metros. No andar superior passa o metrô e tem passarela para pedestres. Na parte inferior para carros e pedestres.
A vista da ponte é linda demais, tanto para o lado da Ribeira do Porto quanto para a Ribeira de Gaia.
A Ribeira de Gaia vale a pena a visita. Primeiro pela vista incrível que se tem da cidade do Porto que é realmente muito linda, depois porque é um calçadão animado, com lojas, caves de degustação do vinho do Porto e restaurantes bem melhores do que os da Ribeira do Porto. Almocei aqui e foi muito bom. Tem uma feirinha também.
Ribeira de Gaia
Fomos caminhando pela Ribeira de Gaia até o final onde tem o teleférico. Muito novo, organizado, as cabines são grandes e seguras, tive a sorte de ir só eu e o marido, uma vista incrível!
Outra atração que não se pode deixar de conhecer é a Sé, a Catedral do Porto. Foi construída entre os séculos XII e XIII, em estilo gótico.
O Claustro da Sé do Porto é incrível e o seu terraço lindo demais!
Descendo a Rua da Sé, pela parte de trás, tem um caminho muito bonito e aproveitamos para conhecer o MASA – Museu de Arte Sacra e Arqueologia do Porto, que fica no Largo do Colégio. O MASA ocupa uma ala do Colégio São Lourenço, onde tem também a igreja de mesmo nome, conhecida como Igreja dos Grilos, de ordem jesuíta de 1577. Como os frades que a ocuparam eram provenientes do sítio do Grilo a igreja ficou com esse apelido.
Descendo em direção ao Rio Douro e sua Ribeira, a partir da estação de São Bento, existem três ruas importantes e boas para passear: Rua da Vitória, Rua Mouzinho da Silveira e Rua das Flores, esta última a mais animada e movimentada.
Na Rua das Flores conhecemos o Museu da Misericórdia do Porto (MMIPO) que fica ao lado da Igreja da Misericórdia. O MMIPO abriga a coleção de arte da Santa Casa.
A descida da Rua das Flores chega na Praça da Ribeira e tem uma vista linda para o Rio Douro.
Almoçamos no Cantinho o Avillez, maravilhoso, do Chef mais famoso de Portugal, com vários restaurantes em Lisboa, na Rua Mouzinho da Silveira.
Na última noite fomos tomar um drinque no bar do terraço do Hotel Yeatman em Vila Nova de Gaia, que tem uma vista panorâmica linda para o Porto
E fizemos um amigo, esse lindo pavão que queria um petisco.
Com o por do sol os tons do céu e a iluminação da cidade foi ficando cada vez mais lindo
Depois, bem próximo do Hotel Yeatman, fomos jantar no restaurante Barão de Fladgate, dentro da Cave Taylor’s de vinho do Porto. Como estava uma noite agradável o restaurante tem mesas no terraço com essa vista incrível da Ponte D. Luís I, fechando os quatro dias maravilhosos que passamos na cidade.
O Porto é uma cidade linda que vale a pena conhecer
Miradouro da Serra do PilarRibeira do Porto à noite
Ahhhh como eu amei Sintra. Tinha muita vontade de conhecer e não me decepcionou. Interessante que é um lugar com ar bucólico, geralmente não gosto de lugares bucólicos, mas Sintra é diferente, tem história e charme. Além de seus palácios, que considero visita obrigatória, passear pelas ruazinhas do centro é bom demais.
Como eu e o marido não alugamos carro em viagem, (até agora – penso seriamente em mudar), na realidade uma vez na Flórida com amigos e outra vez na Califórnia com o namorado (hoje marido), mas achei tão estressante que não aluguei mais.
Para ir a Sintra contratei o motorista português Joel Noivo (com página no facebook JCN Freelancer Tours), que de tanto nos atender virou amigo, mantemos contato até hoje. Só que o dia agendado para irmos a Sintra choveu e como ir lá com chuva não é legal, o querido Joel se dispôs a nos levar no domingo, dia de sua folga, porque estava marcando tempo bom. Só tinha um detalhe: ele tinha que levar a mulher: problema nenhum, a Susete é um amor de portuguesa, rimos o dia inteiro, foi ótimo!
E realmente, nem pensar dirigir em Sintra. As ruas são muito estreitas, eu chegava a fechar olhos e dizer: não vai passar! Mas passava, às vezes recolhendo os retrovisores, uma loucura. Joel que conhece tudo, deixava a gente na porta dos palácios e depois nos buscava, maior conforto.
Só que antes de chegar em Sintra passamos por Queluz, que é caminho, para conhecer o seu palácio.
O Palácio Nacional de Queluz tem a sua história interligada com a do Brasil já que foi aqui que nasceu e morreu Dom Pedro I. A construção do palácio começou em 1747, em estilo rococó, para ser a residência de verão de Dom Pedro de Bragança, consorte de D. Maria I “a louca”, tendo sido terminado primeiro os jardins.
O dia alternava entre céu limpo e nuvens escuras, mas pelo menos não choveu!
Com essas nuvens eu pensei: pronto, agora vai desabar o mundo, mas não, depois foram embora, foi só para “estragar” as minhas fotos mesmo. Abaixo no Canal dos Azulejos.
Em 1794 o Palácio se tornou a residência oficial da Família Real Portuguesa.
Sala dos Embaixadores
Sala dos Azulejos
Quarto D. Quixote. Foi aqui que nasceram todos os filhos de D. João VI e d. Carlota Joaquina. Dom Pedro I nasceu em 1798 e morreu nessa cama em 1834.
Saímos de Queluz e fomos para Sintra, chegamos no centrinho e fomos passear.
Na Pastelaria Periquita, famosa por suas queijadas e travesseiros (doce de massa folhada com recheio de creme de amêndoas). Desde 1862, parada obrigatória em Sintra.
Depois, comecei o tour pelo Castelo dos Mouros. Tinha a imagem da Minissérie os Maias, da Rede Globo, baseada na obra de Eça de Queirós, em que uma cena foi filmada aqui. É um castelo em ruínas, mas o visual é incrível, não me decepcionou, é muito legal!
O Castelo de Sintra, conhecido por Castelo dos Mouros é uma construção medieval, feita pelos Mouros no século IX, quando dominavam Portugal com o objetivo de guardar e proteger a cidade de Sintra. Porém, depois perdeu a sua característica estratégica e foi abandonado, mais um terremoto e um incêndio acabaram por deixá-lo em ruínas.
Fui até o topo do castelo, nas duas extremidades, são escadarias bem estreitas e íngremes e é difícil para duas pessoas passarem ao mesmo tempo, então quando tem alguém na contramão, aconteceu comigo, a gente tem que se agarrar para passar com cuidado e não cair, porque dá medo, já que não tem guarda corpo!
Só me lembrava da Tia Gina (única irmã da minha mãe, que não sobe e desce escadas, nunca). Para ir no Castelo dos Mouros e aproveitar o seu visual lá de cima tem que ter preparo físico ou como dizem os portugueses: força nas canetas (pernas)!
Vista do Castelo dos Mouros
Seguimos então para o Palácio da Pena, atração mais famosa e visitada, a única que peguei fila. A sua edificação é polêmica, do tipo ame ou odeie. Confesso que isoladamente achei brega, mas no contexto da cidade, no alto, pela história, chama a atenção, fica bem interessante. É o cartão postal de Sintra.
O Palácio da Pena foi construído por Dom Fernando, marido de D. Maria II (filha mais velha de Dom Pedro I e D. Maria Leopoldina) que se encantou pelo lugar. Terminado em 1850, tem estilo romântico e elementos neo-árabes, se constituindo de uma “harmonia única”. A ala do antigo convento é pintada de vermelho e a ala nova de amarelo. Foi o último palácio a ser construído pela dinastia Bragança e era destinado a residência de verão.
É muito difícil fotografar no Palácio da Pena. A visita é feita em fila. São centenas de pessoas andando uma atrás da outra. no centro, enquanto os cômodos e objetos ficam dos lados direito e esquerdo.
A parte que eu achei mais interessante foi a cozinha, com todos os seus apetrechos usados pela família real na época.
Para se ter uma ideia do tamanho do Palácio da Pena e de seu contexto na cidade só é possível em uma vista aérea
A próxima atração que eu visitei em Sintra foi a que eu mais gostei. A Quinta da Regaleira. O local que pertencia a Viscondessa da Regaleira e foi adquirido e ampliado pelo Dr. Antônio Augusto de Carvalho Monteiro, conhecido por “Monteiro dos Milhões”, em razão da sua fortuna. O palácio foi inaugurado em 1912. Homem culto, de espírito científico, bibliófilo notável, colecionador e filantropo. Por ser místico construiu nos jardins diversos elementos interessantes sendo o mais incrível o Poço Iniciático (para rituais de iniciação na Maçonaria).
O palácio está vazio, só uns poucos objetos, mas a sua arquitetura é tão linda e o misticismo que envolve a sua história tão interessante que considero o lugar imperdível para se visitar em Sintra.
Demos uma passada para conhecer o Hotel Tivoli Palácio de Seteais, é lindo, tenho vontade de dormir uma noite em Sintra da próxima vez, para sentir a magia dessa cidade à noite que deve ser incrível e quero me hospedar aqui. No seu exterior tem um jardim com colunas que de um lado tem uma vista linda do vale de Sintra e do outro cria uma moldura com o Palácio da Pena, fazendo um porta retrato da natureza que é maravilhoso!
Feliz em Sintra
O último local que visitamos foi o Palácio de Monserrate, o mais bonito palácio de Sintra. Na área, que pertencia ao Hospital de Todos os Santos de Lisboa, em 1540, existia uma capela dedicada a Nossa Senhora de Monserrate. Passou por vários proprietários até ser adquirida por Francis Cook, milionário inglês do ramo têxtil, em 1856. Construiu o palácio para ser sua residência de verão, em estilo romântico (ecletismo) com influência do gótico, indiano e mourisco.
O seu interior é lindo, as paredes todas trabalhadas
Em razão do enorme investimento que o proprietário do Palácio fez na região, o rei D. Luís I lhe concedeu o título de Visconde de Monserrate. Em 1947 o palácio foi vendido pela família e posteriormente adquirido (1949) pelo Estado Português. Declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1995.
Os jardins exóticos são lindos.
Entre as visitas aos palácios, para almoçar, escolhi o Lawrences, restaurante do hotel de mesmo nome, citado na obra Os Maias, de Eça de Queiroz, onde é imperdível o Bacalhau (claro) acompanhado de um Colares, o maravilhoso vinho português dessa região de Sintra. Com Susete e Joel, amigos pelo mundo.
Para encerrar esse domingo especial, fomos no Preto, comprar suas famosas queijadas, doce enformado feito com queijo ou requeijão, ovos, leite e açúcar. Mais uma instituição de Sintra.
Sintra é um lugar maravilhoso, imperdível para quem vai a Portugal. Ao lado de Lisboa, um delicioso passeio bate e volta.