Berlim – parte II

Continuando a minha viagem por Berlim, os outros post você lê aqui Hotel Adlon Kempinski – Berlim, aqui A Ilha dos Museus – Berlim, e aqui Berlim – parte I, fui conhecer o que sobrou do Muro de Berlim.

Após a 2ª Guerra Mundial,  Berlim foi ocupada por americanos, ingleses e franceses (aliados) e soviéticos, porém a convivência se tornou insustentável, pois os soviéticos (socialistas) eram muito diferentes dos americanos (capitalistas).

Então, em 1961 foi construída uma barreira física (primeiro alambrado, depois muro de tijolos, por fim muro de concreto), com 155 km de extensão, entre 3,5 e 4 metros de altura, dividindo assim a cidade de Berlim em duas partes, criando o lado ocidental (capitalista) a República Federal Alemã (RFA) e o lado oriental (socialista) a República Democrática Alemã, que de democrática não tinha nada, as pessoas queriam fugir para o lado capitalista, já que possuía melhores condições de vida, mas era proibido, muitos morreram tentando pular o muro fugindo do socialismo. Interessante que nunca ninguém quis pular do lado ocidental (capitalista) para o lado oriental (socialista), mas ainda tem gente que defende ou gosta do comunismo.

Finalmente, em 1989, após 28 anos, com a abertura da fronteira entre Áustria e Hungria, surgiram inúmeras manifestações e a restrição de passagem acabou, o muro começou a ser demolido. Me lembro de ter assistindo pela televisão, as pessoas em volta do muro pulando, dançando, com marretas, picaretas destruindo o muro, felizes com a queda de mais um absurdo da história da humanidade.

A ideia inicial era destruir o muro todo, depois se chegou a conclusão de que algumas partes deveriam ficar como lembrança desse horror, como exemplo para as futuras gerações. Então,  em alguns locais da cidade encontramos partes do muro. A parte mais extensa e famosa do Muro de Berlim fica ao longo do Rio Spree e tem 1.316 metros.

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Assim que essa parte foi mantida, artistas do mundo todo começaram a pintar o muro, dividindo-o em pedaços, como se fossem telas e se criou a East Side Gallery, uma verdadeira galeria de arte a céu aberto, situada entre a ponte Oberbaumbrücke e a estação de trem Ostbahnhof.

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A pintura mais famosa é a conhecida por “O Beijo“, de 1990, onde o líder soviético Leonid Brezhnev e o líder da Alemanha Oriental Erich Honecker estão se beijando. O grafite feito pelo artista russo Dmitri Vrubel boi baseado em uma foto de 1979, já que é comum na cultura russa os homens se cumprimentarem dando um “selinho”. A partir desse fato o artista fez uma ironia intitulando a obra de “Meu Deus, ajude-me a sobreviver a este amor mortal”, escrito na obra em russo e em alemão.

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Ao lado do muro está a ponte mais linda de Berlim, a Oberbaumbrucke, cuja tradução é “Ponte de Árvore da Correnteza”, já que a sua primeira versão, de 1770 era de madeira. Ela fazia a ligação entre o lado oriental e ocidental. A ponte atual é de 1896, tem dois pavimentos, duas torres e o seu estilo é o gótico.

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Atravessando a ponte para o lado ocidental, encontramos o lindo canal do bairro Kreuzberg

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Próximo a Ilha dos Museus e ao bairro Nikolaiviertel está a Alexanderplatz. Fomos para conhecer, já que é uma praça famosa de Berlim e para jantar. A Alexanderplatz era uma das minhas opções de hospedagem quando estava planejando a viagem, ainda bem que não fiquei lá. Não tem charme e a noite é “esquisito”, não é um lugar que eu me sentiria segura para voltar para o hotel toda noite.

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Na praça, só a fonte é bonita

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Tem um chafariz com jatos de “águas dançantes”, onde as crianças adoram brincar.

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A Prefeitura de Berlim, a Rote Rathaus

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Mas o entorno não é legal, lojas de eletrônicos, restaurantes sem bossa, enfim não gostei. Só que fomos para jantar em uma das atrações da cidade, a Berliner Fernsehturn, a Torre de TV, que tem um restaurante giratório no topo.

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A Torre de TV foi inaugurada em 1969 pela RDA como um símbolo da cidade oriental, representava o “triunfo do socialismo”. É a construção mais alta da Alemanha, tem 368 metros de altura até a ponta da antena e o seu observatório está a 203 metros. Foi construída em formato de esfera para lembrar o satélite soviético Sputnik e com a cor vermelha do socialismo. Porém, as suas placas refletem o formato de uma cruz, em qualquer ângulo que se olhe (ótimo castigo). Por esse fato, os arquitetos não foram convidados para a inauguração, porém não foi de propósito. A torre recebe 1 milhão de visitantes por ano e funciona das 9:00 à meia noite.

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Comprei o ticket antecipado no próprio site da torre para jantar no restaurante Sphere, que fica a 207 metros de altura, pelo site http://www.tv-turm.de Escolhi a mesa ao lado da janela ao preço de 23,50 euros por pessoa. Esse ticket dá direito a entrar sem fila e acesso ao observatório que fica embaixo do restaurante (no mezanino). O consumo do restaurante é à parte.

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Reservei para s 19h para ver o por do sol, o dia estava lindo, limpo, a visibilidade excelente. A vista lá de cima é realmente muito bonita. Como o restaurante é giratório a vista da cidade é 360°. Quando eu sentei me senti um pouco tonta, depois acostumei. A comida era boa, mas não achei uma experiência imperdível. Eu achei o restaurante feio e sem charme, mas também não é aquele clássico “pega turista”, muitos berlinenses vão quando querem comemorar uma data especial. Para quem quer ter uma visão da cidade completa, acho suficiente ir só no observatório.

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Uma das coisas que mais gosto de fazer em cidade que tem rio é um passeio de barco. Toda vez que fui a Paris fui no Bateaux Mouche (adoro). Em Berlim tem vários tipos de passeio, o mais popular é o que sai do pier atrás da Catedral, na Iha dos Museus. O ingresso se compra na hora, tem passeios de 1 hora até 4 horas de duração. Escolhi o de 1 horas para ver os principais pontos da cidade pelo rio Spree.

O nosso barco era muito legal, pequeno, as cadeiras pareciam dos cafés de Paris. Não tinha audioguide e sim uma guia que falava no microfone sobre os monumentos, primeiro em alemão, depois em inglês. Tinha também um pequeno bar que vendia água, suco e cerveja.

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O passeio é lindo, eu amei! Abaixo, no início, passando encostado a catedral de Berlim.

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Alte National Galerie
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Bode Museum

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Reichstag – Parlamento Alemão

A parte moderna dos prédios governamentais como a Chancelaria.

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Na parte moderna de Berlim (ocidental), fomos na Potsdamerplatz, onde tem o Sony Center, um complexo com cinemas, lojas e restaurantes.

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Como já havia comentado, a parte moderna de Berlim não me agradou, quem sabe em uma próxima vez, explorando outros pontos eu mude de opinião.

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Outro ponto que também me surpreendeu em Berlim foi a comida. Comi muito bem em todos os lugares que estive, verdade seja dita, só comi culinária alemã em um dia, porque não tinha outra opção! Berlim é uma cidade cosmopolita e isso se reflete na sua oferta gastronômica. Tem restaurantes para todos os gostos e bolsos, mesmo porque Berlim é uma capital barata, comparada a outras que já estive (Paris, Londres, Roma).

Então, basicamente, fui a restaurantes italianos e de frutos do mar, meus preferidos e comi muito bem. Pratos saborosos, bem feitos, ambientes bonitos e atendimento muito simpático.

O top da lista é o Bocca di Bacco, na Friedristrasse, a 900m do Portão de Brandemburgo e do meu hotel. Essa rua e o seu entorno é fantástico para comer, tem muitas opções de restaurantes bons.

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Gostei tanto do Bocca di Bacco que fui duas vezes, almoço e jantar.

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Nessa mesma rua, Friedrichstrasse, tem o Crackers, mix de restaurante, bar, balada. Amei! O portão de ferro na calçada quase não dá para ver, tem que tocar a campainha e a entrada é pela cozinha.

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Lá dentro é lindo e a comida ótima.

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Outro que gostei muito foi o restaurante Austernbank, na Behrenstrasse, especializado em frutos do mar, delicioso.

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E o restaurante mais lindo que nós fomos, o Charlotte & Fritz, no Regent Hotel, que fica na Charlottenstrasse, comida, ambiente e atendimento fantásticos.

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Nessa mesma área, voltando a Friedrichstrasse, tem outro ponto de interesse, o Check Point Charlie. Era o posto militar da fronteira ocidental/oriental durante a Guerra Fria. Era o terceiro dos 3 postos utilizados pelo aliados. Charlie – é o nome da letra C no alfabeto fonético internacional. Hoje há uma reprodução da cabine original que tinha a placa: “você está deixando o setor americano”. Ao lado tem um museu com história e fotos da época do muro e da guerra fria. Mas, como é preciso viver do turismo, hoje tem “dois soldados” lá que por 2 euros você pode bater uma foto, com direito a quepe e continência.

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Perto do Portão de Brandemburgo, atrás do Hotel Adlon, tem o Memorial do Holocausto, um espaço ao ar livre com 2.711 blocos de concreto para lembrar os judeus mortos pelo nazismo, foi inaugurado em 2005.

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Por fim, o último lugar que visitei em Berlim, o Reichstag, a sede do parlamento Alemão. Eu não tinha certeza se queria ir, então fui deixando, só que na véspera de ir embora resolvi que queria conhecer. Não dava mais tempo para agendar a visita, tem que ser com no mínimo 3 dias de antecedência já que tem que informar o número do passaporte para conferência por questão de segurança. Mas, como o Concierge do Hotel Adlon consegue qualquer coisa, ele reservou para almoçar no restaurante Käfer, que fica dentro do Parlamento e tem acesso a sua famosa Cúpula com terraço e linda vista.

Foto do ensaio panorâmico com @fotografobrasileiroemberlim

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Berlim certamente não é uma cidade que se esgota em 6 dias, faltou muita coisa para conhecer: palácios, museus, galerias, outros bairros, mas, fico feliz, porque assim tenho bons motivos para voltar.

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Berlim – parte I

Em maio de 2018 passei 6 dias em Berlim, sobre o hotel você lê aqui Hotel Adlon Kempinski – Berlim , e os museus aqui A Ilha dos Museus – Berlim.

Como foi a primeira vez na cidade uma coisa chamou a minha atenção, que eu não esperava, achei a parte da antiga Berlim Oriental muito mais bonita que a Berlim Ocidental. Suas ruas, monumentos, praças e museus são lindos. Claro que desde a queda do muro em 1990, há todo um trabalho de recuperação dos monumentos, até hoje a parte oriental tem andaimes em alguns prédios, mas boa parte já foi restaurada e recuperado o seu esplendor. Já a parte ocidental tem arquitetura moderna, muita coisa pichada. Assim, o muro caiu, mas a diferença continua lá, de alguma maneira a gente percebe.

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Berlim é uma cidade alto astral. As pessoas são alegres, simpáticas, amam o Brasil (não tem ideia rsrsrs)! É um povo de hábitos simples, os alemães são descolados, a vida noturna é incrível, cheia de restaurantes e bares, sempre lotados, não tem dia, nem hora, muitos turistas. É uma cidade animada porque o seu povo a faz assim, gostam de curtir a vida, falam alto, gritam, dançam na rua! Dia de jogo de futebol então, a cidade vem abaixo, hahaha, adorei! Foi um lugar que eu me senti bem e tenho uma imensa vontade de voltar.

As cidades para mim se dividem em: 1) odiei, Deus me livre, nunca mais! (não tem nenhuma) 2) não gostei (Buenos Aires) 3) gostei, mas não voltaria (Pisa e Bolonha, p. ex); 4) gostei, se der um dia volto (algumas); 5) amei e quero voltar urgente, sempre (muitas! Atenas, Veneza, Florença, Roma, Viena, p. ex.). Berlim está na categoria “5” e isso também me surpreendeu, não imaginava que seria assim, que bom que foi!

São tantos os lugares para mostrar, o distrito de Mitte onde me hospedei, bem junto ao Portão de Brandemburgo é monumental. Grandes avenidas, palácios, igrejas, sua arquitetura é fantástica. Dentro desse bairro estava em dúvida sobre três áreas para me hospedar que são: a) o entorno do Portão (amei e recomendo com certeza), b) o entorno da Bebelplatz (gostei e recomendo),  c) Alexanderplatz (não gostei, não recomendo).

Bem ao lado do meu Hotel está ele! O Portão de Brandemburgo, o cartão postal de Berlim. Na Pariser Platz, entre a Avenida Unter den Linden e o Parque Tiergarten. Fotos de Felipe Minnicelli @fotografobrasileiroemberlim

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Para pegar o portão assim, praticamente “só para mim”, fomos às 8:30 da manhã. A praça onde ele se encontra é a Pariser Platz, em razão da vitória prussiana sobre a França.

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Foi construído entre 1788 e 1791 pelo rei da Prússia Friedrich Wilhelm II e a inspiração foi a Acrópole de Atenas. Com seis colunas dóricas de cada lado (frente e verso), a quadriga no topo é conduzida pela Deusa da Vitória

Em 1806 Napoleão Bonaparte leva a quadriga para Paris, oito anos depois ela é recuperada, recolocada no topo do Portão e recebe a cruz de ferro com a águia prussiana.

O Portão de Brandemburgo foi bastante danificado na 2ª Guerra Mundial, mesmo porque ficava ao lado da Chancelaria do Reich, mas felizmente não foi destruído. Foi recuperado e está desde 2002 fechado para o tráfego. É o símbolo da unificação da cidade e do país. Palco de todo tipo de atividade, manifestações, festas e o reveillon aqui dizem que é mágico.

Atrás do Portão de Brandemburgo está o Tiergarten, um parque imenso, lindo, o pulmão de Berlim. Bonito em qualquer estação do ano, a neve no inverno, as folhas douradas no outono, o conheci com as flores da primavera e foi maravilhoso.

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São muitas ruas, pontes, lagos, um recanto mais lindo que o outro. Como é enorme fiz um passeio com um tuc tuc e foi ótimo! Nosso “motorista” Olaf muito gentil, parava em vários lugares lindos que só os locais conhecem, fazia fotos, amei. Contratei o tuc tuc em frente ao Portão de Brandemburgo.

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Com Olaf, nosso tuc tuc, passeamos pela Berlim Ocidental. Paramos só em alguns pontos para fotografar, mesmo porque seria impossível parar em todas  as atrações em um passeio que durou 2 horas. O que eu mais gostei foi a Gedächtniskirche, uma igreja parcialmente destruída na 2ª Guerra Mundial.

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A Igreja não foi recuperada para ficar como símbolo dos horrores da guerra

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Com a Siegessäule, a Coluna da Vitória, construída em 1873 para comemorar as vitórias militares do Reino da Prússia sobre o Império Austríaco.

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Na frente do Palácio Bellevue, a residência oficial do Presidente da Alemanha.

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Voltando a Berlim Oriental, Gendarmenmarkt é a praça mais bonita de Berlim, com acesso pela Avenida Unter den Linden, no bairro Mitte é composta por 3 edifícios: a Konzerthaus, casa de concertos, no centro; de frente para a a Konzerthaus, a Franzosischer, a Catedral Francesa está à direita e a Deutscher Dom, a Catedral Alemã, à esquerda.

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Estátua do poeta Friedrich Schiller
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Konzerthaus
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Catedral Francesa
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Deutscher Dom

Caminhando pela Unter den Linden, um pouco mais a frente, em direção ao rio Spree, em duas quadras está a Bebelplatz,  a Ópera de Berlim (que fui assistir o Barbeiro de Sevilha), a Universidade Humbolt e a Catedral de Santa Edwiges, a igreja católica mais antiga da cidade.

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Ópera de Berlim
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Universidade Humbolt
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Catedral de Santa Edwiges

Essa praça é famosa porque em 10 de maio de 1933 houve a grande queima de livros censurados pelos nazistas (como Freud, Karl Marx, entre outros). Um dos livros queimados na grande fogueira era do poeta alemão Heinrich Hein que já tinha escrito: “Onde livros são queimados, seres humanos estão destinados a serem queimados também” Profético! No local da fogueira há um memorial, uma janela de vidro no centro do chão da praça que dá para uma estante vazia.

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Continuando pela Unter chegamos na Berliner Dom, a Catedral de Berlim, na Ilha dos Museus, em frente a fonte do seu parque central  (Lustgarten), às margens do Rio Spree.  É linda demais, por dentro e por fora. A Igreja é protestante Luterana e foi construída de 1894 a 1905 por ordem do Rei Friedrich Wilhelm IV

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@fotografobrasileiroemberlim

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A Catedral de Berlim tem o maior órgão de tubos da Alemanha

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Na cripta dos Hohenzollern estão o Rei Friedrich e a rainha Sophie Charlotte

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Os fundos da catedral que dá para o Rio Spree

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Seguindo pela rua dos fundos da Catedral chegamos em um bairro muito legal, charmoso, parece uma Berlim de outro tempo, o Nikolaiviertel, é pequeno, poucas ruas, mas tem muitas lojas e restaurantes, estive duas vezes aqui, amei!

 

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Estátua de São Jorge e o Dragão

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A Nikolaikirche, Igreja de São Nicolau, é o mais antigo edifício histórico sagrado de Berlim, a base de pedra das torres é do ano de 1.300, foi destruída na 2ª Guerra Mundial e reconstruída em 1987

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Berlim tem muito o que ver e fazer, deixo para o próximo post os outros lugares que eu conheci nessa cidade incrível!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Ilha dos Museus – Berlim

Já falei várias vezes, mas não custa repetir, eu amo museu. Amoooooo! E sou bem eclética, como não sou expert em arte, gosto de apreciar todo o tipo de acervo. Pinturas, esculturas, tapeçarias, mobiliário, decorativas, vestuário, achados e objetos arqueológicos, artes sacra, antiga, moderna e contemporânea. Também pode ser de qualquer parte do mundo ou período, tudo me interessa. Só em Paris conheci 41 museus (não galerias, museus mesmo) e alguns fui diversas vezes. Sou apaixonada por arte e história e adquirir conhecimento para mim é obrigação e prazer.

Assim, em Berlim, queria muito conhecer a tão famosa Ilha dos Museus com 5 prédios e distintos acervos. É possível comprar um ingresso combinado para visitar os cinco museus em um dia a um preço mais barato, mas não tenho condição, acho muito cansativo, muita informação para um dia só. Outra opção é o cartão Museum Pass Berlim que dá direito a entrar em 60 atrações na cidade em 3 dias, mas também não tinha intenção de visitar os museus em 3 dias consecutivos, já que possuía seis dias na cidade. Então fiz assim: fui em dois museus em um dia, dois em outro dia e por último mais um. Não visitei em dias seguidos.

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Chegando na Ilha dos Museus com a catedral ao fundo

Comprei os ingressos diretamente na bilheteria central localizada no meio da ilha, perto do Pérgamom e foi este o único museu que peguei fila para entrar, os outros estavam bem tranquilos.

A Ilha dos Museus fica no Rio Spree, na altura do distrito (bairro) Mitte, o mesmo que me hospedei, que você lê aqui Hotel Adlon Kempinski – Berlim, e foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1999. Só o local já vale a visita, é lindo e no parque central está a Catedral de Berlim que é belíssima.

a) Altes Museum (Museu Antigo): é o mais antigo museu de Berlim e o mais importante museu do mundo em Arte Antiga. Expõe parte da coleção de Antiguidades Clássicas Grega, Romana e Etrusca. No andar de cima tem as esculturas de César e Cleópatra, mosaicos, sarcófagos e afrescos. Funciona das 10:00 às 18:00 horas e fecha 2ª feira.

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Seu prédio é uma ótima locação para fotos e faz parte do Ensaio Panorâmico, que contratei e fiz em outro dia, do fotógrafo Felipe Miniccelli @fotografobrasileiroemberlim

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O prédio tem uma Rotunda com estátuas gregas e egípcias e no teto símbolos do zodíaco

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Achei lindo esse retrato (de múmia em um sarcófago), Egípcio do ano 150 d.c.

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Estátua de Antínoo, o jovem e belo namorado do Imperador Romano Adriano (130 d.c.)

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b) Neues Museum (Museu Novo): Foi construído entre 1850 a 1859 e muito danificado durante a 2ª Guerra Mundial. Só foi reaberto em 2009. Possui coleções da pré-história, Egito Antigo, História Antiga e uma coleção de papiros. Tem duas peças valiosas,  a primeira é “O Chapéu de Ouro de Berlim” do ano 1.000 a.c. encontrado no sul da Alemanha e possui desenhos do calendário lunar.  A segunda peça e a mais importante é o Busto de Nefertiti, rainha do Egito “a mulher mais linda do mundo”.

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Chapéu de Ouro de Berlim

Nefertiti, a Rainha do Nilo, mulher do Faraó Akhenaton viveu de 1.380 a 1.345 a.c. Seu busto foi descoberto por arqueólogos alemães em 1912, em Amarna, no Egito. O Busto de Nefertiti é feito de calcário e tem 3.400 anos! Infelizmente não é permitido fotografar, ele está em uma redoma de vidro blindada com dois seguranças. Foi uma emoção muito grande poder ver, é lindo, suas cores ainda tão vivas, somente um pequeno pedaço da orelha está quebrado, é impressionante.

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Foto do site: http://www.arqueologiaegipcia.com.br (Magnus Manske)

O acervo do Neues é maravilhosoIMG_2021

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c) Bode Museum: o seu nome é em razão do seu idealizador e primeiro curador Wilhelm von Bode, fica às margens do Rio Spree e seu prédio tem uma arquitetura linda. O seu acervo possui esculturas europeias da Idade Média até o Século XVIII, Arte Bizantina e uma Coleção de Numismática. Funciona das 10:00 às 18:00 horas, fecha 2ª feira.

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A sua fachada vista do Rio Spree durante o passeio de barco

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Retrato de Jovem Mulher, provavelmente Jacqueline de Rohan, de Den Haag, Lyon 1535

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São Sebastião do ano de 1638

d) Alte National Galerie (Galeria Nacional Antiga): O seu prédio é lindo e o acervo é composto pela Arte do Século XIX. Neoclassicismo, Romantismo, Impressionismo, Simbolismo, Art Noveau e Bidermeier. Pintores alemães como Schinkel, Menzel e Liebermann. Os franceses Monet, Renoir e Cezanne e esculturas de Rodin. Funciona das 10:00 às 18:00 horas e fecha 2ª feira.

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O marido não podia ter dito: um pouco mais para o lado? Mas, não posso reclamar, nessa viagem ele arrasou como fotógrafo!

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Não gosta de ser fotografado

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Tilla Durieux als Circe de Franz von Stuck – 1913
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O privilégio de uma infância assim

e) Pergamon: o museu mais visitado de Berlim. Quando fui a sua atração principal e que lhe dá o nome, o Altar de Pergamon, estava fechado para restauração, com previsão de conclusão em 2020, uma ótima desculpa para voltar. Mesmo assim, o seu acervo composto por Antiguidades Clássicas, Museu do Oriente Médio e Museu de Arte Islâmica é impressionante. Funciona das 10:00 às 18:00 horas todos os dias.

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O Portão do Mercado de Mileto, construção romana do século II, tem 17 metros de altura e 29 metros de largura, dava acesso a antiga cidade (atual Turquia), é monumental, não se tem ideia pelas fotos do tamanho dessa construção.

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Touro Alado (Lamassu), Guardião do Templo, Assíria (2.500 a.c. – 600 a.c.)

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No acervo de Arte Islâmica, a fachada de Mshatta, um palácio na Jordânia do ano 743 d.c.

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Mihrab – nicho de oração que indica a direção de Meca

Por fim, a peça mais importante do acervo a mostra, a Porta de Ishtar. Era um dos oito portões da muralha que cercava a antiga cidade da Babilônia, foi construída pelo Rei Nabucodonosor II em 575 a.c. Tem 14 metros de altura e 30 metros de largura. É decorada em alto relevo com animais sagrados, como o leão.

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Visão total da Porta de Ishtar. Como alguém consegue fotografar nesse ângulo?

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Foto: http://www.hav120151.wordpress.com

Os animais em alto relevo, suas cores, a perfeição em que se encontram, incrível!

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A Babilônia, cidade da região da Mesopotâmia, conhecida por ter uma das sete maravilhas do mundo antigo, os “Jardins Suspensos da Babilônia”, teve seu auge no reinado de Hamurabi, em 1.850 a.c.

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A Via Processional que leva até a Porta de Ishtar

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A Ilha dos Museus em Berlim tem beleza, história, arte, cultura e lazer em um só lugar, é um lugar imperdível para conhecer na cidade. O Jardim do Pátio das Colunatas.

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O Pátio das Colunatas entre a Alte National Galerie e o Neues Museum.

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Lustgarden o “parque do prazer” na Ilha dos Museus, com sua fonte no centro, em frente ao Altes Museum e esse céu azul  lindo de Primavera em Berlim, saudade!

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O número de museus em Berlim é imenso, a sua oferta artística e cultural vastíssima, o que não faltam são opções para uma próxima viagem que espero seja em breve!

 

 

 

 

 

 

 

 

Hotel Adlon Kempinski – Berlim

Estive em Berlim pela primeira vez em maio de 2018, por 6 noites e escolhi me hospedar no Hotel Adlon, considerado uma verdadeira instituição na cidade. É um hotel histórico, localizado na Avenida Unter den Linden, ao lado do Portão de Brandemburgo, na Parisier Platz.

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Foi construído em 1907 pelo empresário Lorenz Adlon, inaugurado pelo Kaiser Guilherme II e foi um dos mais famosos hotéis da Europa, cenário do filme Grande Hotel, de 1932, com Greta Garbo. Recebeu inúmeras personalidades como Charles Chaplin, Marlene Dietrich, Albert Einsten e o Czar da Rússia, assim como governantes e diplomatas.

Por ser ao lado da Chancelaria e Ministério do Exterior, durante o período nazista, era utilizado para festas e recepções, dada a beleza de seus salões. O preferido de Goebbles e Goering. Durante a 2ª Guerra Mundial continuou funcionando como hotel e também hospital, porém, na noite de 02 de maio de 1945, faltando apenas seis dias para terminar a 2ª Guerra sofreu um incêndio e foi parcialmente destruído. Seu diretor Louis Adlon, filho do proprietário, morto a tiros em 07 de maio de 1945. Dizem que foram os russos.

Foi então fechado. Na década de 1970 serviu como pousada para estudantes e em 1984 foi demolido. Comprado pela cadeia hoteleira Kempinski foi reconstruído e reinaugurado pelo Presidente da Alemanha em 1997.

Reservei pelo site http://www.grandluxuryhotels.com um quarto executivo e no momento do check in recebi um upgrade para uma suíte executiva com 62m2 e vista para o Portão de Brandemburgo.

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O Lobby do Hotel Adlon é lindo e final de tarde lota para um aperitivo. Sua Fonte de Elefantes é uma réplica da original.

 

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A cúpula de vitrais em cima da Fonte de Elefantes no Lobby

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O hotel é enorme, tem lojas, salões para recepções e casamento, spa e piscina coberta

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Foto do site: http://www.kempinski.com
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Foto do site: http://www.kempinski.com

O quarto, uma suíte executiva com hall, sala, sofá, poltronas, duas TVs!!! (nem foram ligadas, não assisto televisão em viagem) área do quarto separada, mini bar com produtos gratuitos (inclusive alcoólicos), cafeteira para café expresso (também nunca foi ligada, não tomo café) e todos os dias eram colocados docinhos de presente. O atendimento do Adlon é espetacular.

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Foto profissional da nossa suíte (é outra vida)

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Foto do site: http://www.kempinski.com

Vista da janela do quarto, toda noite ficava admirando, lindo

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O banheiro tinha duas partes, um lavabo na entrada (separado) e área de banho e lavatórios (pias) em outra parte. As duas pias eram separadas, uma do lado esquerdo com produtos femininos e outra do lado direito com produtos masculinos, muito legal

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Fui em um dos restaurantes do Hotel e no bar que é junto ao lobby, ambos fantásticos.IMG_1545.JPG

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Agora o café da manhã do Hotel Adlon foi a coisa mais maravilhosa da minha vida! Já me hospedei em alguns hotéis 5 estrelas, sempre com um café excelente, mas o do Adlon não existe! Eram diversas salas com todos os produtos que se possa imaginar, vários tipos de champanhe, vários tipos de caviar, um Chef para preparar os ovos, panquecas, wafles, etc, uma loucura, e daí eu que ainda não tinha cabeça de blogueira o que fiz? Não fotografei o café!!! Não me conformo! Fica para a próxima rsrsrs. Achava um mico levar o celular e ficar fotografando o café da manhã, mas agora que sou blogueira é diferente, faz parte. Mais uma vez vou me socorrer do site do hotel:

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Foto do site: http://www.kempinski.com

Na área do café, que fica no mezanino do Hotel (área em cima do Lobby) com vista para a Fonte dos Elefantes e próximo a linda cúpula, à tarde, tem o Afternoon Tea, fomos uma tarde e estava ótimo.

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O restaurante que fomos jantar uma noite, Quarré, especializado em culinária francesa (comida deliciosa), também não fotografei, só a vista da nossa mesa, o majestoso Portão de Brandemburgo. O restaurante tem também mesas externas, em um terraço na calçada. O Hotel tem mais dois restaurantes, um asiático e um gastronômico.

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Foto do site: http://www.kempinski.com
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Foto do site: http://www.kempinski.com

O Hotel Adlon Kempinski tem um atendimento espetacular e a sua equipe de Concierge resolvem tudo. Bobeei e esqueci de reservar antecipado a visita ao Parlamento Alemão, conversei com o Concierge na véspera e ele conseguiu pra mim uma reserva no restaurante do Parlamento que permite a entrada na Cúpula do Parlamento para a visita, foi o máximo!

O lobby do elevador e suas flores lindas, saudade.

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Amei ter me hospedado nesse hotel, a sua localização é perfeita, principalmente para o turista de primeira viagem à Berlim, pois fica muito próximo as principais atrações da cidade. É lindo, bem movimentado, staff super gentil, foram dias maravilhosos na incrível Berlim.

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