Até dois anos atrás o continente africano nunca esteve na minha lista de desejos. Então, em março de 2019, conheci o Marrocos e amei. Tenho loucura para conhecer o Egito (estou esperando abrir o novo Museu do Cairo), mas aquela viagem clássica para fazer um safári não me inspirava.
Só que comecei a ver tantas influencers que sigo viajando para lá, fazendo passeios incríveis que me contagiou. Elas influenciam mesmo! Quem sabe um dia eu consigo montar um roteiro para a África do Sul, Tanzânia, Quênia e ver de perto, no seu habitat, os big five.
Por isso resolvi montar um jantar especial para o Dia dos Namorados e sonhar com este roteiro, com o tema: Uma noite na Savana. Para a “chamada” dos convidados virtuais contei com a participação especial da filha mais nova, Peggy que arrasou como Simba, o Rei Leão, mais a trilha sonora do filme de animação.
Quando pensei na montagem da mesa não encontrei nenhum prato do meu “acervo” que servisse para o tema. Em pesquisa na internet vi uns pratos com desenhos de Zebra que amei. Comprei nos sites Mykhome e Letícia Abreu Casa, esta última onde também comprei as taças de vidro de zebra.
São três pratos: raso, sobremesa e fundo da marca Maison Blanche. Cada um tem um desenho diferente. O sousplat ganhei do marido há muito tempo da loja Roka Ideias e Objetos.
Queria um conjunto de talheres com cabo de bambu faz tempo, mas não me agradava do acabamento, até que para esse jantar (que teve 1 mês de planejamento) encontrei no site da Letícia Abreu Casa (com loja física na cidade de Criciúma/SC). Vi um faqueiro com dourado e bambu que achei tão lindo que resolvi comprar, chegou na minha casa em 3 dias. As fotos do site não decepcionaram, ele é ainda mais bonito e perfeito ao vivo.
Para a toalha de mesa comprei o tecido na loja Kotzias do Shopping Beiramar. É um cetim muito leve e com textura e brilho maravilhosos. Quando fui pedir para a minha mãe fazer a bainha ela me disse que depois do jantar queria o tecido para fazer uma roupa! Como era o final da peça comprei os 3 metros e fiquei com pena de cortar, então usei assim até o chão, ficou diferente, nunca tinha usado assim.
Retirei as cadeiras das pontas para visualizar bem a toalha e arrematei com esse bicho da Loja Klim Decorações do Shopping Beiramar, que parece uma mistura de garça com pelicano, peça que possuo há quase 20 anos.
O tecido em estampa de onça era muito escorregadio, daria muito trabalho para a minha mãe fazer a bainha, então desisti e optei por cortar com um estilete. Trabalho da mana Renata que também fez os guardanapos (um pequeno pedaço que cortamos do tecido para fazer apenas dois). Comprei uma renda preta para o acabamento e sinceramente não gostei do efeito, ficou parecendo uma camisola hehehe. Porta guardanapos de zebra da Maison Blanche, no site Mykhome.
A maioria dos objetos que utilizei na mesa foram comprados em viagens. Embora só tenha ido ao Marrocos, possuo peças de muitos países da África, adquiridos principalmente na feira africana do bairro Harlem, em New York, já que o marido e eu gostamos muito de objetos de decoração étnicos.
O macaco sentado em alpaca veio de São Francisco na Califórnia, é uma peça asiática que eu achei que combinava com o tema, mais alguns cachimbos de ópio em madeira espalhados pela mesa.
Os objetos egípcios nas fotos acima e abaixo, acredite se quiser, compramos em Las Vegas, no Cassino Luxor, que tem um pequeno museu egípcio e loja de produtos importados do Egito. Não preciso dizer que foi o cassino que mais amei, mesmo porque quando fui em 1996, os top cassinos de hoje ainda não existiam.
Amo Escaravelho – Cassino Luxor Las Vegas
Em alguns jantares gosto de informar algo a mais sobre o local. Pode ser filme, música, livro, tudo o que me inspirou para aquele tema. Um dos objetos que usei na decoração da mesa é uma escultura de uma mulher negra que adquirimos em São Francisco, na Califórnia.
Esta escultura se trata da representação da Vênus Hotentote, uma sul africana que foi para Londres em 1808 para servir como atração de circo, em razão do vasto tamanho de suas ancas (quadril), extremamente exótico na Europa daquela época. A história é verídica e muito triste. Seu nome era Saartjie Baartman, ela pertencia ao povo Khoisan, cuja etnia é conhecida como Hotentote. Para quem se interessa foi feito um filme baseado na sua história chamado Venus Noire.
A peça de alpaca a esquerda da foto da loja Artshop Center (que não existe mais) representando as “mulheres girafas” da tribo Ndebele da África do Sul que usam argolas para esticar o pescoço. Mais dois blackamoor, peças produzidas na Itália, principalmente em Veneza que representam negros/ mouros/muçulmanos.
Para arranjo floral usei somente a orquídea oncidium, que como o nome já diz, suas pétalas imitam as cores da onça. Também é conhecida como orquídea chuva de ouro.
No menu, para a entrada, o marido preparou uma sopa de frutos do mar. A receita é de bouillabassie, um caldo com peixe, marisco, ostra e camarão que no jantar virou “African Fish Soup”. Ficou bem grosso o caldo, quase não aparece e o Chef marido também colocou ovos, ficou um espetáculo!
O Prato Principal pedi no restaurante dos meus queridos amigos Rico e Jó, o Bistrô da Praça, que é a nossa segunda casa, frequentamos há 15 anos. No cardápio se chama Congro à Martinica. Um peixe com molho de manga que vem acompanhado de arroz selvagem e banana. Apesar da Martinica ser uma ilha de possessão francesa no Caribe a maioria da sua população é africana e portanto sua culinária tem forte influência desse continente, assim, achei que o prato combinava com o tema do jantar e estava uma delícia!
E a sobremesa sorvete de maracujá com cocada mole também do Bistro da Praça.
O vinho branco para acompanhar a refeição foi sul africano, claro!
O look que usei no jantar foi um vestido da Mixed, coleção de 2018 (acho), inspirada na África e o colar comprei em Marrakech na Loja 33 Rue Majorelle.
Para arrematar, um café para o marido (eu não bebo) da edição da Nespresso com grãos cultivados na África (Etiópia, Uganda e Zimbabwe), seleção especial Origens.
N decoração da mesa procurei usar todos os objetos que eu tinha que se relacionassem com o tema. Fiquei impressionada como possuo peças sem nunca ter visitado estes países africanos. Esculturas de ébano da feira africana do Harlem NYC, porta jóias de máscara vermelha africana, cabeça de carneiro, porta vela de bode em bronze, cabeça de Órix (antílope) pratada, cachimbo de ébano, pente de madeira africano e objeto de chifres entrelaçados comprado em Paris.
Neste jantar resolvi também decorar a sala de estar. Usei uma manta de leopardo para cobrir um sofá, almofadas com rostos de africanas que estava na casa da minha mãe (o tecido é Donatelli). Cabeça de moura e vaso com arranjos florais da Oficina da Terra Loja, no Beiramar Shopping, com folhas verdes grande e orquídeas cymbidium amarela. Máscaras africanas da feira do Harlem NYC. Manta de zebra em outro sofá, cabeça de boi pintada de branco (arte do marido), mais alguns objetos espalhados pela casa que tinham a ver com o tema: prato com desenho de hipopótamo, fruteira de bananas, bustos de negras em gesso e em papel machê.
Anita Nala e Peggy Simba – O Rei Leão
Foi um jantar para o Dia dos Namorados bem diferente de tudo que já havia feito. Alguns anos saímos para jantar, outros passamos em casa com o marido cozinhando e eu caprichando na mesa. Mas, desta vez, o planejamento e montagem foram bem pensados e demorados, amei! Esta mesa foi uma das minhas preferidas. Gostei tanto que no outro dia fiquei com pena de desmontar. A toalha, os arranjos e enfeites ficaram mais alguns dias.
E, também pela primeira vez, fizemos uma foto com o timer da câmera do celular, para registrar esta noite que para mim foi muito especial, já que adoro celebrar o Dia dos Namorados! Look do marido bata africana do Harlem, NYC.
Jantar Africano – Dia dos Namorados – Uma Noite na Savana – 12 de junho de 2020
Viagem que fizemos em 2018 a Grécia é um dos lugares mais lindos do mundo. A saudade é imensa e o marido vive me perguntando quando a gente vai voltar. Pronto, resolvido! Nesta edição do Jantar Temático “visitamos” a nossa ilha preferida com o tema: Sunset em Santorini.
Inspiração Anita a filha mais velha “adorando” participar
Essa foi a mesa mais difícil de montar porque eu não tinha muitos elementos. Não fiz quase compras na Grécia, visitei várias ilhas e precisava ficar e me manter “leve” no decorrer da viagem que ainda tinha Istambul no final. Então partindo das cores da bandeira azul e branco, com muito olho grego e flores o resultado foi esse.
Toalha de mesa em renda que comprei na lua de mel (1997) em New York (não lembro o nome da loja, foi na 5ª Avenida, bem para baixo – direção sul de Manhatan). Guardanapos da marca Couleur Nature de Paris e porta guardanapos de miçanga verde imitando coral da loja Roka Ideias e Objetos. Faqueiro em prata WMF (nada a ver com a Grécia). Taça azul de cristal Bohemia e copo bico de jaca azul emprestado do restaurante Bistro da Praça. Vasinhos pequenos azuis e brancos com flores tudo da Oficina da Terra, floricultura do Shopping Beiramar. Uma chaleira azul da Indonésia (Artshop Center loja que não existe mais)
Pratos Linha Mediterrâneo Azul, da Tânia Bulhões, ganhei de presente do marido em um aniversário. Jogo americano redondo azul marinho da Maison Trois no Shopping Beiramar.
E a minha paixão, dois pratos nas laterais como decoração: um com estampa de cavalo marinho o outro com concha nautilus, verdadeiras jóias, comprados na ilha de Rhodes.
Os potes verdes vazados grandes usados como lamparinas tenho há muito tempo, são da Primavera Garden na Rodovia SC 401 e os pequenos com bolinhas verdes e azuis que parecem de gude, compramos em Los Angeles, em um balneário que se chama Santa Mônica em 1996!!!
Os peixes grandes azuis, estilo Bordallo Pinheiro também são da Primavera Garden, servem como jarras, vasos ou só decoração.
Os outros arranjos de flores em vasos baixos (tipo potiche) nos tons azul e branco foram feitos com hortênsias azuis e flores desidratadas pela Juliana Hames. Na foto abaixo é possível visualizar melhor o arranjo.
Como comentei, não compramos muita coisa na Grécia, mas sempre dá para trazer uma lembrança. As peças acima foram garimpadas pelo marido nas ilhas de Rhodes, Patmos, Santorini e também em Atenas.
Todos os colares, saquinhos e olho grego foram comprados nesta viagem.
O arranjo floral do centro da mesa foi o meu querido amigo Rafa Beduschi da Mercado Astral que fez. Uma caixa redonda azul marinho com flores em tons de azul e roxo e um olho grego com um tassel lindo pendurado, amei!
O menu teve três participações. De antepasto a maravilhosa Terrine da Gi de queijo feta (típico grego) com castanhas e mel trufado, que é a coisa mais maravilhosa da vida (seu insta é @terrinesdagi). Servi com grissini em prato azul e branco espanhol. A toalhinha redonda com motivo de olivas negras é da ilha de Rhodes.
A entrada fria eu que fiz! Preparei uma salada grega, também muito típica, que todo restaurante serve. Fiquei viciada lá, comia quase todos os dias. Vai diversos tipos de folhas (alface, rúcula), queijo feta, azeitonas, cebola, pimentão, pepino, ameixa, morango. Cada lugar servia de uma maneira, com todos os ingredientes ou só com alguns. Servi em um prato que comprei em Istambul, regada com muito azeite grego claro.
A entrada quente e o prato principal encomendei do restaurante Ilhas Gregas, pelo Ifood. A comida vem congelada para aquecer na hora. Fiquei com um pouco de receio mas resolvi arriscar. E foi simplesmente sensacional! Amei, virei fã.
A entrada: TIROPITAKIA são mini folhados recheados com ricota e espinafre. Servi em um prato comprado em Atenas. Crocantes, sequinhos, com um recheio delicioso.
Prato principal MOUSSAKÁ, lasanha de carne bovina, com camadas de fatias de berinjela e rodelas de batatas, coberta com molho bechamel e parmesão. Leve e deliciosa. Recomendo muito esses pratos, vale a pena ter sempre em casa.
Para sobremesa comprei iogurte grego e montei em uma taça, na parte de baixo coloquei uma camada de geleia de mirtilo da marca francesa St. Dalfourque eu amo, e por cima, mais geleia e granola para decorar. Ficou muito bom. Não precisei adoçar porque o azedinho do iogurte com o doce da geleia combinou bem.
Para acompanhar os pratos vinho grego lógico! Como não consegui em Florianópolis comprei pela internet no site da Mistral Importadora de Vinhos. Um branco e um tinto. Só conhecia o branco e já gostava e achei o tinto muito bom também. Não entendo nada de vinhos, então não é uma indicação, só uma opinião mesmo.
Eu sempre uso o vinho neste porta garrafas de prata. O de cima só tirei para fazer a foto. Acho muito prático quando se trata de vinho gelado para não molhar a toalha ou mesa. E no vinho tinto que caso escorra, impede de manchar a toalha. Este da foto eu comprei no site da Theodora Home. Amo as peças de prata dela, tem uma seleção fantástica.
Yamas – Saúde em grego – Se pronuncia Yeeamas
Também coloquei umas flores e peças na mesa de centro e uns colares e olho grego no lustre da sala.
A playlist toda grega claro. No vídeo da mesa, a tradicional música “Zorba o Grego”, que eu acrescentei depois e só consta na postagem do Instagram.
Neste jantar resolvi “convidar” alguém. Então o nosso querido amigo Matheus “esteve” com a gente e “participou” um pouco da noite
O meu look comprei é Atenas, saia e top da marca Nejma
No final dancei muito e balancei o guardanapo porque quebrar pratos não é comigo!
Jantar SUNSET EM SANTORINI realizado em 23 de maio de 2020
O último post do blog foi em março. Não acredito que fiquei tanto tempo sem escrever. Nos últimos meses, bem difíceis com tudo o que está acontecendo por causa da pandemia do Covid 19, não tive ânimo para postar sobre o assunto tema deste blog e que eu tanto amo – VIAGENS.
Tinha uma viagem marcada para a Riviera Francesa e Suíça em junho que foi cancelada e está complicado achar uma data para remarcar a passagem, já que as fronteiras da maior parte do mundo continuam fechadas para nós brasileiros. Este fato me entristeceu muito.
Para enfrentar a quarentena e tentar me animar resolvi então viajar pelas minhas mesas.
Sári comprado em Délhi
Uma outra paixão que tenho é tableware. Adoro receber amigos, caprichar na montagem das mesas, amo tudo que se relaciona a este universo: louças, copos, talheres, toalhas, guardanapos e flores. Com a primeira ideia (jantar português), vieram em avalanche vários outros países na cabeça. Anotei tudo em um caderno e praticamente todo fim de semana, aos sábados, montei um jantar inspirado em um país para lembrar (onde já estive) ou para sonhar (pretendo ir).
Assim, surgiu a série JANTARES TEMÁTICOS que a cada novo episódio foi se aperfeiçoando e virou sucesso de público (hehehe), com a “companhia” dos amigos virtuais do Instagram, já que em virtude do isolamento social os jantares eram só para o marido e eu. Algumas pessoas perguntavam: Nossa, mas tudo isso só para vc e o seu marido? Sim!!!!! Cada um inventa a sua maneira de enfrentar a quarentena, a minha foi essa. Cada vez mais elaborados, cada vez mais “trabalhosos” a preparação me ocupava durante todo o fim de semana.
O fato dos restaurantes estarem fechados para o público por um período também foi preponderante, já que assim podia divulgar o serviço de delivery.
Não vou seguir a sequencia cronológica dos jantares, só queria deixar registrado aqui o quanto viajar e conhecer o mundo me inspira, até quando não é possível fazê-lo.
Como o último post do blog foi sobre a Índia resolvi começar com o jantar que homenageou este país incrível que eu amei conhecer. Experiência que ficará para sempre na memória.
Compartilho com o marido o interesse pela decoração. Gostamos de garimpar objetos pelo mundo e nestes quase 25 anos juntos adquirimos algumas peças que fazem parte da nossa história. Outras já eram dele, porque ele desde solteiro sempre gostou do assunto. Então todas as peças usadas nos jantares são nossas, a maioria adquiridas há muito tempo.
Este boneco indiano da foto acima, infelizmente não possui a marca do artista que o produziu, compramos na nossa cidade Florianópolis, em uma loja de produtos asiáticos que não existe mais a Artshop Center que ficava na praia de Jurere Internacional, de uma grande amiga, que hoje mora em Miami.
A vaca, animal sagrado para os indianos, os dois objetos de bronze na foto acima compramos em Paris. O leque com penas de pavão (fake) é de Jaipur.
Escolhi montar a mesa em tons de dourado e vermelho porque essa combinação é bem comum na Índia dos Marajás. O jogo americano e guardanapos são da Jacquard Français comprados em Paris. A louça é a coleção Ouro da Tânia Bulhões e as taças da Strauss, sendo a vermelha da coleção Overlay. Os arranjos de flores são da loja Oficina da Terra do Shopping Beiramar.
Como porta guardanapos resolvi usar pulseiras que comprei em Udaipur. A seda pintada a mão que ainda não enquadrei são de Udaipur da Vintage Arts & Crafts – Kohinoor Designers. A Ganesha em primeiro plano é da loja Oficina da Terra. No placement o “nome indiano” do marido.
Os castiçais são de prata, inglês, do século XIX, presente de casamento de um saudoso amigo do meu marido que foi nosso padrinho.
Mais uns objetos que achei que podiam compor a mesa como romã na cor laranja comprada em Istambul, prato tipo cinzeiro com estampa de elefante, um cavalinho de madeira de Paris, porta velas com estampa de elefante do Mercado Astral loja de flores de Florianópolis, porta incenso indiano da Artshop Center, porta velas de vidro vermelho. Jarra de prata presente de casamento. Porta vela com tampa, frisos dourados e tassel, um preto e um branco da Camicado. O centro de mesa em prata da Loja Roka Ideias e Objetos. Molheira em prata.
Bebemos ótimos vinhos tintos na Índia, só que não encontrei para comprar em nenhuma loja ou site, então foi vinho tinto italiano mesmo e sempre uso um porta vinho de prata da Theodora Home.
Os talheres são de prata WMF, aproximadamente ano 1910, aquisição de solteiro do marido em um antiquário e possui as iniciais H.S. do antigo proprietário. As lâminas são de aço, pois naquela época não existia o aço inoxidável, que foi descoberto logo depois. Assim que são usados preciso lavar porque o ácido dos alimentos as corroem com facilidade. E no bowl resolvi fazer uma brincadeira para lembrar que na Índia a comida era pimenta pura!
Na foto acima, em primeiro plano um cachimbo de Ópio. Na Índia fiz foto com um homem e seu cachimbo no forte de Jaipur. Um elefante de osso que o marido comprou em um parador na estrada para Ranakpur e caixinha de um anel que ganhei do Hotel Umaid Bhawam Palace de Jodhpur. O mini elefante é da Rússia.
Abaixo em outra composição para mostrar um outro cachimbo com cabeça de elefante e corpo em alpaca também com mais de 30 anos. Ganesha preta de Udaipur, cidade que consegui fazer compras com um pouco mais de facilidade na Índia, atividade lá que considerei irritante.
Para o menu achei melhor contratar um profissional. Falei com o amigo e Chef Narbal Correa, pescador e proprietário dos restaurantes O Rei do Mar Bistro, Rancho do Bom Pescador e Do Mar Fish and Grill. Durante uma semana conversamos por telefone para combinar sobre os pratos.
Só não podia imaginar o tão perfeito e completo que seria o cardápio.
A entrada THALI – fatias de pão Naan com cinco pastas: chutney de manga (a melhor da vida), ervilhas, lentilha negra em gravy de tomate, creme de iogurte e vinagrete de camarão
O Chef Narbal recomendou que a entrada era para comer com a mão direita.
Prato principal FRANGO MASALA – Arroz com legumes, frango em molho de tomate decorado com lâminas de côco, castanhas de caju e coentro.
Não resisti e coloquei um pouco do chutney de manga para acompanhar porque estava muito bom!
Sobremesa: ARROZ NEGRO DO ORIENTE, um arroz doce com creme simplesmente incrível!
O jantar foi uma verdadeira experiência de sabor e aromas. Tempero picante na medida certa. Quem dera eu tivesse comido bem assim na Índia! Viagem que no quesito gastronômico foi um pesadelo!
Para finalizar, montei em um garden seat de alpaca a mesa de chá. Coloquei um sousplat como bandeja. O bule de prata inglês Harry Winston 1872, compramos em um antiquário no Camden Market em Londres e as xícaras na feira de antiguidades do Masp em São Paulo.
O meu look é um Sári que comprei em Délhi e passei o maior trabalho para vestir sozinha. Se trata de um pano de 6 metros de comprimento que é enrolado na cintura e uma parte joga por cima do ombro fazendo um drapeado. Tinham muitos tipos de sári para comprar, a maioria em tecido fino, acredito que mais fáceis de usar. Mas, na minha predileção pelo complicado, escolhi esse de tecido bem armado. Brincos e pulseiras de Jodhpur, na loja do Forte Mehrangarh.
O elefante de madeira no chão também da Artshop Center e o pano no sofá se trata do turbante que o marido ganhou no Hotel Umaid Bhawan Palace de Jodhpur, que desmontou e para nós é impossível fazer igual de novo!
Queria muito postar o vídeo da mesa, mas não sei o que está acontecendo com o meu celular que não está compatível para publicar. Quando descobrir faço a edição aqui 😉
O marido não quis se vestir de indiano, uma pena porque um amigo emprestou uma roupa linda, então para fechar essa noite muito especial, com trilha sonora toda indiana claro, posto a foto que eu mais amei. Com as minhas pequenas que fazem a minha quarentena feliz.
Bindi – marca na testa (fiz com blush) simboliza a força feminina e usado como proteção. Namastê!
O mundo está vivendo uma época triste e absurda com a pandemia de Covid-19 – Coronavírus. Viagens canceladas, adiadas, prejuízos financeiros imensos, mas que não podem ser comparados ao pior deles: a perda de vidas.
E embora possa parecer um momento inapropriado falar em viagens eu penso diferente. Tenho a esperança de que um dia isso tudo vai passar e possamos retomar as nossas vidas com normalidade. Até porque para mim viajar não se resume a quinze ou trinta dias fora de casa. É todo um envolvimento em sonho, pesquisa e planejamento no antes, a curtição no durante e as memórias maravilhosas que ficam no depois.
Também porque me solidarizo com todos os profissionais que trabalham com turismo e para a sua recuperação desses tempos difíceis, nós precisamos voltar a viajar, o tão mais breve seja possível.
Assim, vou continuar publicando as minhas viagens, porque principalmente em época de confinamento, relembrar bons momentos é o remédio da alma.
O emblemático símbolo do amor TAJ MAHAL, uma das 7 maravilhas do mundo moderno e Patrimônio da Humanidade pela Unesco, está localizado na cidade de Agra, a 215 Km da capital New Delhi. Cidade de 1.700 milhão de habitantes, fundada no século XI, às margens do rio Yamuna, foi a sede do Império Mongol.
Ficar na cidade de Agra foi muito difícil. A poluição estava absurda, a pior dos últimos 20 anos. A miséria e a sujeira também, a mais “agressiva” de toda a viagem. Foi o único dia que passei mal na viagem. Dores no corpo todo, ardência nos olhos e garganta, até uma dor horrível na costas na região dos rins, enfim, tomei um remédio e nem saímos para jantar, dormi super cedo. No outro dia já estava boa.
O Hotel não era bom, claro que fica difícil comparar com os palácios do Rajastão. O ITC Mughal tem áreas comuns bem bonitas, mas o quarto era feio, com ar pesado, cheiro de mofo, banheiro minúsculo, nada a ver com a classificação 5 estrelas que possui. Ainda bem que foi só por uma diária. Não recomendo esse hotel, foi o único previsto no tour que eu não gostei, deveria ter trocado pelo Oberoi.
A cidade de Agra gira em torno do Taj Mahal, mas o Forte Vermelho é uma atração impressionante e também merece a visita.
O Forte de Agra, conhecido como Forte Vermelho foi construído a partir do ano de 1080 em arenito vermelho e mármore branco, às margens do Rio Yamuna. O Imperador Mongol Humayun foi coroado aqui em 1530. Em Delhi conheci a sua tumba.
Porta Amar Singh
Passando o portão de acesso – Porta Amar Singh visualizamos o primeiro pátio e o Jahangir Mahal – palácio construído para ser o harém principal onde viviam as concubinas do Imperador. Jahangir filho de Akbar o Grande e pai de Shah Jahan (do Taj Mahal) possuía 300 mulheres e 5.000 concubinas. Que disposição!
Vou dizer que pelas fotos não gostei do meu look, parecia uma cigana. A saia tem um tom de rosa lindo que não apareceu, mas, paciência, vamos em frente.
Os detalhes de incrustações das paredes com pedras semi preciosas como no Taj Mahal
Palácio do Rei: Khas Mahal, um salão de mármore com pilares hindus onde o Imperador se reunia com a corte e do seu trono assistia o seu passatempo favorito: briga de elefantes (que horror). Aliás, o Imperador Jahangir (1569-1627) possuía 12.000 elefantes, 2.000 camelos, 100 leões, 4.000 cães, 3.000 veados, 500 búfalos e 10.000 pombos.
Foi neste forte que o construtor do Taj Mahal, o Imperador Shah Jahan foi aprisionado pelo seu filho na Torre Musamann Burj. Conto essa história mais abaixo.
Torre Musamann Burj
Sala do Trono
Enquanto estávamos tentando ver a vista do Taj Mahal (impossível com a poluição) um macaco tentou roubar o celular de um turista. Ele chegou a pegar o celular, mas o aparelho não passou pela grade. Levamos um susto, eu estava bem do lado, foi muito rápido!
O ladrão e seu comparsa
No caminho de volta temos uma visão panorâmica do complexo de palácios e mesquitas do Forte de Agra. O Salão Diwan-i-Am ou o Hall de Audiências Públicas era o local onde o Imperador ouvia os pedidos e recebia as petições de seus súditos
Salão Diwan-i-Am
Saindo do Forte fomos de carro até o jardim, do outro lado do rio Yamuna, para ter a primeira visão do Taj Mahal. Pelo caminho passamos no centro de Agra. Pensem em uma cidade feia e sem graça, é essa.
Ainda bem que sempre tem um amigo pelo caminho. Observem a cor da foto, parece em meio a fumaça.
Chamar esse local de jardim só pode ser piada e de mau gosto. Se trata de um terreno com terra, poeira e mato. Uma mureta impede o acesso ao rio Yamuna e aqui dizem, se tem uma “visão privilegiada” do Taj Mahal, em um dia de céu azul acredito. A minha foi essa.
Estou de óculos escuros para proteger um pouco os meus olhos, já que a poluição, que parecia mais uma fumaça ardia os olhos. No aplicativo de previsão do tempo dizia que o dia estava ensolarado. Até pode ser. Mas a poluição não permitia ver. Parecia uma neblina muito densa. O guia explicou que se você sai de casa com uma roupa clara ela fica escura até o final do dia. É impressionante como as pessoas conseguem viver assim, em uma condição tão adversa. A cara de animação do marido é contagiante.
Abaixo consegui um ângulo um pouco melhor, de um pedaço do terreno que tem algumas plantas, por isso chamam de jardim. É muito mal cuidado.
No outro dia acordamos bem cedo para a visita oficial ao Taj Mahal. O dia amanheceu assim, mas logo a poluição tomou conta novamente. Abaixo a chegada na bilheteria.
E no caminho do complexo para chegar no Taj Mahal
No fundo do arco da entrada, o Portão de acesso Darwasa já dá para ver um pedacinho dele. Dá para acreditar que em menos de 10 minutos o céu que estava assim…
Virou assim? E eis que ELE surge diante de mim, impossível não ficar martelando na minha cabeça a música de Jorge Ben Jor…”Foi a mais linda história de amor, que me contaram e agora eu vou contar. Do amor do príncipe Shah Jehan pela princesa Munthaz Mahal (bis)…te te te te teterete te teterete te tereteteteeeeeee Taj Mahaaaalllllll”
A vontade era de chorar, rir, pular e gritar: Genteeeeeeeeee eu estou no Taj Mahal!!!! Abaixo o portão de entrada – Darwasa – visto pelo lado de dentro
A quantidade de turista é grande, olhando da entrada assusta, mas dá para fazer umas fotos mais exclusivas com paciência e pelas laterais. Agora, vamos a história.
Shah Jahan foi um Imperador Mongol, seu nome vem do persa que significa Rei do Mundo. Ele nasceu no Paquistão (1592-1666) e mandou construir o Taj Mahal, que iniciou em 1632, em honra a sua esposa Aryumnd Ban Began que havia falecido no ano anterior no parto do 14° filho. Era a sua esposa favorita e conhecida por Mumtaz Mahal (a joia do palácio). O Imperador queria um monumento grandioso para que o mundo lembrasse para sempre da sua rainha.
Apesar de Mahal significar palácio, nunca foi a função deste local. Trata-se de um mausoléu porque aqui repousam os restos mortais de Muntaz Mahal que foram trasladados quando a obra ficou pronta (em alguns sites de pesquisa não consta essa informação).
A emoção de estar lá foi imensa, mesmo com a decepção inicial do céu encoberto pela poluição, ter a oportunidade de conhecer é realmente única, um privilégio.
A arquitetura do Taj Mahal é islâmica, típica muçulmana. A sua cúpula branca tem 44 metros e foi “costurada” com fios de ouro. No seu entorno tem quatro cúpulas menores. O Taj é todo simétrico. Os seus quatros lados, as suas quatro fachadas são exatamente iguais. Levou 20 anos para ser construído, trabalharam 20.000 homens e custou 50 milhões de rúpias. Recebe 20 milhões de turistas por ano.
Tinha a imagem na cabeça do banco onde a Princesa Diana em visita a Índia sentou em um banco sozinha. E aqui estou eu! Tenho várias fotos com o marido também. Contratamos um fotógrafo profissional que ofereceu seus serviços na entrada do Taj Mahal. A vantagem é que ele conhecia os melhores ângulos e como indiano pedia para as pessoas se afastarem em alguns cliques, como a maioria dos turistas é da Índia ficava tudo bem, pois não é fácil conseguir uma vaga nos bancos.
O fotógrafo também fornece no CD fotos profissionais do Taj Malhal para se ter uma ideia da sua magnitude.
Foto: J.R.S. Colour Lab
Quando vai se aproximando do Taj Mahal percebemos que ele não é todo branco, já que possui muitas incrustações de várias pedras semi preciosas. Os desenhos em preto, inscrições em painéis caligráficos, são versos do Corão.
O Taj Mahal foi construído em mármore branco extraído da jazida de Makrana, decorado com jade e cristais da China, turquesas do Tibet, safiras do Sri Lanka, ágatas do Yemen, ametistas da Pérsia (Irã), lápis-lazulis do Afeganistão, corais da Arábia saudita, quartzo do Himalaia, âmbar do Oceano Índico, 500 quilos de ouro e centenas de diamantes.
Todo esse trabalho de flores são das pedras semi preciosas que relacionei acima, que também estão no seu interior (não pode fotografar) e brilham com a luz de lanterna. A delicadeza dos desenhos da sua decoração é impressionante.
Brasileira tem que tocar não é mesmo? Não é proibido!
E também aqui os fãs não deram trégua, muitos pedidos para fotos 😉 Saudade!
O interior do Taj Mahal é bem pequeno (não pode fotografar), uma sala octagonal com altura de 25 metros adornada por 8 arcos. A cúpula no seu interior é bem menor para servir de base e sustentação para a cúpula externa. Tem dois túmulos, porém foi projetado todo em simetria para ter apenas o túmulo de Muntaz Mahal no centro.
No extremo da plataforma tem 4 minaretes com 40 metros de altura cada um que foram construídos ligeiramente inclinados para fora, no caso de abalo sísmico não caírem em cima do Taj Mahal.
O Imperador Shah Jahan também planejou construir um mausoléu para si, do outro lado do rio (existe só a fundação até hoje), todo em ônix preto com uma ponte de prata que fizesse a ligação entre os dois palácios. Conseguem imaginar se isso tivesse sido construído?
Porém, um filho do Imperador, Aurangzeb, achando um absurdo os gastos da construção do Taj branco, mais o projeto mirabolante do Taj preto, matou seus irmãos mais velhos, prendeu o pai que estava doente na torre do Forte de Agra e assumiu o trono em 1658. Shah Jahan ficou encarcerado por 8 anos e através do reflexo de uma moeda na sua torre da prisão conseguia visualizar o Taj Mahal, seu sonho realizado. Ele faleceu em 1666, quase 18 anos após o término da obra. O filho mandou construir um túmulo para Shah Jahan dentro do Taj Mahal, ao lado do túmulo da esposa, só que maior, tirando assim a simetria interna do palácio na qual foi projetado.
O entorno do Taj Mahal é lindo com jardins bem cuidados. O espelho d’água estava com depósito de areia de tanta poluição.
O Taj Mahal tem duas mesquitas, uma de cada lado, construídas em arenito vermelho. De frente para o Taj, a da esquerda vale a pena entrar para fazer a famosa foto com o contorno, emoldurando o palácio.
Visitamos o Taj Mahal pela manhã cedo de uma quinta-feira. Como já estava aberto não pegamos fila para entrar. A bilheteria estava bem tranquila. Sexta feira não abre. O tempo não estava bom, encoberto com bastante poluição. A visita é rápida, em menos de 30 minutos dá para conhecer, só que eu não tinha vontade de ir embora, queria ficar olhando para ele, de todos os lados, ângulos, absorvendo toda a sua beleza e gravando na memória cada detalhe. Também porque no fundo queria acreditar que estava ali de verdade, que não era um sonho.
Conhecer a Índia foi romper um ciclo na minha vida, pausar um roteiro que eu sempre seguia: certo, seguro e pré-determinado, mas também sem sobressaltos, sem adrenalina. Foi o querer me aventurar, desvendar o desconhecido, ver e fazer coisas que eu não estava acostumada, o choque cultural elevado a máxima potência.
Tive medo, preocupação, quis desistir. Só que depois refleti e cheguei a conclusão que eu deveria enxergar como um privilégio ter a oportunidade de conhecer um país tão distante, que poucos se aventuraram. Através de uma viagem quis deixar uma marca profunda e inesquecível em mim e consegui. A Índia não é para todos, uns dizem que é um “chamado”. Para mim foi um impulso, passar meu aniversário de 50 anos em um lugar diferente, que com coragem ou loucura levei até o fim. E foi inesquecível! Penso que determinados destinos e a Índia é um deles, a gente não deve pensar muito, deve ir, se jogar mesmo, porque acredite o retorno é mágico.
Final de viagem e felizes
Paris, Roma, Lisboa, Madri são cidades que eu amo e estarão sempre nos meus roteiros. Passei momentos maravilhosos em todas elas, mas são o “nosso mundo”. Marrakech, Istambul e a Índia foram os meus destinos “exóticos” até agora e foram tão diferentes, incríveis, realmente “um outro mundo”, uma outra forma de pensar, de viver e que, a par de conhecer atrações lindas, tem o poder de nos transformar, sem a gente querer e no início sem a gente perceber. Acho que foi esse o motivo preponderante de eu ter amado a Índia. Voltar com algo a mais, algo diferente, um olhar em formato panorama, que enxerga muito além do que o universo da nossa vida cotidiana permite e que acabamos nos acostumando.
Hoje, mais do que nunca, percebo que um destino novo, inexplorado e pelos nossos olhos ainda não visto nos traz experiências ainda mais fantásticas, para sempre na memória. Nunca tive passagens tão incríveis, tantas histórias para contar, como nas viagens de Istambul, Marrakech e agora da Índia. A cabeça vem cheia, um turbilhão de emoções e eu adorei essa sensação.
Namastê “o divino que habita em mim saúda o divino que habita em você”
Agora que o mundo se abriu pra mim fiquei viciada. São muitos os lugares que eu quero conhecer, muitas aventuras que quero vivenciar. Israel, Egito e China (torcendo para o Coronavírus passar logo) estão na minha cabeça há algum tempo. Claro que ainda tenho muito o que explorar na Europa, principalmente a sua parte oriental como Polônia, Romênia e Ucrânia. Destinos de praia como Croácia e ainda algumas ilhas gregas como Milos, Naxos e Zakynthos, enfim, a lista de desejos é imensa. Espero conseguir, então mundo me aguarde que aí vou eu!
Capital da Índia, situada no norte de país é a 2ª cidade mais populosa do mundo com 29 milhões de habitantes, atrás apenas de Tóquio (com 37 milhões).
Delhi foi capital do Império Mongol desde 1638. Em 1803 a capital passou a ser Calcutá e somente em 1947 com a independência do domínio britânico é que voltou a ser capital. Depois foi dividida em Old Delhi (antiga sede do império mongol) e New Delhi a nova cidade construída ao sul declarada capital e sede administrativa.
Humayun’s Tomb
Chegamos na Índia pela Alitália, via Roma, de madrugada. Tivemos apenas um dia na cidade na chegada e um na partida, e apesar de ver quase tudo o que eu queria achei pouco, uma pena, porque amei, fiquei com aquela sensação de quero mais. Era o lugar que eu tinha “mais medo” na Índia porque muitas pessoas falam mal, reclamam do caos, enfim, um misto de curiosidade e pânico tomava conta de mim.
De fato New Delhi, onde fiquei hospedada e passei a maior parte do tempo, é um lugar impactante. Mexe com todos os seus sentidos. Um choque cultural muito grande. Tem áreas organizadas, limpas e bonitas (que eu não imaginava) e outras de lixo e miséria extrema. Poluição terrível, parecia uma neblina densa, uma fumaça constante, difícil de enxergar e respirar. O aplicativo de previsão do tempo dizia que o dia estava ensolarado, só que é impossível enxergar um céu azul e sol com o ar tão poluído. Aliás, eu nunca tinha visto e sentido algo assim. O marido começou a se sentir mal assim que chegou.
Rashtrapati Bhawan – Casa do Presidente
O trânsito é muito louco, ninguém respeita regras, um verdadeiro Krishna nos acuda! É muita buzina, atordoante. Tem milhares de tuk tuk que facilitam o deslocamento. Não fiquei parada em congestionamentos. E além de táxis tem também o transporte pelo aplicativo OLA, o equivalente ao Uber.
O hotel que fiquei hospedada Taj Palace é fantástico, da mesma rede que administra os palácios do Rajastão. Lindo demais. Muito moderno e confortável com uma decoração de extremo bom gosto. Tem restaurantes e bares incríveis. No dia da volta fiquei em outro hotel da rede – o Taj Mahal (aquele do atentado) e foi péssimo, tinha um ar decadente, nem se compara.
O lobby do Hotel Taj Palace foi um dos mais bonitos, no segmento Hotel Urbano, que já me hospedei. A decoração indiana faz toda a diferença.
O elevador, tem mais lindo?
Café da manhã
Tea Lounge no lobby – café, doces e chás
O quarto era um sonho. Uma suíte espaçosa com sala e lavabo e depois o ambiente do quarto com closet e banheiro.
Nosso guia em Delhi era um rapaz muito gentil e simpático, seu apelido é Saci, achei o melhor guia da viagem, cada cidade era um guia diferente. Ele nos contou que é solteiro, mas seu pai insiste que ele se case, porque na Índia a família da noiva tem que pagar um dote e seu pai está precisando do dinheiro. Também contou que para agilizar o casamento sua família já lhe mostrou várias fotos de moças, mas ele acha que em pleno século 21 é difícil casar com alguém sem conhecer, então ele vai enrolando.
A Índia é assim, cheia de contrastes, moderna e altamente tecnológica de um lado, antiga com tradições ultrapassadas de outro.
Look do marido by Saci para entrar no Templo Gurudwara
Começamos no nosso tour passando pelo Índia Gate, o Arco do Triunfo indiano.
Fica localizado na Rajpath Road, India Gate Circle. De 1921, possui 42 metros de altura. Homenageia os soldados mortos nas guerras anglo-afegãs e posteriormente os da 2ª Guerra Mundial. Embaixo tem o túmulo do soldado desconhecido.
Depois passamos pela casa do Presidente. Rashtrapati Bhawan é uma das maiores residências presidenciais do mundo. Aqui foi um local que eu fiquei com muita vontade de conhecer, mas no meu dia em Delhi não estava aberta para visitação. As visitas são só as sextas, sábados e domingos.
O prédio foi construído para ser a casa do vice-rei da Índia a partir de 1931 até 1950. Possui 19.000m² em um terreno de 130 hectares, 4 andares e 340 quartos. Morou aqui Lorde Mountbatten, tio do Príncipe Philipp e primo da Rainha Elizabeth, designado para “devolver” a Índia aos indianos.
Uma das atrações mais importantes de Delhi se chama QUTAB MINAR, um minarete que faz parte de um complexo de ruínas de uma mesquita do ano de 1.193 construída pelo governante turco Qutub-Ud-Din-Aibak. Patrimônio mundial da Unesco, possui arquitetura indo-islâmica.
Pelo caminho tem muitos esquilos que pedem comida. Eu levei do Brasil pacotes de bolacha salgada para me salvar da comida indiana e dei um pedacinho para ele. Não quis, não gostou, claro não tinha pimenta!
Qutab Minar – conhecida como Torre da Vitória é o minarete de tijolos mais alto do mundo. Com 72,5 metros de altura, base com 14,3 metros de diâmetro e topo com um diâmetro de apenas 2,75 metros.
Foto “artística” por insistência by Saci
A construção foi feita com arenito vermelho e mármore branco, com esculturas e versos do Corão.
Namastê
Foi aqui no Qutab Minar que tive o meu primeiro contato com indianos e a receber os pedidos de fotos que eles fazem para estrangeiros, principalmente para mulheres loiras. Logo depois, o guia disse para um grupo que eu era uma “celebridade de Hollywood”. Pra que! Começou a formar fila para fazer foto comigo, hilário!
O marido aproveitava em alguns momentos para fotografar também quando eles estavam fazendo a foto. Tenho muitas fotos com esse povo tão gentil e amável (na sua maioria). Dá uma saudade imensa.
Saída da Qutab Minar e o povo lá atrás esperando para fotografar comigo. Adorei ser celebridade hahaha!
Segunda parada: Templo de Lotus. Casa de adoração da fé Baha’i. Um local de encontro de todas as religiões para adorar a Deus. A religião Baha’i é monosteísta (acredita em Deus e só nele) foi fundada na Pérsia em 1844. Seu símbolo é uma estrela de 9 pontas.
A arquitetura do templo foi inspirada na flor de lótus. Possui 27 pétalas em 9 lados. Recebe 4 milhões de visitantes por ano. Tem 9 portas de entrada e comporta 2.500 pessoas no seu interior, que não pode fotografar.
De 1986 o templo está em uma área de 105.000 m² com lagos e jardins. Baha deriva do árabe que significa Glória.
Um dos locais que eu queria conhecer, mas não estava no programa do tour era a Humayun’s Tomb – a tumba do Imperador Mongol Humayun. Conversei com o guia e por um preço adicional ele nos levou.
Trata-se do mais antigo mausoléu mongol em New Delhi e serviu de inspiração para o Taj Mahal. Todo construído em arenito vermelho e mármore branco, pela viúva Hamida Banu Begum, nove anos após a morte de Humayun, de 1565 a 1572.
O sarcófago do Imperador está sob a cúpula de 42,5 metros de altura. Aqui, repousam os restos mortais de Humayun – 2° Imperador Mongol da Índia, avô de Shah Jahan (construtor do Taj Mahal).
Vários parentes da dinastia etão enterrados aqui. O túmulo mesmo do imperador encontra-se no subsolo.
Ao redor do mausoléu, nos seus jardins, tem construções incríveis, fazendo deste local uma das atrações que considero imperdíveis em Delhi.
Outro local imperdível, que também não estava no tour e por um valor adicional conseguimos ir foi a mais incrível construção que eu conheci em toda a viagem: o Templo Akshardham, o maior templo hindu do mundo.
Todas as fotos e informações sobre este local eu retirei do blog http://www.gigantespelomundo.blogspot.com mais as informações do meu guia, porque quando eu fui não era permitido fotografar nem o seu exterior, tive que deixar o celular no carro, no estacionamento, distante do templo. Há seguranças por todos os lados impedindo fotografias.
O Templo Akshardham foi obra de Pramuk Swami Maharaj, líder espiritual que contou com 7.000 artesãos e 3.000 voluntários para a sua construção. O seu exterior é de arenito rosa e o interior de mármore de Carrara. Possui 43 m de altura, 96 m de largura e 110 m de comprimento, com 9 cúpulas, 20.000 estátuas do hinduísmo, 234 pilares esculpidos, 148 elefantes de pedra em tamanho real que pesam 3.000 toneladas.
Quando a gente vai se aproximando do Templo Akshardham vai sentindo o impacto da sua magnitude. Pelas fotos é possível observar a altura dele em relação as pessoas. Todas as suas paredes externas são trabalhadas, esculpidas na pedra com detalhes da flora, fauna, dançarinos, músicos e divindades.
O seu interior foi o local mais fantástico que eu já vi na vida. Seu altar todo em ouro e pedras preciosas é surreal, a demonstração mais forte dos contrastes presentes a todo momento na Índia, a riqueza extrema de um lado com a miséria absurda do outro.
O templo foi oficialmente inaugurado em 2005. A entrada é separada para homens e mulheres e depois de passar pelo detector de metais há uma revista de bolsas e física. Nem em aeroportos eu vi uma segurança tão rigorosa.
Para quem tiver interesse em mais informações e ver fotos incríveis que não consegui copiar para o blog é só acessar: http://www.akshardham.com site oficial do monumento.
No almoço fomos em um restaurante lindo, indicado pelo guia: The Imperial Spice.
A comida foi escolhida pelo guia atendendo ao nosso pedido de que não tivesse muita pimenta. Arroz e frango. E advinha? Era tanta pimenta que fritava a boca! Também com um nome desse o que eu esperava? Em todas as cidades a gente convidava os guias para almoçarem conosco, mas nenhum aceitou, isso só havia acontecido em Marrakech. Não sei se eles tem constrangimento em razão de comerem com as mãos, pois não usam talheres. Para mim não é problema, cada um com a sua cultura, é para isso que viajamos.
Visitamos também a Gandhi Smriti – conhecida anteriormente como Birla House, um museu em memória de Gandhi. De todas as atrações de Delhi considero essa dispensável, só se você realmente é interessado na vida e obra de Mahatma Gandhi. O espaço é bonito e tem alguns de seus pertences pessoais.
Gandhi morou neste local em seus últimos 144 dias de vida.
Mohandas Karamchand Gandhi nasceu em 1869, casou-se aos 13 anos com Kasturba e fez os seus estudos na faculdade de Direito em Londres. Na volta se envolveu politicamente contra o domínio inglês, sempre pregando a não violência, com protestos pacíficos, então se tornou um líder que ficou conhecido como Mahatma, que significa Grande Alma.
Homenagem a mulher de Gandhi – Kasturba
O domínio inglês terminou em 1947 separando o país em Índia para os hindus e Paquistão para os muçulmanos, sem opção, Gandhi aceitou a divisão o que gerou novos protestos dos nacionalista, inclusive contra ele. Em 1948, Gandhi sofreu um atentado por disparos de arma de fogo e foi fatalmente atingido aos 78 anos. Seu corpo foi cremado e parte de suas cinzas jogadas no Rio Ganges. Outros locais abrigam as cinzas.
Por fim, conhecemos o templo GURUDWARA BANGLA SAHIB, da fé Sikh. Um palácio do século XVII, que foi residência do Marajá Jai Singh e hospedou o guru Har Krishan que veio a falecer neste local.
Antes de atravessar o portal é necessário tirar os sapatos e cobrir a cabeça.
A religião Sikh é panteísta. E mais uma vez, não é permitido fotografias no interior do templo que é belíssimo.
Anexo ao templo tem a cozinha e refeitório onde são servidas 10.000 refeições gratuitas por dia, com a ajuda de voluntários. Funciona das 9:00 às 15:00 e das 19:00 às 22:00 horas e a comida é vegetariana, claro.
Nosso guia Saci mostrando os pães
Refeitório do Templo Gurudwara
O guru Har Krishan (1656 – 1664) apesar de criança à época, já que faleceu com 7 anos, quando estava hospedado no palácio, durante uma epidemia, deu água do poço para ajudar os doentes, atraindo posteriormente fama e peregrinos para o local que acreditam no poder curativo de suas águas.
Não só as mulheres, mas também os homens devem cobrir a cabeça neste templo, podem usar lenço, boné ou chapéu. O mais comum é o turbante, usado pelos fiéis Sikhs.
Abaixo portal pelo lado da saída. Nas laterais do templo vimos muitas pessoas deitadas no chão (homens na sua maioria) sob o efeito de drogas alucinógenas.
Detalhe do mármore incrustado do portal
À noite resolvemos jantar em um dos restaurantes o hotel. Quando estávamos descendo um hóspede no elevador nos indicou o Orient Express. Um restaurante em forma de vagão de locomotiva em homenagem a lendária ligação pelos trilhos entre Paris e Constantinopla.
Fica a dica deste restaurante incrível, lindo, atendimento muito gentil e comida boa. No final o Chef veio nos cumprimentar e fez questão de fazer a foto abaixo. A melhor noite na Índia foi a primeira!
Depois fomos no bar do hotel para tomar um aperitivo, sempre pedimos taça de vinho ou champanhe, nunca esqueçam que gelo é proibido na Índia, um perigo! O Blue Bar é lindo, badalado, amei!
Ficou faltando conhecer Old Delhi que achei daria tempo na volta, mas não consegui.
New Delhi é caótica, vibrante, colorida, louca, intensa, o espelho do seu país. E eu amei! Para conhecer a Índia tem que ir de mente e coração abertos. Abstrair suas mazelas, tentar entender que é outro mundo, outra cultura para absorver toda a história e superação de seu povo que é fantástica. A Índia é um caldeirão de experiências e a sua capital a porta de entrada dessa incrível descoberta.
No roteiro pelo Estado do Rajastão, em novembro de 2019, durante o trajeto de carro, fizemos duas paradas para conhecer as cidades sagradas de Ranakpur e Pushkar.
A primeira Ranakpur se localiza entre as cidades de Udaipur e Jodhpur, em Desuri, distrito de Pali. Saímos de Udaipur e a distância de 92 Km levou 2 horas. O caminho é por estradas que se alternam entre boas e ruins. E aqui passamos o único perrengue de toda a nossa viagem.
Em um lugar que o GPS marcou entre Sayra e Maga, na Rodovia RJ SH 32, uma estrada de asfalto bom, só que estreita e sem acostamento, em uma curva um outro carro veio pra cima da gente na contramão. Para desviar e evitar a colisão o nosso motorista puxou rápido a direção para esquerda, saímos da estrada e como tinha um degrau do asfalto para o chão de terra, ficamos desgovernados e paramos a centímetros de uma ribanceira. Não tinha guard rail. Fiquei tão nervosa, a gente podia ter morrido se caísse. Da minha janela vi o buraco na mata lá embaixo! Não aconteceu nada. Foi Deus! O motorista verificou os pneus, estava tudo certo e continuamos a viagem. Foi um susto enorme.
Depois, no outro dia, percebi isso no carro:
O nosso motorista preparou um bouquet de pimentas e amarrou na placa do carro.
Durante o trajeto cenas de uma Índia bem rural.
Ranakpur possui um complexo de templos do século XV, um dos mais importantes da Índia, com 14.000 m de área total, no meio das montanhas Aravalli.
Jainismo é uma das religiões mais antigas da Índia, contemporânea do budismo, surgiu no século VII a.c. na bacia do Rio Ganges. O seu fundador Mahavira assim como Buda, era nobre e abandonou a sua vida de conforto para se dedicar a sua fé.
Alguns preceitos do Jainismo: verdade, não violência, não roubar, castidade e desprendimento material.
Nos templos Jain não pode usar (portar) produtos de origem animal. Assim, cintos e bolsas de couro são proibidos. Comprei bolsas de tecidos na viagem para esse fim. Calçados são proibidos também, qualquer um, de couro ou não, por respeito ao solo sagrado.
Para entrar no templo não precisa pagar (a princípio) e tem um guichê que fornece audioguide em várias línguas inclusive em espanhol. O porém é que precisa deixar o passaporte como garantia, achei um absurdo, mas concordei. A gente deixa os sapatos na entrada. Na saída ao devolver o audioguide o funcionário pede uma gorjeta.
Porta de entrada do templo
Degrau de entrada do templo
O código de vestimenta (para as mulheres) também deve ser respeitado. Ombros e pernas tem que estar cobertos. Não foi necessário lenço na cabeça.
O templo principal – Chaumukha tem 3 andares e levou 50 anos para ser construído. Tem 29 halls, 80 cúpulas e 1444 pilares todos diferentes um do outro, tem sempre algum detalhe que os diferencia. Foi todo construído em mármore branco, da mesma jazida que extraíram o mármore do Taj Mahal.
Dentro do templo tem uma parte no centro para oração e nós turistas não podemos entrar e nem fotografar, só os fiéis tem acesso.
Acima das escadas local de oração
As incrustações dos pilares tem várias figuras como de dançarinas e flautistas. Posições de Ioga e Kama Sutra também.
As cúpulas são lindas. Um trabalho tão detalhado e minucioso parece de renda.
No Jainismo a sua tradição religiosa tem como centro os seres humanos e suas preocupações e ensina que o Universo é eterno e não possui um Deus criador.
Mahavira fundador do Jainismo
A arquitetura dos pátios e área externa do templo principal é incrível na riqueza de detalhes
No interior do templo havia um homem preparando algo que não consegui identificar, parecia comida. No Jainismo eles usam máscaras para evitar engolir algum inseto voador, como preservação e proteção a qualquer ser vivo.
A visita ao templo é muito interessante, mesmo que não pratique a religião ou não seja indiano, através da fé de um povo também conhecemos muito de sua cultura.
A outra cidade sagrada que visitamos foi Pushkar, entre Jodhpur e Jaipur, no distrito de Ajmer, a 183 Km de Jodhpur, aproximadamente 4 horas de carro.
Nessa visita não tivemos guia. Os trajetos entre uma cidade e outra fazíamos só com o motorista. Em Pushkar ele estacionou o carro em uma grande feira de camelos, muito próxima do templo.
A feira de Camelos de Pushkar é famosíssima, mas eu nunca tinha ouvido falar! E nem apareceu nos meus estudos pré viagem. Quando cheguei lá e vi essa maravilha, fui pesquisar a respeito.
É uma feira anual, sempre na primeira semana de novembro, onde se comercializa camelos (claro), entre outras atividades, como corrida de camelos (claro), passeios de balão e shows pirotécnicos
Eu acho esse bicho o máximo! Muito engraçado, tem um jeito de andar com um molejo completamente diferente. Só tenho medo de me aproximar muito porque eles mordem ou cospem. Mas, em Marrakech fiz várias fotos com eles, lá eles eram bem mansos.
Os animais são todos bem decorados, com um colorido único, como tudo na Índia. Na feira são vendidos muitos apetrechos para enfeitar os camelos.
E muitos possuem uma carroça em formato de cama para passeios.
Junto com a feira, seguindo em frente, chegamos no mercado de Pushkar, com muitas lojas e barracas vendendo de tudo.
Os lindos trajes coloridos das indianas, sou fascinada. Ombros e pernas cobertos. A barriga pode mostrar porque não é considerada uma parte sensual do corpo feminino. Cobrir a cabeça ou a face toda com o véu depende da região da Índia, se são casadas ou solteiras. Como estamos no norte e em uma área rural, essa prática é mais comum. Na feira e no templo haviam mulheres de várias regiões, assim vimos diferentes estilos.
Aqui foi o lugar que eu consegui comprar com uma certa “tranquilidade” várias lembranças de viagem, presentes para parentes e amigas como bolsas, pulseiras, carteiras. Os vendedores não eram tão insistentes como nos outros locais e o da barraca que comprei a maior parte dos itens era bem tranquilo, deixava eu ver e escolher com calma.
Só que mais uma vez, não consegui desconto (sou péssima para negociar), só ganhei um brinde, um artigo a mais, à minha escolha, melhor que nada.
O mercado se estende por duas ruas e vende roupas, sapatos, tecidos, bolsas, bijouxs. Tem várias barracas de comida e bebida também, geralmente água, refrigerante e suco, já que é muito difícil encontrar bebidas alcoólicas fora dos hotéis (amei a Índia).
No final do mercado chegamos na base do templo.
PUSH significa lótus e KAR mão. Os hindus acreditam que a cidade surgiu através de um lago que se formou por uma grande flor de lótus colocada naquele local pela mão do deus Brahma.
Pushkar é a terra do deus Brahma, a cidade mais sagrada da Índia para os hinduístas, que representam 70% da população. Pelo menos uma vez na vida, os fiéis devem fazer a peregrinação ao templo. O Hinduísmo é a terceira maior religião do mundo. São politeístas (acreditam em vários deuses) e em reencarnação.
No Hinduísmo há três deuses principais: 1) Brahma: deus da Criação, 2) Shiva: deus da destruição (transformação) é o deus da Ioga, 3) Vishnu: deus da Proteção. Um deus hindu bem conhecido do mundo ocidental é Ganesha (corpo de homem e cabeça de elefante) deus da prosperidade, que remove obstáculos e traz soluções.
A representação de Brahma é um homem que possui 4 cabeças, quatro braços e em uma das mãos uma flor de lótus.
Foi o local de maior aglomeração de pessoas que visitei na Índia. Para subir as escadas do templo tinha fila, mas andava com rapidez.
Na base do templo precisa deixar os sapatos já que não é permitido entrar com eles no solo sagrado. O desespero do marido de ter que deixar os seus sapatos ali, naquele mundo de calçados espalhados e depois não encontrar na volta. Mas, na Índia sempre tem um jeitinho. Havia um comerciante oferecendo uma prateleira para deixar os sapatos, mediante pagamento claro. Beleza, problema resolvido.
E lá fomos nós, enfrentar a multidão para subir a escadaria do templo de Brahma.
No interior do templo não pode fotografar, então só fiz essas fotos externas.
A quantidade de gente na fila para entrar no templo era de chorar.
No pátio do templo tem “mini templos” para orações e oferendas.
Na saída do templo (o mesmo local da entrada) continuando pela rua em frente até o final se encontra o lago de Pushkar, onde os fiéis e turistas vão para fazer rituais de bençãos ao deus Brahma.
Como já mencionei anteriormente, fiz uma viagem turística e não tinha interesse (nem crença) nos rituais do hinduísmo. Li também que há diversos golpes neste local e muitos que se oferecem para fazer a benção, se dizendo sacerdotes (mas não são) cobram preços exorbitantes, bem no estilo pega turista.
Então não fui ao lago onde, além dos rituais de purificação e outras bençãos, realizados nos “ghats”, que são portões para colocar as oferendas e pedidos, os peregrinos vão visitar porque aqui foram jogadas as cinzas de Gandhi.
As paradas em Ranakpur e Pushkar foram muito interessantes pelo aspecto cultural, já que a Índia era para mim, e ainda é, um outro mundo, tão distante e diferente. Mergulhar em cidades do interior, locais de peregrinação e fé, foram episódios até então inéditos na minha vida como turista. Paisagens e memórias que ficarão para sempre.
Rajastão é um estado indiano que faz fronteira com o Paquistão. Possui área de 342 km² e fica no deserto de Thar, a noroeste da Índia. Tem 68 milhões de habitantes e a sua capital é Jaipur.
Patrika Gate
Jaipur foi fundada em 1728 pelo Marajá Sawai Jai Singh II, possui 3 milhões de habitantes. É uma cidade planejada, coisa rara na Índia, possui ruas com asfalto, calçadas e canteiros com jardins (incrível). É limpa também, vi pouco lixo.
É a cidade que a maioria dos turistas conhece porque faz parte do circuito “triângulo dourado” que inclui Agra e Delhi, o tour mais popular entre os que visitam a Índia.
Também é conhecida por ser “a cidade rosa” porque em 1876 o marajá mandou pintar a cidade inteira de cor de rosa para receber a visita do Príncipe de Gales, Albert, filho da Rainha Vitória, futuro rei Eduard VII. A mulher do marajá adorou o resultado e desde então a cidade é pintada dessa cor.
Em algumas partes da cidade não acho que seja cor de rosa rosa, mais parece cor de telha, agora dá um efeito bem interessante, gostei!
Palácio dos Ventos
Fazia parte do roteiro “Os palácios do Rajastão” em Jaipur a hospedagem no Hotel Rambagh Palace, administrado pela rede TAJ. Fiquei 2 noites e recebi um upgrade.
O Palácio Rambagh, de 1835, começou como a casa da criada favorita da rainha. Depois foi uma hospedaria real, pavilhão de caça e por fim residência do Marajá Swai Man Singh II. As treliças são feitas em mármore esculpidas à mão.
O Hotel é lindo demais, tem um estilo diferente do Lake em Udaipur (palácio de verão) e do Umaid em Jodhpur (palácio da cidade). Parece um palácio de campo. Adorei ter conhecido três estilos bem diferentes de residências dos marajás.
Achei o quarto deste hotel o mais bonito que me hospedei. Possuía vários ambientes: quarto, saleta, closet e banheiro.
A saleta era o ambiente mais lindo do quarto, com vista para os jardins que possui aproximadamente 50 pavões.
A localização do quarto era uma charme, parecia uma vila privativa, com terraço próprio para descansar e apreciar a vista.
Porta e varanda do quarto
Sempre vinha um amigo nos visitar no terraço. Impressionada como fiquei magra na foto acima (dieta indiana).
O Lobby do Hotel Rambagh é lindo com fonte de mármore, balaústras (lustres) de arenito e quadros de marajás
Aqui também o receptivo foi com música, flores, colares e a marca na testa. Já se hospedaram no Rambagh: Lorde Mountbatten, Príncipe Charles e Jacqueline Kennedy.
O Hotel possui 4 restaurantes e um bar. Na primeira noite fui jantar no Restaurante Suvarna Mahal, o mais bonito e formal, cozinha indiana, localizado no Salão de Jantar do Marajá. Neste restaurante para ocasiões especiais os sousplats são de ouro.
Foi no Suvarna que eu comi o único prato que eu realmente gostei na Índia, uma entrada: queijo grelhado com vegetais. Não fiz a foto. Estava uma delícia. O prato (foto abaixo) arroz com vegetais e frango estava bom também, só que com muita pimenta. Até os pães do couvert tem pimenta, um deles inclusive não consegui comer, queimava a boca.
Detalhe que o garçom disse que esses pratos tinham pouca pimenta! O marido queria cordeiro, mas ele avisou que era com bastante pimenta, imagina!
Após o jantar um drink no Polo Bar. Como a Índia foi colônia inglesa o Polo sobre cavalo é um esporte muito popular. No bar tem muitas fotos de jogadores de polo, onde aparecem o marajá e a família real inglesa, em especial os Príncipes Philip e Charles.
O Hotel Rambagh é mágico à noite. No jardim em frente ao restaurante e bar fica um músico tocando cítara.
No outro dia, o café da manhã é servido em uma sala lindíssima, onde funciona o Rajput Room, um restaurante all day. Como sempre aquele buffet espetacular e eu no chá preto com pão e manteiga.
No roteiro programado para a cidade não estava previsto conhecer dois pontos de Jaipur que eu queria muito. Então conversei com o motorista e ele nos levou. Abaixo, pelas ruas
O primeiro foi o Patrika Gate (foto na abertura do post). Visitamos na chegada da cidade pois é um pouco fora do centro, a 7 km do nosso hotel e 10 km do City Palace.
O Patrika Gate é um portal que fica no Parque Jawar Circle, no caminho para o aeroporto de Jaipur (apenas 1 km), então se você chega ou sai da cidade de avião, não pode perder a oportunidade de dar uma parada aqui, pois é um monumento lindíssimo. Fica aberto 24 horas e a visita é bem rápida. Se situa na entrada de um parque, agora se você tem interesse de visitar os jardins e fontes também então a visita se torna mais demorada.
O Maharajá Sawai Jai Singh II construiu este portão com 9 arcos que simboliza a 9ª porta de entrada da cidade, já que havia outras 8 “portas” para entrar em Jaipur. O interior do portão é de uma beleza fascinante. Todo decorado com murais que contam a história da realeza no Rajastão.
Às 19h acontece uma apresentação de fontes musicais no parque e show de luzes no portal. Fui às 15h e estava bem tranquilo. Dizem que o melhor horário para fazer fotos é pela manhã, bem cedo, porque tem menos turistas. No horário que eu fui tinham apenas dois casais com o seus respectivos fotógrafos. Fiquei admirada, achei que ia encontrar lotado.
O portão é cenário para muitas sessões de fotos, principalmente de revistas e casamentos. Quando nós fomos estavam acontecendo dois shootings
O outro local que eu queria conhecer, o Museu Albert Hall, cujo acervo se compõem de mobiliário, tapeçaria e arte indiana em geral, infelizmente não consegui visitar o seu interior, não tive tempo, o motorista passou em frente e fez uma parada para fotos.
Começando o tour visitamos o Hawa Mahal – Palácio dos Ventos construído pelo Maharajá Sawai Pratap Singh, de 1799. Possui de fachada 15 metros de largura e 5 andares de altura. Em vários sites de pesquisas as informações são diferentes quanto ao números de janelas. Uns dizem 365, outros 933 e até 953 janelas. Enfim, não parei para contar. E depende muito também do que se considera janela, se cada abertura da “colméia” ou o seu conjunto.
A dificuldade para fotografar é imensa. O guia colocava o celular no chão para conseguir o ângulo. Abaixo um filme dessa construção que eu achei a mais incrível da viagem.
O Palácio dos Ventos foi construído em arenito vermelho e rosa. Hoje é só uma fachada. É possível entrar e visitar o seu interior, mas não tem nada, só para ver por dentro a vista que se tinha das janelas. A quantidade e formato das janelas serviam para que as mulheres da realeza pudessem olhar a cidade, observar o movimento da rua sem ser vistas, garantindo a sua privacidade.
O nome Palácio dos Ventos era porque pelas suas treliças o vento poderia entrar e refrescar o ambiente. Porém, atualmente, isso não é mais possível, já que foram instaladas janelas de madeira que ficam fechadas para a sua preservação.
Em seguida partimos para visitar o local que considero a mais importante da cidade o Forte Amber, a aproximadamente 8 Km do centro.
O Forte Amber é uma fortaleza com palácios, templos, pátios e jardins. De 1599 foi a residência do marajá Man Singh (1589-1614).
Há três maneiras de chegar no forte: a pé, de carro e de elefante. O nosso tour era de carro até um ponto e depois de cadeirinha no lombo do elefante até o pátio principal.
As ruas são bem estreitas e o percurso muito interessante.
Durante o trajeto de carro o guia começou a conversar perguntando se a gente queria mesmo ir de elefante, que demorava muito, que ele não considerava certo utilizar os animais para esse fim, foi uma situação um pouco constrangedora, enfim, nós também não concordamos em utilizar animais para o trabalho, então resolvemos não subir no lombo do elefante para chegar até o forte, subimos a rampa de acesso a pé mesmo.
Abaixo turistas subindo e chegando no palácio no lombo dos elefantes. Atualmente há algumas regras de proteção para esses animais, um número fixo de “viagens” por dia. O guia nos ofereceu para ir conhecer depois “a casa dos elefantes”, onde se pode ter contato com os animais, acariciar, mas também não me interessei. Sei que os elefantes são animais selvagens e não gosto de imaginar o que eles passaram para chegar ao ponto de aceitar essa aproximação humana.
Jaipur é a cidade mais turística do Rajastão e no Forte Amber sua atração mais famosa a quantidade de pessoas é enorme. A foto abaixo retrata uma cena muito comum na Índia: a insistência dos vendedores.
O Forte Amber tem cor amarelo ocre e levou 25 anos para ser construído. Tem quatro patamares e fica no alto de uma colina com uma linda vista.
O Forte Amber possui um mix das culturas muçulmana e hindu
Pintura no Portal de entrada
No interior do palácio vimos no Haman a “banheira de hidromassagem” do marajá.
O Hall de Espelhos é o ambiente mais fascinante do complexo, faz parte do Sheesh Mahal
Foto feita pelo guia – eu estava do outro lado da sala
Considero importante ter o acompanhamento de um guia no forte. O percurso é extenso e um verdadeiro labirinto. Dá para se perder lá dentro e não conseguir seguir em um percurso lógico e também corre o risco de ficar sem ver alguns ambientes. Tem vários guias autônomos que oferecem o seu serviço na porta do forte ou no pátio central.
Na saída do forte encontramos muitos elefantes pelo caminho
Depois do Forte, nossa próxima parada foi o City Palace. Em todos os locais de visitação em Jaipur as bilheterias estavam bem tranquilas para comprar os tíquetes, sem fila.
O Palácio da Cidade na realidade são dois Chandra Mahal – onde parte é residência da família real e o Mubarak Mahal – “Mahal” significa palácio em hindi, como “Pur” significa cidade.
O complexo foi construído entre 1729 a 1732 pelo Maharajá Sawai Jai Singh II. A pedra do exterior foi esculpida em formato de renda e possui 2 elefantes de mármore adornando a entrada.
Os guardas do palácio se oferecem para fazer fotografia para depois pedir gorjeta, não tenho problema em relação a isso, penso que é mais uma fonte de renda para eles.
Passando o portal para chegar no Palácio de Boas Vindas – Mubarak Mahal
Dentro dos palácios funcionam museus com exposições de arte, armamentos, trajes reais, um acervo bem completo, mas não é permitido fotografar no seu interior
No Mubarak, o palácio de boas vindas se encontram 2 grandes vasos (ou urnas) de prata, com capacidade para 4.000 litros cada, que foram feitos para o marajá Madho Singh II. Reza a lenda que o marajá em 1902, para a coroação do Rei Eduard VII (filho da Rainha Vitória), levou água do Rio Ganges nesses vasos para se banhar na Inglaterra.
Mubarak Mahal – Palácio das Boas Vindas onde o marajá recebia as autoridades
Abaixo o Chandra Mahal – a família real de Jaipur mora em parte deste palácio.
No seu pátio Pitam Niwas, conhecido como Corte dos Amantes, existem 4 portas que representam as estações do ano
Sou fã das roupas e poses das asiáticas
A mais linda – a Porta dos Pavões
O atual Marajá de Jaipur, Swai Padmanabh Singh, conhecido por Pacho, é muito jovem, tem 22 anos, e ficou famoso por dançar a valsa com Ava Phillippe, filha da atriz Reese Whiterspoon, em seu baile de debutantes em Paris. O marajá já esteve no Brasil, pois é jogador de polo e veio participar de uma competição. Também inovou ao fazer uma suíte do palácio para hóspedes e colocar para locação no Airbnb.
Um lugar muito interessante para se conhecer em Jaipur é o observatório astronômico Jantar Mantar, que fica ao lado do Palácio da Cidade.
Construído pelo Marajá Jai Singh II, a partir de 1724 possui 22 instrumentos de astronomia arquitetônica.
E aqui também a fila de fãs para fotos 😉
O observatório foi criado para além de medir o movimento do sol, da lua e dos planetas também fazer previsões e os signos do zodíaco, o que hoje se conhece por astrologia.
Meu signo – Escorpião
No texto acima: “Signo do Zodíaco – Convenção de Reencarnação 1856. Gekral Chand Bhavan. Existem 22 instrumentos dos quais os planetas se conhecem. A partir daqui o trabalho é feito quando esse valor é visível ao sul. Face do círculo”. Pelo Google Tradutor. Não entendi nada, mas tudo bem.
No observatório se encontra o Samrat Yantra o maior relógio de sol do mundo (abaixo). Infelizmente só consegui fotografar uma parte dele (metade) já que é gigantesco. O guia nos mostrou como ver as horas nele. Foi incrível, ele erra por dois minutos!
Neste observatório, vendo toda essa engenhosidade construída há quase 300 anos, cheguei a conclusão que o indiano é muito inteligente, considero neste quesito um povo muito acima da média. Se destacam principalmente em arquitetura, física e matemática. Quem já assistiu o filme o homem que viu o infinito? Enfim, tudo que exige cálculo, eles dominam. Não sei se por conta da adversidade, já que a sobreviver na Índia é um grande desafio.
Pausa no tour para almoçar e em Jaipur este restaurante levou o troféu de pior comida da viagem e olha que a concorrência era grande! Tinha um buffet (horrível) e à la carte. Pedimos uma massa com molho de tomate sem pimenta e acreditem veio temperada com açúcar! Acho que fizeram de propósito. Não conseguimos comer.
Durante a tarde estava previsto passear pelo comércio de Jaipur. Primeiro fizemos um tour de tuk tuk e depois a pé.
O “estado” do nosso tuk tuk caindo aos pedaços
Um detalhe sobre os tuk tuks: é maravilhoso transitar com eles. Dá para ver bem tudo, porque são abertos, a gente fica muito próximo das pessoas, dão um jeito de passar em qualquer lugar, mas…lembrem que na Índia sempre tem muitos “mas”, são sujos, barulhentos, cobram o que dá na telha e nem sempre te levam direto para o destino. Ahhhhh a Índia, tem que ter paciência!
Percorremos a Ramganj Bazar Road e as imediações do Badi Chaupar Market, um verdadeiro labirinto de vielas com milhares de lojas, uma ao lado da outra.
Pegamos um pequeno congestionamento, uma carroça que não tinha espaço para passar
Os tecidos e sáris são de enlouquecer, lindos demais! Mas, já comentei, tive muita dificuldade de fazer compras na Índia. Os produtos não tem preço, os vendedores olham para a gente e colocam o valor que querem, eu fazia a conversão das rúpias no aplicativo do celular e o preço em euros era absurdo, daí tem que ficar negociando (odeio) e muitos não baixavam, queriam apenas oferecer um brinde.
A gente se sente enganado, explorado o tempo todo, porque sabe que os produtos são baratos, mas não para nós, achei irritante. E depois pensei, onde vou andar vestida de sári no Brasil? Só em uma festa a fantasia. Mesmo assim resolvi comprar um, está guardado no armário esperando uma oportunidade de entrar em cena.
Terminado o tour, voltamos para o nosso hotel (oásis), para descansar da loucura que é passear pelas ruas indianas (amo hehehe). E como estava morrendo de fome tentar comer algo. Fiz um lanche, comi um club sandwich muito bom no Verandah Café que serve pratos leves e afternoon tea ao ar livre ou nas espaçosas varandas do palácio.
Não tive coragem de comer nenhuma comida “de rua” na Índia, em feiras, barraquinhas, calçadas, o guia às vezes oferecia eu dizia que não estava com fome por medo, uma pena, em outros lugares do mundo adoro!
No hotel, sempre vinha um amigo fazer companhia
E à noite fomos jantar no único restaurante que eu tive vontade de conhecer em toda a viagem fora dos hotéis em que fiquei hospedada: o Bar Palladio
O Restaurante Bar Palladio fica no interior do Hotel Narain Niwas Palace. Anexo a este hotel tem um mini shopping com lojas incríveis de roupas e decoração. São lojas de designers.
O Bar Palladio tem dois ambientes, um café que funciona durante o dia, em tons de rosa e o restaurante e bar à partir das 18h em tom de azul “elétrico”. Abaixo o pátio externo.
Eu estava enlouquecida para conhecer esse lugar, já tinha visto muitas fotos dele no Instagram e não me decepcionou no quesito ambiente, que restaurante mais lindo! O tom de azul, as luminárias, tecidos, tudo fazia uma composição fantástica, amei!
Já no quesito comida, deixou a desejar. Comida sem gosto porque pedimos sem pimenta. Aqui conhecemos um casal de São Paulo muito legal e ficamos conversando, sentaram ao lado da nossa mesa. Eles fizeram o mesmo roteiro que o nosso só que ao contrário. Foi ela quem fez as minhas fotos e eu fiz as dela, enquanto os “rapazes” deram uma pausa na função fotógrafos. E não lembramos de fazer fotos todos juntos, uma pena. O papo estava tão bom, enfim, ficou a recordação de uma noite muito especial.
Recomendo muito ir no Bar Palladio, pelo ambiente lindo, animado (depois lotou) e quem sabe você tem mais sorte do que eu na comida. Melhor reservar.
No cardápio do Bar Palladio a seguinte frase: “A estranheza de que você não é mais ou não possui mais, está a sua espera, em lugares estrangeiros e não possuídos.” de Ítalo Calvino, um dos maiores escritores italianos do século XX.
Despedida de Jaipur – Jal Mahal – Lago Man Sagar
O Rajastão foi realmente incrível, em suas três cidades: Udaipur, Jodhpur e Jaipur vi coisas surpreendentes, até então inéditas para mim. Construções, templos, paisagens, um outro mundo. E ainda não terminou, no próximo post mostrarei Ranakpur e Pushkar dois lugares que visitei no trajeto, durante os 1.000 km que fizemos de carro pela Índia.
Viagem é realmente algo muito pessoal. As impressões e gostos de um nem sempre servem para o outro. E exatamente isso aconteceu em Jodhpur. No planejamento informei a agência que o objetivo da viagem era comemorar o meu aniversário, então, o contato da Pioneer Journeys no Brasil, a querida Cíntia me aconselhou passar a data em Udaipur ou em Jaipur, mais bonitas e interessantes, porque Jodhpur era a mais sem graça das três cidades do Rajastão.
Forte Mehrangarh
Só que fui para Índia a partir de Roma e a companhia Alitália não tem vôos diários para Delhi. Soma-se a isso eu não poder chegar em Delhi em uma segunda-feira porque está tudo fechado e nem estar em Agra em uma sexta-feira porque o Taj Mahal não abre. Quer dizer, tive que fazer um malabarismo danado e a data do meu aniversário, 03 de novembro, caiu na cidade de Jodhpur. Paciência pensei, o importante é que estarei na Índia.
Em um ponto concordo com a agência, Udaipur é a mais bonita sim, mas Jodhpur está longe de ser sem graça e no meu ponto de vista foi a melhor das três, mais do que Jaipur, a capital do Rajastão. Concluindo, Jodhpur foi a cidade que eu mais gostei de toda a viagem, depois foi Delhi (que a maioria odeia). Foi maravilhoso, um sonho poder passar o meu aniversário nesse lugar.
Forte Mehrangarh
Jodhpur é segunda maior cidade do Estado do Rajastão, possui 1 milhão de habitantes, tem 78 Km², foi fundada em 1.459 e se situa junto ao deserto de Thar a noroeste da Índia.
Fiquei hospedada no Hotel Umaid Bhawan Palace, administrado pela rede TAJ. Foi o hotel mais incrível da viagem. O hotel mais lindo que já fiquei na vida!
O Palácio Umaid foi construído entre 1928 e 1943 em arenito amarelo e está localizado na colina Chittar o ponto mais alto de Jodhpur. Trabalharam na construção 5.000 homens durante 15 anos. O prédio não possui argamassa ou cimento, as pedras foram esculpidas e unidas por entalhe, intercalando peças positivas e negativas. Possui 347 cômodos sendo a principal residência do marajá de Jodhpur, sua alteza Gaj Singh. O nome do palácio, Umaid, é em honra ao avô do atual marajá.
A chegada no Hotel Umaid é um acontecimento. Fomos recebidos com banda de música, pétalas de rosas, colares de flores e a marca de pigmento na testa para prosperidade.
O lobby é composto de vários ambientes um mais lindo do que outro e a cúpula do palácio possui 32 metros de diâmetro e 195 metros de altura em estilo renascentista. Foram utilizados no seu interior 1 milhão de metros quadrados de mármore. Seu jardim tem 100.000 m². O prédio foi dividido em três partes: hotel, residência do marajá e museu (aberto ao público).
Todos os hotéis que ficamos na Índia tinham um forte esquema de segurança, mas no Umaid, por ser em parte residência do marajá, a vistoria era ainda mais rigorosa. Antes de entrar no hotel, o motorista tinha que abrir o capô e o porta malas do carro. Um segurança passava um aparelho detector de bomba embaixo do carro e as malas passavam no aparelho de Raio X.
Também neste hotel, infelizmente, não encontrei o Seu Marajá para cumprimentar, dar um oi, enfim, agradecer a hospitalidade 😉
A reserva foi feita pra um quarto standard, só que no check in recebi um upgrade para a suíte histórica, um quarto muito confortável, com sala, closet e varanda.
O café da manhã é servido no restaurante Pillars, onde jantamos no meu aniversário. Um espaço no terraço com vista para uma enorme área verde e que tinha sempre músicos ou eventos artísticos acontecendo.
E sempre um amigo para fazer companhia no café
De todos os hotéis o Umaid foi o que tinha o staff mais gentil, parecia uma grande família, todos muito simpáticos, bem falantes, sorridentes, a gente se sentia muito bem, recebidos com muito carinho e atenção. O pessoal do café, restaurantes, spa, recepção, porteiros, amei cada um por tanto afeto.
O querido Mister Chain Singh porteiro do Hotel Umaid
No final de tarde, por volta das 18h, sempre tem um evento cultural no Hotel Umaid. No primeiro dia assistimos uma apresentação de dança folclórica. A dançarina vai encaixando os potes um a um em cima da cabeça até ficar em uma altura incrível.
E depois ela convidou as mulheres da plateia para dançarem. Só eu e mais uma moça (indiana) aceitaram o convite. Que gente desanimada credo!
A parte de gastronomia do Hotel Umaid é composta por dois restaurantes e um bar. Na primeira noite jantamos no restaurante Risala. Ambiente mais formal. Cozinha indiana e continental. Gostamos (conseguimos comer uma massa com molho de tomate) e no outro dia almoçamos aqui também.
Sobremesa de chocolate deliciosa
Trophy Bar – Hotel Umaid
Drink no Trophy Bar – espumante – gelo nem pensar
O hotel tem muitos quadros dos Marajás de Jodhpur
Encontro do marido com os marajás
No outro dia, foi meu aniversário, no final do post conto tudo desse dia tão especial. Agora vamos conhecer Jodhpur?
Primeira parada o Forte Mehrangarh do ano de 1.460, fica em uma colina 125 metros acima da cidade. Fica a 15 minutos de carro do centro. Trata-se de uma fortaleza que abriga vários palácios.
As muralhas tem 35 metros de altura e 21 metros de largura, para acessar o interior do forte passa por 7 portões.
A charmosa aqui foi de rasteirinha, mas o ideal é visitar o forte e a cidade toda de tênis porque tem muita areia, pedra e sujeira. Já no interior do forte, para chegar no terraço que dá acesso aos palácios, na parte superior, pegamos o elevador, como chegamos cedo (abre às 9h) não tinha fila. Dá pra ir a pé também, mas fica muito cansativo e demorado. Dica: Para quem vai sozinho o ideal é contratar um tuc tuc até o 5° Portão onde está o elevador.
Na entrada do forte tem algumas lojas, vendedores chatos e câmbio, então resolvi trocar euros e aqui também aconteceu um fato que se repetiu por toda a viagem. Quando entrei na casa de câmbio uma família de indianos entrou comigo e ficou olhando eu trocar o dinheiro, contar, só faltaram colocar a cabeça dentro da minha bolsa! Não eram pessoas pobres, não estavam ali para pedir ou trocar dinheiro, era só por curiosidade mesmo! E eles não fazem cerimônia, grudam para observar o que você vai fazer, em várias lojas foi assim, e, como sempre, no início eu achava interessante e até engraçado, depois cansa.
Indiana e seus lindos trajes. Elas pedem fotos comigo eu peço para tirar fotos delas
Lá em cima, pouca gente, um milagre na Índia. A época que viajei estava acontecendo o Diwalli, o festival das luzes, um feriado e festa tão importante para os hindus quanto o Natal é para os cristãos. As cidades estavam lotadas e o Rajastão é o estado mais turístico.
Do terraço dá para ver porque Jodhpur é conhecida como a Cidade Azul. As casas são quase todas pintadas desta cor e existe duas explicações: uma porque o azul é uma cor mais refrescante, melhor para aguentar o quente e úmido verão indiano e outra porque os mosquitos não “gostam” da cor azul, então serve para espantá-los.
Pelas fotos dá para perceber o quanto subimos
A arquitetura da fortaleza é impressionante e suas paredes externas são em tons avermelhados. Na área dos palácios tem um mix de tons terracota e ocre
Abaixo trono e fotos da coroação do atual Marajá Gaj Singh II com 3 anos de idade.
Oi!
O Forte Mehrangarh é um dos maiores da Índia, a família real morou aqui até se mudar para o Palácio Umaid (meu hotel). Hoje funciona como museu, no seu acervo tem antiguidades, obras de arte, armas, roupas, instrumentos musicais e mobiliário.
Na entrada um hindu e seu cachimbo de ópio
Assento para colocar em cima do elefante
Phool Mahal – Hall de Audiências privadas construída pelo Marajá Abhaya Singh no século XVIII em ouro e espelhos
O que mais me deixou extasiada nos palácios indianos foi a riqueza de detalhes nas suas paredes. Pinturas, espelhos, pedras semi ou preciosas, prata, ouro, madeira, mármore, tudo era usado para compor esse efeito fantástico.
A sala dos berços
Um berço real
E a louca das portas, não posso ver que já quero fotografar, imaginando a moldura
Saída do Forte Mehrangarh
Próxima parada: Jaswanthada o Cenotáfio Real. Um local destinado a homenagear a memória dos que já faleceram (não se encontram aqui os restos mortais).
Na Índia as pessoas não são enterradas e sim cremadas. O Marajá Sardar Singh construiu em 1899 este local que serve como crematório da família real e memorial, em homenagem ao seu pai Marajá Jaswant Singh II, por isso o nome Jaswanthada,
Para entrar precisa tirar os sapatos
Fazia parte do roteiro também conhecer o Bazar de Sardar, o mercado de Jodhpur. São inúmeras barracas com roupas, sapatos, bijuterias, tecidos, comida e apesar de ter muita sujeira, muito lixo, amei! Gostei muito na viagem de todas as vezes que fiquei na rua andando a pé no meio daquela loucura de carros, motos, buzinas, observando as pessoas, seus costumes. Queria ter uma cadeirinha para ficar sentada só olhando o vai e vem, achava tão incrível, me sentia sempre como em um filme.
Amei esses sapatos comprei alguns
Os tecidos são lindos e baratos
No centro do mercado se encontra a Torre do Relógio (Ghanta Ghar), construída pelo Marajá Sardar Singh entre 1880 a 1911. É possível subir na torre, mas não fui.
O Sardar Market e a sua Clock Tower é um lugar imperdível em Jodhpur, achei muito interessante e não vi turistas estrangeiros aqui.
Saída do Sardar Market
Voltando para o hotel, cena comum nas ruas indianas, família inteira na motocicleta, só o homem de capacete, cheguei a ver com 5 pessoas.
No Hotel Umaid Bhawan Palace uma parte funciona como museu com pinturas, retratos e objetos da família real de Jodhpur. Como era hóspede do hotel um funcionário me acompanhou no tour. E aí se os indianos já me olhavam como uma ET, calculem com o segurança do museu mostrando o acervo e me fotografando, já que fui sem o marido. Nem nessa hora eu consegui ficar realmente sozinha, eles não deixam.
Porta do lado esquerdo com pessoas na frente é a entrada do museu
No pátio do museu – Marido teria feito essa foto muito melhor
Marajá de Jodhpur Gaj Singh, sua mulher e filhos
Final do dia, como era meu aniversário eu posso tudo, então primeiro marquei uma massagem no JIVA SPA do hotel, que fica junto a piscina interna que se chama Zodiac, já que no chão tem mosaicos com os signos. Fiz uma massagem relaxante com óleos aromáticos. Deixei o celular no armário porque essa vida de blogueira registrando tudo também cansa. Reservei esse momento para desligar.
A boa fama das massagens indianas é merecida. Que massagem! Primeiro o ambiente: escuro com uma música suave, um perfume delicioso no ar. Começou com uma imersão dos pés em uma bacia de água, flores e óleo aromático quente e uma massagem vigorosa (nada dolorida) para relaxar os pés, meus pobres pés cansados de andar de rasteirinha o dia inteiro agradeceram. Depois uma hora e meia de massagem no corpo todo com óleo e por fim no rosto e cabeça. O óleo não era grudento, passei a toalha e pronto. Saí de lá flutuando!
Depois marquei uma tatuagem de henna. O hotel agenda o horário da sua preferência, tem parceria com artistas que vão no hotel atender.
E o resultado: achei que ficou lindo demais! Depois de 1 hora pode lavar. Bem difícil de sair. No primeiro dia fica um laranja bem clarinho, achei que não tinha dado certo! Depois com o passar dos dias vai escurecendo cada vez mais. Durou quase 10 dias. E eu passava álcool gel nas mãos 200 vezes por dia.
Final de tarde mais um evento no hotel, desta vez na área externa, um grupo de músicos e duas dançarinas em uma apresentação incrível, amei!
O dia do meu aniversário, jamais vou esquecer, desde a hora que acordei até a hora de dormir, todos os funcionários que passavam por mim me davam os parabéns, me desejavam coisas boas, até o segurança “sério” da portaria externa colocou a cabeça para dentro do carro e perguntou se eu estava de aniversário para me cumprimentar.
Foram tantos os gestos e palavras carinhosas, tantas felicitações, que percebi que o dia do aniversário na Índia é realmente uma data muito especial. Eles entendem que é um novo ciclo que se inicia, um livro novo que você tem a chance de escrever a vida da sua maneira. Achei tão lindo, fiquei muito emocionada.
Quando voltei para o hotel do tour tinham feito Happy Birthday com flores no chão, a equipe de arrumadeiras me deu um tag de mala, ganhei cesta com flores, vinho, porta retrato com a nossa foto da chegada. Prepararam uma festa surpresa para mim no quarto, com bolo, espumante, os funcionários cantaram parabéns, mais um buquê de flores, recebi um lenço de marani e o marido um turbante de marajá, foi muito legal!
Queria registrar aqui também a parceria do meu marido RB que topou na hora quando eu disse que queria passar o meu aniversário na Índia. Quem nos conhece sabe que o destino não tem nada a ver com o nosso perfil. Quando eu contava que ia para a Índia ficavam todos muito admirados, horrorizados na verdade! E durante toda a viagem ele resistiu heroicamente, participou de tudo com muita boa vontade, inclusive as 50 milhões de fotos que eu pedi, não reclamou de nada (um pouco da comida com toda a razão) e no final da viagem disse para mim que odiou, hahahaha! Parceiro de vida e agora de blog só a agradecer.
Depois da festa no quarto fomos jantar no Restaurante Pillars um terraço com vista para os jardins.
Presente que ganhei do marido
E como terminamos esse dia incrível? Primeiro jogando pingue pongue.
Depois essa surpresa na banheira do quarto nos esperando! Será que eles acharam que ia ter lua de mel? Nessa altura do campeonato!!!
Quando escolhi passar o meu aniversário na Índia sabia que seria especial, só que com todo o seu encanto se tornou realmente memorável, inesquecível. Foi o aniversário mais incrível da minha vida. Namastê!
Capital do antigo reino de Mewar, cidade dos lagos e considerada a mais romântica do país. Foi fundada em 1559 pelo Maharajá Udai Singh II. Possui 550 mil habitantes e se localiza no Estado do Rajastão, que faz fronteira com o Paquistão, no noroeste da Índia, a 650 Km da capital Delhi.
Udaipur é conhecida como a Veneza do Oriente, sendo a cidade mais rica da Índia, embora considere mais apropriado dizer a menos pobre.
Cheguei em Udaipur de avião, a partir de Delhi (voo 1h e 15m). Fiquei hospedada por 2 noites no Hotel Taj Lake Palace, no meio do Lago Pichola. Conhecido como o Palácio do Lago – Jag Niwas – era a residência de verão da família real. Construído pelo Maharana Jagat Singh II em 1746, todo em mármore branco, baseado em um rochedo.
O hotel só é acessível de barco. Possui pier próprio e barquinhos que fazem o trajeto ida e volta a todo momento. É tão lindo, tão romântico, me senti em um filme. Aliás, neste hotel foram gravadas cenas do filme 007 – Octopussy. Já se hospedaram aqui a Rainha Elizabeth II e Jacqueline Kennedy.
Pier do Hotel Taj Lake Palace
O trajeto de barquinho até o hotel foi um sonho!
Pichola, o coração de Udaipur, é um lago artificial de água doce criado no ano de 1362. Possui 6,96 km² de área – 4 km de comprimento por 3 km de largura. Sua maior profundidade é de 8,5 m. A água tem um alto teor de sódio e bicarbonato. Como recebe dejetos de esgoto é muito poluído, embora eu não tenha sentido odor. Tem 17 espécies de peixes, mas, como comentei na introdução que fiz sobre a Índia, que você lê aqui Índia – Impressões gerais não tive coragem de comer peixe e frutos do mar durante a viagem.
E acredite se quiser, mesmo com toda essa quantidade de água, o lago permaneceu seco de 1998 a 2005. O barqueiro me mostrou a foto abaixo no celular dele.
O Palácio Jag Niwas era a residência de verão do Marajá de Udaipur, tem vista para o Palácio da Cidade e as colinas de Aravali. Ainda pertence ao marajá, convertido em hotel administrado pela rede TAJ. Existe mais um palácio no lago, falarei sobre ele depois. O Taj Lake é um daqueles hotéis que você não tem vontade de sair. Infelizmente nos dois dias que fiquei lá não encontrei o “Seu Marajá”.
A chegada no Hotel foi com chuva de pétalas de rosas, música, colar de flores e a marca com pigmento natural na testa: o terceiro olho, para dar prosperidade. Ritual que se repetiu nos três hotéis do Rajastão.
Os ambientes internos: salas, restaurantes, lounges, bares e os externos: pátios, jardins, piscina, terraços são lindos demais!