Qa’lat al-Hamra significa castelo vermelho em árabe, origem da palavra Alhambra. Os árabes (mouros) dominaram a península ibérica por 800 anos. Se instalaram por volta do ano 500 d.c. e foram expulsos definitivamente no ano de 1492 pelos reis católicos Isabel I de Castela e Fernando de Aragão.
E foi na Andaluzia que os árabes permaneceram por mais tempo na Espanha, já que a expulsão foi gradativamente acontecendo sentido norte/sul. Por isso, encontramos tanta influência moura nas suas cidades, em especial na arquitetura, muito mais do que nas outras regiões.
Na fortaleza de Alcazaba – Alhambra
Alhambra foi uma fortaleza construída pelos árabes. Uma cidade fortificada dentro da cidade de Granada. Seus primeiros registros datam do século IX e teve seu apogeu no século XIII quando passou a ser a residência real de Muhammad Ibn Ahmar de 1238 a 1273.
A maior parte do complexo foi construída entre 1354 a 1391 e abandonada no século XVIII.
Para visitar Alhambra (que funciona todos os dias das 8:30 às 18:00 horas) contratei um guia particular através do Hotel Hospes Palácio de los Patos, onde fiquei hospedada. A entrada com ou sem guia deve ser comprada com muita antecedência (no meu caso 3 meses antes e já estava esgotando). É preciso informar o número do passaporte para checagem de segurança. O bilhete é nominal e intransferível.
O complexo da fortaleza de Alhambra é imenso, fácil se perder mesmo com mapa. Lotado de visitantes. O passeio com guia é altamente recomendável para poder aproveitar ao máximo todas as atrações do local. Além de pular fila, o que otimiza bastante o seu tempo por lá.
Junto a Alhambra se encontra El Generalife, que significa Jardim do Arquiteto (Alarife). Era o lugar de descanso dos sultões no século XIII. A visita pode começar ou terminar por aqui. Por uma questão de logística, o passeio guiado começou por aqui e achei realmente muito melhor.
El Generalife ocupa as ladeiras do Cerro del Sol. Tem uma vista completa da cidade e dos vales dos rios Genil e Darro. Os jardins são lindos. Algumas plantas possuem técnica de topiaria. É dividido em Jardines Bajos, Pátio del Descabalgamiento (para os cavaleiros desmontares de seus cavalos) e Jardines Altos.
Em março as laranjeiras estão carregadas o que deixa tudo ainda mais bonito. Abaixo no Pátio de la Sultana.
Uma das construções do Generalife é o Pátio de la Acequia. Foi o pavilhão mais importante desse local. Era um prédio sólido e simples (para os padrões deles) que servia de descanso para os sultões. Mais fresco em razão da sua localização, um refúgio para o tórrido verão Andaluz (embora não fosse novidade para os árabes).
Ao fundo do espelho d’água, 5 arcos sobre pilares de tijolos e um corredor com quartos. O lado esquerdo possui 18 arcos. No pavilhão superior um mirante com vista para o bairro Albaicin.
No lado esquerdo da foto acima é possível ver uma pequena cruz. Ali era o Baño de la Mezquita. A mesquita foi derrubada pelos reis católicos e construída uma igreja no local.
A vista aqui de cima é realmente muito bonita
Descendo para a cidade de Alhambra propriamente dita encontramos muitos jardins, sempre bem cuidados, como o Jardines de São Francisco, na foto abaixo. E esse céu?
E aqui aconteceu uma coisa inacreditável! Planejei esse passeio a Alhambra com meses de antecedência, estava embaixo de uma árvore ouvindo as explicações do guia quando escuto um barulho de pedra caindo, levei um susto! A 30 cm da minha cabeça uma cegonha resolveu “se aliviar”. Vocês não tem ideia da quantidade de “caca” que o bicho fez! A roda que ficou no chão era muito maior que bosta de vaca. E tinha cor de açai, bem roxo! Respingou no meu casaco, nas pernas, a vontade de chorar, enquanto o marido e o guia trancavam o riso, que ódio! Então, aqui vai uma dica, nunca fique embaixo das árvores! Imagina se tivesse sido bem na minha cabeça? Tinha acabado o passeio antes de começar realmente. Consegui limpar tudo com lenço de papel que o guia tinha levado, mas as roupas ficaram um pouco manchadas. No susto não lembrei de fotografar o estrago. Agradeci a Deus por não ter sido em cima de mim e não ter me machucado. Segundo o marido foi um tijolaço e eu iria direto para o hospital!
Ruínas do Palácio de los Abencerrajes
Mas, refeita do susto seguimos adiante. Puerta del Vino do ano de 1302 é a entrada principal da Medina de Alhambra (medina – cidade murada). Frente e atrás.
Em Alhambra um dos principais prédios é o Palácio de Carlos V que foi Imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Rei da Espanha como Carlos I a partir de 1516, foi considerado o homem mais poderoso do mundo da sua época. Construído em 1527 só terminou em 1953.
Carlos V usava os Palácios Nazaries como residência de verão, porém precisava de mais conforto e então foi construído para sua residência oficial. Hoje funciona como sede do Museu de Alhambra e no andar superior o Museu de Belas Artes.
Próxima parada, a construção mais famosa de Alhambra: os Palácios Nazaries, nome da última dinastia árabe que governou a Península Ibérica. Possui 3 áreas independentes. Palácio Mexuar (Justiça e Estado), Palácio Comares (residência oficial do Sultão) e Palácio Leones (parte privada – harém).
O Palácio Mexuar era um local de reunião de Estado, com gabinetes de Ministros e o Sultão “aplicava” a Justiça, desde 1314. Hoje é um salão vazio onde podemos apreciar a beleza de suas paredes de mosaicos e o rico trabalho de entalhe e marchetaria na madeira dos tetos.
Os pontos de interesse são o Pátio com fonte, o Cuarto Dorado e o Oratório (Mihrab)
O Palácio Comares era a residência oficial. Na fachada o Sultão recebia seus vassalos ao pé das escadas. A Sala Barca foi destruída em um incêndio e restaurada e o Pátio de los Arrayanes com destaque para o espelho d’água.
E o lugar mais lindo de Alhambra: o Palácio de los Leones. Feito por Muhammed V são os aposentos privados da família real, construído entre 1362 a 1391 com o grau máximo de excelência da arte nazari.
O Pátio de Los Leones assim chamado porque a fonte central de mármore tem na sua base esculturas de leões.
A dificuldade para fotografar é imensa porque é a atração principal de Alhambra, vive lotado, mas a gente com paciência consegue umas fotinhos mais exclusivas.
Na Sala de Albencerrajes: nome da família que foi decapitada em um banquete no palácio. O seu incrível teto.
Abaixo, a Sala de los Reyes, um local para recepções e celebrações.
Mais um teto maravilhoso
A Sala de Dos Hermanas com sua cúpula de Estalactites
A riqueza de detalhes no trabalho das paredes e dos tetos é realmente de impressionar.
Seguindo o trajeto passamos pelo Pátio de la Reja com sua vista linda do bairro de Albaicin
Pátio de Lindaraja
O Palácio El Partal composto de um pórtico com cinco arcos e um lago em frente.
A Torre del Mihrab, oratório de peças encaixadas como nas mesquitas africanas.
Nosso guia privado Pablo à direita
E a última etapa do passeio a Alhambra – Alcazaba – Uma fortaleza do século IX com três torres: Torre Quebrada, Torre del Homenaje e Torre de la Vela.
A vista de Sierra Nevada do alto da fortaleza é incrível
E o nosso guia Pablo fez essa foto panorâmica na fortaleza de Alcazaba
Na saída passamos pela Puerta de la Justiça a maior e mais espetacular das 4 portas das muralhas de Alhambra. Construída por Yusuf I em 1333, com seu arco em forma de ferradura.
Alhambra é realmente um lugar imperdível para quem vai conhecer Granada. A visita guiada ajuda muito a percorrer o trajeto, otimizar o tempo e entender a sua função na história da cidade.
Foi a surpresa dessa viagem pela Andaluzia. Não esperava muito da cidade, achei que seria sem graça, que a única atração que valia a pena conhecer era Alhambra (que terá um post só para ela), mas não foi. Viagens sempre reservam surpresas, que bom que são assim, pois adorei Granada.
Vista da cidade por Alhambra
Cheguei em Granada a partir de Sevilha, a distância de 250 Km fiz de ônibus pela empresa Alsa e foi muito tranquila e confortável. A rota de trem de alta velocidade – AVE ainda está em construção, então para viajar de trem tem que fazer uma baldeação e terminar o trecho de ônibus, não vale a pena, melhor fazer tudo direto de ônibus. Os veículos são muito confortáveis, tem serviço de bordo, ajuda para guardar as malas no bagageiro, cobram 3 euros por mala extra, não tem limite (não é fiscalizado, mas é bom comprar antecipado) e para quem não aluga carro é uma excelente alternativa, mesmo porque hoje a viagem tem a mesma duração do trem. Comprei pela internet no Brasil com antecedência no site http://www.alsa.es
Fiquei por 3 dias no Hotel Hospes Palácio de Los Patos. O prédio é lindo, a localização é muito boa e o restaurante do hotel o melhor da cidade, sem exagero. Mas…o quarto não era compatível com um hotel 5 estrelas. Pequeno e muito barulhento, sem qualquer isolamento acústico. Até me ofereceram outro quarto maior, uma suíte, mas o barulho era igual e o teto era muito baixo, no último andar, o que é muito comum na Europa, achei claustrofóbico, não quis, pensei: 3 diárias dá para aguentar.
Chegamos na cidade e estava muito frio (março 2019) e nublado (único em 15 dias) e resolvemos almoçar no hotel mesmo, no restaurante Los Patos. Foi ótimo. Ambiente bonito, serviço acolhedor e a comida deliciosa, a melhor de Granada. Vale muito a pena almoçar ou jantar nesse restaurante e de quebra conhecer o Hotel, um palácio histórico lindo, com o bar Terrace que à noite é maravilhoso.
Mimo do Chef um creme de batataEntrada Sopa de Pescado y Marisco (levanta até defunto)Paella deliciosaVista da nossa mesa – Restaurante Los Patos
Então, vamos conhecer a cidade? Granada significa Romã, a fruta de um vermelho intenso que os mais antigos, inclusive no Brasil, usavam para se referir a esta cor. Possui 88 km² e 235.000 habitantes. Pequena, com muitas coisas interessantes para conhecer, 3 dias foram suficientes. Fiz quase tudo a pé, a localização do Hotel Palácio de Los Patos é excelente.
A primeira parada foi na Plaza del Carmen o centro político de Granada, na Calle Reyes Católicos onde fica a Câmara Municipal.
Ao lado se encontra o Corral del Carbón uma porta monumental, do século XIV, que dava acesso ao Alhondiga – prédio público de 3 andares para encontro dos comerciantes e seus produtos. A porta tem formato de arco de ferradura, herança da arte muçulmana. No interior tem o pátio e uma fonte.
Logo em seguida está a Praça Izabel La Católica com o monumento onde a rainha está recebendo o navegador italiano Cristóvão Colombo. Os reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela foram grandes financiadores das expedições de Cristóvão Colombo que culminaram com o descobrimento da América.
A partir da Calle dos Reyes Catolicos seguimos para a Calle Oficios região mais interessante de Granada, onde concentra a maior parte dos seus monumentos históricos.
O Palácio de la Madraza, se situa no local que abrigou a primeira universidade de Granada em 1349. Madraza significa escola em árabe. O prédio que se visita hoje é do século XVIII e possui como obras de maior interesse o oratório muçulmano e o Salon de Caballeros, em arte mudejar.
A Catedral de Granada é dedicada à Virgem de la Encarnación. Começou a ser construída em 1505 por ordem da rainha Isabel de Castela e finalizada em 1583 em estilos barroco, rococó e renascimento espanhol.
Altar da Virgem de las Angustias
A Catedral de Granada é um verdadeiro museu dada a quantidade de peças de valor artístico e histórico, um dos mais preciosos é o retábulo de Santiago do século XVII.
A exposição bíblias e livros antigos também é fascinante.
Perto da Catedral passamos pela Plaza de la Universidad com a Igreja de los Santos Justo y Pastor e à esquerda o prédio da faculdade de Direito que conhecemos depois o seu interior em outro dia.
Estátua de Carlos V
À noite fomos jantar no restaurante Meson Botafumeiro, na Calle Príncipe. O ambiente é legal, estava lotado de locais, é recomendado e possui uma nota alta em sites, mas não gostei da comida, nem do serviço.
Calle Príncipe
No outro dia acordamos com um céu azul lindo e sol para visitar a atração mais importante da cidade: Alhambra. É tão complicado agendar um visita com muita antecedência, não dá para prever como estará o clima, mas, enfim, deu tudo certo e deixo Alhambra para outro post porque é um local enorme, uma cidade dentro de Granada.
Após conhecer Alhambra fomos passear no bairro Albaicín, super charmoso. Para chegar lá pegamos um táxi que nos deixou na parte mais alta do bairro (ele fica em uma colina) para almoçar e depois continuar caminhando à pé belo bairro, conhecendo os seus encantos e descendo em direção ao centro, porque para baixo todo santo ajuda.
Fomos almoçar no Restaurante El Huerto de Juan Ranas que eu recomendo muito. Que lugar incrível, que vista! A nossa mesa era um camarote para Alhambra. Comida deliciosa, ótimo serviço, não dá vontade de ir embora.
E esse terraço todo florido, um sonho.
Ao lado do restaurante fica o Mirador de San Nicolás, o mirante mais conhecido, um lugar mágico. Tem uma vista panorâmica para Alhambra de frente e Sierra Nevada ao fundo. Na praça do mirante tem a Igreja de San Nicolás, mas não entramos. No mirador a vista é linda a qualquer hora do dia e no por do sol deve ser mágica. Há muitos restaurantes bons no seu entorno. Depois, na última noite, voltamos para jantar, porque este local é realmente imperdível em Granada.
O bairro Albaicín é conhecido como a pequena Marrakech de Granada, em especial a Calle Teterias, com seu calçamento de pequenas pedras que lembram romãs (em espanhol Granada). Tem muitos restaurantes, lojas, casas de chá (teterias). É o local da comunidade muçulmana de Granada.
Na Porteria Concepción se encontra a Casa de Zafra, do século XIV, é a sede do Centro de Interpretacion del Albaicín. Com a expulsão dos mouros a rainha Isabel de Castela, a católica, entregou esta casa a Hernando de Zafra, seu secretário. Posteriormente, a viúva construiu um convento ao redor da casa.
O mais interessante de Albaicín é realmente se perder por suas ruas e encontrar a cada momento a influência árabe, povo que dominou a península Ibérica e com muita intensidade a Andaluzia por 800 anos, sendo expulsos em 1492 pelos reis católicos.
Aos descer o bairro Albaicín em direção ao centro histórico margeamos a Carrera del Darro, a rua mais charmosa de Granada. Percorremos toda a sua extensão. Possui palácios, igrejas, casas de arquitetura mourisca e várias pontes que ligam os bairros Albaicín e La Churra, já que margeia o Rio Darro.
No final da Carrera del Darro – sentido Albaicín/centro histórico – chegamos na Plaza Nueva. Apesar do nome é a praça mais antiga de Granada. Para quem sai do centro hsitórico a visita ao bairro Albaicín começa logo em seguida, eu fiz o circuito ao contrário, porque como comentei, achei mais fácil ir descendo a colina do que subir e descer tudo novamente.
Plaza Nueva – prédio do Tribunal Superior de Justiça
Outro lugar que vale a pena visitar em Granada é o Mercado de San Agustín. Acho sempre muito interessante conhecer o mercado público da cidade, ver os locais fazendo compras, os seus produtos frescos, sentir a atmosfera da cidade e das pessoas no seu dia a dia é muito legal.
Na principal via da cidade, a Gran Via de Colón, de 1874, a arquitetura de seus prédios históricos com a profusão de lojas e restaurantes torna o passeio muito agradável.
À noite, decidimos sair sem rumo e “olhar para a cara” do restaurante e arriscar (estou evoluindo). Deu certo! Jantamos no 530 Romanilla – Cocina Mediterranea de Mercado, na Calle Cárcel Baja.
Monumento el Aguador em frente ao Restaurante Romanilla
Antes, no caminho, passamos pela Praça Bib Rambla . O nome é de origem árabe herdado da porta Bal al Rambla, da antiga muralha da cidade. A praça é muito bonita, tem vários restaurantes, mas não me agradaram, estavam vazios e com ar de “isca de turista”.
No restaurante Romanilla o ambiente é parecido com o mercado San Agustín, cozinha mediterrânea bem feita, para quem quer dar um tempo, como eu, da cozinha espanhola, pelo menos por um dia, recomendo, foi uma noite especial.
No terceiro dia, já tendo conhecido a Catedral e Alhambra, as duas atrações principais e imperdíveis de Granada, faltava a terceira, que eu tinha muita vontade de conhecer e não decepcionou: a Capilla Real, na Calle Ofícios.
A Capilla Real é magnífica, a entrada não diz o que você vai encontrar no seu interior. Trata-se do monumento funerário dos reis católicos Isabel I de Castela e Fernando de Aragão. É umma capela com altar, ricamente decorada e no seu anexo um pequeno museu com objetos dos reis católicos inclusive a coroa e o cetro da rainha Isabel.
E advinha? NÃO PODE FOTOGRAFAR! Eu tenho vontade de matar o infeliz que determina uma coisa dessa. Não pensa nos outros, principalmente nos blogueiros de viagem, para proibir fotos. Daí eu imaginei: vai ver na loja do museu tem cartões ou posters com fotografias profissionais que mostram a beleza desse local que é realmente indescritível, de ficar de boca aberta. Mas…não tinha! Vamos ao Google (imagens bens ruins), fazer o que?
A Capilla Real foi iniciada em 1504 com instruções de construção da rainha Isabel em seu testamento. Só que ela queria um local simples para seu descanso eterno, porém, faleceu antes do término da construção, sendo enterrada em Alhambra. O rei Fernando II, seu marido, não atendeu as instruções dela e deu seguimento as obras, agora fazendo o local com uma riqueza e beleza impressionantes. Fernando II de Aragão também faleceu antes da capela estar pronta e somente em 1521 seus corpos foram trasladados de Alhambra para este local.
As tumbas dos reis católicos Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão, ao lado a filha Juana – a Louca e seu marido Fernando – el Hermoso. Embaixo, acesso por uma pequena escada, estão os caixões visíveis ao público.
Próximo a Capela se encontra a Alcaiceria, esquina com a Calle Oficios, um labirinto de ruas estreitas com lojas de artesanato e souvenirs. Foi fundada no século XIV.
A Alcaiceria tem dezenas de lojas: bijuterias, bolsas, louças, jóias, objetos de decoração, roupas, sapatos, souvenirs, echarpes, tecidos, enfim, uma infinidade de artigos, o local ideal para comprar (e resolver) todas os presentes da viagem.
E andando pelos seus labirintos encontramos esse tesouro:
Um pequeno pátio com paredes em cerâmica pintada com desenhos e poesias. Acima um pequeno quadro de Nossa Senhora de las Angustias. A Plaza fica atrás da loja Gonzalo Mariscal na Calle Alcaceria.
Saindo do circuito turístico fomos conhecer a Universidad de Granada, pelo caminho as vitrines das lojas que vendem os trajes típicos da Andaluzia e para dançar flamenco, verdadeiras obras de arte.
No caminho pela Calle Mesones passamos pela Plaza de la Trinidad
E chegamos no Jardim Botânico da Universidad de Granada na Calle Málaga
A Universidad de Granada iniciou em 1349 no Palacio Madraza e fundada oficialmente em 1531. Visitamos um de seus campus onde funciona a Faculdade de Direito. O prédio é aberto ao público.
Facultad de Derecho – Claustro Javier de Burgos
E seguimos para o nosso objetivo: Monastério de San Jeronimo, o primeiro e mais antigo de Granada, do ano de 1504, na Calle Rector Lopez Argueta.
Em março as laranjeiras estão carregadas, por toda a cidade, é tão lindo!
Sei que eu sou chata, mas custava o marido ter visto e falado: vai mais para o lado, para cobrir os papéis ali atrás na porta. É pedir muito?
O Monastério de San Jeronimo é composto por um mosteiro e igreja, começou a ser construído em 1504. Nas fotos abaixo o claustro que possui várias salas, todas abertas a visitação, destinadas a reunião, oração, refeitório, etc.
A Igreja do monastério de San Jeronimo é o templo mais antigo do mundo a ser consagrado à Imaculada Conceição. É lindo demais!
A distância até o monastério de 1,5 km do hotel não é nada na vida de qualquer turista e o trajeto é muito interessante – jardim botânico, universidade, ruas e arquitetura belíssimas – vale muito a pena conhecer.
Para almoçar fomos na rua mais típica da cidade: a Calle Navas. É uma rua estreita, extensa e com dezenas de restaurantes, um ao lado do outro. Essa rua é im-per-dí-vel! Fui com algumas indicações, só que os espanhóis tem o hábito de comer suas tapas em pé, encostados no balcão, mas a minha vida de turista não permite. Caminho tanto que na hora do almoço não vejo a hora de sentar!
Então, depois de muito ir e vir pela rua, entramos no restaurante La Chicotá. Ambiente muito agradável, paella deliciosa (mais uma para a conta), amei. Geralmente os restaurantes na Espanha lotam depois das 14h, como almoço mais cedo, estão sempre assim, mais vazios.
Voltamos para a região de Alcaceria, na Calle Zacatin onde o comércio é excelente e encontrei essa loja que eu não conhecia e amei : SENSU. Assim que entrei pensei que fosse um bar de champanhe! Depois vi que era uma loja de perfumes e cosméticos. Tem embalagens lindas de miniaturas de aromatizadores de ambiente, perfumes maravilhosos e os preços são muito bons! http://www.3sensu.com
A região da Calle Zacatin é otima para compras. Ligada a Alcaceria onde se encontram souvenirs, aqui tem as lojas tradicionais e outras que só existem na Espanha ou em Granada.
E as lojas de especiarias? São de morrer! Vontade de levar tudo.
Escolhi para a última noite um lugar muito especial para jantar. O restaurante Carmen de Aben Humeya fica no Mirador de San Nicolás, no bairro de Albaicín, local onde já tinha ido para almoçar (restaurante Huerto de Juan Ranas).
Vista panorâmica do restaurante para Alhambra
O restaurante Aben Humeya está instalado em uma casa mourisca do século XV e foi considerado o melhor restaurante de Granada em 2016. Fomos às 20:30h, em março já é noite fechada. Fico imaginando esse lugar na primavera/verão para pegar o sunset, deve ser demais!
No inverno as janelas panorâmicas são fechadas e tem aquecedores. Estava 8 graus e nem precisei ficar de casaco. O serviço é muito gentil e a comida deliciosa.
Por fim passamos no bar Terrace do nosso hotel Hospes Palácio de Los Patos para um último drink, no outro dia partimos para Madrid.
Dois dias são suficientes para conhecer as principais atrações de Granada, mas não me arrependi de ter ficado três dias, porque pude ir além do circuito turístico, conhecer outras atrações da cidade e ter tempo para “bater perna” no seu excelente comércio. Granada é uma cidade que “não se mostra” à primeira vista. É preciso desvendá-la, percorrer as suas muitas ruas escondidas e interessantes para ver o quanto realmente vale a pena visitá-la. Foi uma descoberta maravilhosa.