Jodhpur – Rajastão – Índia

Viagem é realmente algo muito pessoal. As impressões e gostos de um nem sempre servem para o outro. E exatamente isso aconteceu em Jodhpur. No planejamento informei a agência que o objetivo da viagem era comemorar o meu aniversário, então, o contato da Pioneer Journeys no Brasil, a querida Cíntia me aconselhou passar a data em Udaipur ou em Jaipur, mais bonitas e interessantes, porque Jodhpur era a mais sem graça das três cidades do Rajastão.

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Forte Mehrangarh

Só que fui para Índia a partir de Roma e a companhia Alitália não tem vôos diários para Delhi. Soma-se a isso eu não poder chegar em Delhi em uma segunda-feira porque está tudo fechado e nem estar em Agra em uma sexta-feira porque o Taj Mahal não abre. Quer dizer, tive que fazer um malabarismo danado e a data do meu aniversário, 03 de novembro, caiu  na cidade de Jodhpur. Paciência pensei, o importante é que estarei na Índia.

Em um ponto concordo com a agência, Udaipur é a mais bonita sim, mas Jodhpur está longe de ser sem graça e no meu ponto de vista foi a melhor das três, mais do que Jaipur, a capital do Rajastão. Concluindo, Jodhpur foi a cidade que eu mais gostei de toda a viagem, depois foi Delhi (que a maioria odeia). Foi maravilhoso, um sonho poder passar o meu aniversário nesse lugar.

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Forte Mehrangarh

Jodhpur é segunda maior cidade do Estado do Rajastão, possui 1 milhão de habitantes, tem 78 Km², foi fundada em 1.459 e se situa junto ao deserto de Thar a noroeste da Índia.

Fiquei hospedada no Hotel Umaid Bhawan Palace, administrado pela rede TAJ. Foi o hotel mais incrível da viagem. O hotel mais lindo que já fiquei na vida!

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O Palácio Umaid foi construído entre 1928 e 1943 em arenito amarelo e está localizado na colina Chittar o ponto mais alto de Jodhpur. Trabalharam na construção 5.000 homens durante 15 anos. O prédio não possui argamassa ou cimento, as pedras foram esculpidas e unidas por entalhe, intercalando peças positivas e negativas. Possui 347 cômodos sendo a principal residência do marajá de Jodhpur, sua alteza Gaj Singh. O nome do palácio, Umaid, é em honra ao avô do atual marajá.

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A chegada no Hotel Umaid é um acontecimento. Fomos recebidos com banda de música, pétalas de rosas, colares de flores e a marca de pigmento na testa para prosperidade.

O lobby é composto de vários ambientes um mais lindo do que outro e a cúpula do palácio possui 32 metros de diâmetro e 195 metros de altura em estilo renascentista. Foram utilizados no seu interior 1 milhão de metros quadrados de mármore. Seu jardim tem 100.000 m². O prédio foi dividido em três partes: hotel, residência do marajá e museu (aberto ao público).

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Todos os hotéis que ficamos na Índia tinham um forte esquema de segurança, mas no Umaid, por ser em parte residência do marajá, a vistoria era ainda mais rigorosa. Antes de entrar no hotel, o motorista tinha que abrir o capô e o porta malas do carro. Um segurança passava um aparelho detector de bomba embaixo do carro e as malas passavam no aparelho de Raio X.

Também neste hotel, infelizmente, não encontrei o Seu Marajá para cumprimentar, dar um oi, enfim, agradecer a hospitalidade 😉

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A reserva foi feita pra um quarto standard, só que no check in recebi um upgrade para a suíte histórica, um quarto muito confortável, com sala, closet e varanda.

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O café da manhã é servido no restaurante Pillars, onde jantamos no meu aniversário. Um espaço no terraço com vista para uma enorme área verde e que tinha sempre músicos ou eventos artísticos acontecendo.

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E sempre um amigo para fazer companhia no café

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De todos os hotéis o Umaid foi o que tinha o staff mais gentil, parecia uma grande família, todos muito simpáticos, bem falantes, sorridentes, a gente se sentia muito bem, recebidos com muito carinho e atenção. O pessoal do café, restaurantes, spa, recepção, porteiros, amei cada um por tanto afeto.

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O querido Mister Chain Singh porteiro do Hotel Umaid

No final de tarde, por volta das 18h, sempre tem um evento cultural no Hotel Umaid. No primeiro dia assistimos uma apresentação de dança folclórica. A dançarina vai encaixando os potes um a um em cima da cabeça até ficar em uma altura incrível.

E depois ela convidou as mulheres da plateia para dançarem. Só eu e mais uma moça (indiana) aceitaram o convite. Que gente desanimada credo!

A parte de gastronomia do Hotel Umaid é composta por dois restaurantes e um bar. Na primeira noite jantamos no restaurante Risala. Ambiente mais formal. Cozinha indiana e continental. Gostamos (conseguimos comer uma massa com molho de tomate) e no outro dia almoçamos aqui também.

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Sobremesa de chocolate deliciosa
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Trophy Bar – Hotel Umaid
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Drink no Trophy Bar – espumante – gelo nem pensar

O hotel tem muitos quadros dos Marajás de Jodhpur

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Encontro do marido com os marajás

No outro dia, foi meu aniversário, no final do post conto tudo desse dia tão especial. Agora vamos conhecer Jodhpur?

Primeira parada o Forte Mehrangarh do ano de 1.460, fica em uma colina 125 metros acima da cidade. Fica a 15 minutos de carro do centro. Trata-se de uma fortaleza que abriga vários palácios.

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As muralhas tem 35 metros de altura e 21 metros de largura, para acessar o interior do forte passa por 7 portões.

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A charmosa aqui foi de rasteirinha, mas o ideal é visitar o forte e a cidade toda de tênis porque tem muita areia, pedra e sujeira. Já no interior do forte, para chegar no terraço que dá acesso aos palácios, na parte superior, pegamos o elevador, como chegamos cedo (abre às 9h) não tinha fila. Dá pra ir a pé também, mas fica muito cansativo e demorado. Dica: Para quem vai sozinho o ideal é contratar um tuc tuc até o 5° Portão onde está o elevador.

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Na entrada do forte tem algumas lojas, vendedores chatos e câmbio, então resolvi trocar euros e aqui também aconteceu um fato que se repetiu por toda a viagem. Quando entrei na casa de câmbio uma família de indianos entrou comigo e ficou olhando eu trocar o dinheiro, contar, só faltaram colocar a cabeça dentro da minha bolsa! Não eram pessoas pobres, não estavam ali para pedir ou trocar dinheiro, era só por curiosidade mesmo! E eles não fazem cerimônia, grudam para observar o que você vai fazer, em várias lojas foi assim, e, como sempre, no início eu achava interessante e até engraçado, depois cansa.

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Indiana e seus lindos trajes. Elas pedem fotos comigo eu peço para tirar fotos delas

Lá em cima, pouca gente, um milagre na Índia. A época que viajei estava acontecendo o Diwalli, o festival das luzes, um feriado e festa tão importante para os hindus quanto o Natal é para os cristãos. As cidades estavam lotadas e o Rajastão é o estado mais turístico.

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Do terraço dá para ver porque Jodhpur é conhecida como a Cidade Azul. As casas são quase todas pintadas desta cor e existe duas explicações: uma porque o azul é uma cor mais refrescante, melhor para aguentar o quente e úmido verão indiano e outra porque os mosquitos não “gostam” da cor azul, então serve para espantá-los.

Pelas fotos dá para perceber o quanto subimos

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A arquitetura da fortaleza é impressionante e suas paredes externas são em tons avermelhados. Na área dos palácios tem um mix de tons terracota e ocre

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Abaixo trono e fotos da coroação do atual Marajá Gaj Singh II com 3 anos de idade.

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Oi!

O Forte Mehrangarh é um dos maiores da Índia, a família real morou aqui até se mudar para o Palácio Umaid (meu hotel). Hoje funciona como museu, no seu acervo tem antiguidades, obras de arte, armas, roupas, instrumentos musicais e mobiliário.

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Na entrada um hindu e seu cachimbo de ópio

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Assento para colocar em cima do elefante

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Phool Mahal – Hall de Audiências privadas construída pelo Marajá Abhaya Singh no século XVIII em ouro e espelhos

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O que mais me deixou extasiada nos palácios indianos foi a riqueza de detalhes nas suas paredes. Pinturas, espelhos, pedras semi ou preciosas, prata, ouro, madeira, mármore, tudo era usado para compor esse efeito fantástico.

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A sala dos berços
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Um berço real

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E a louca das portas, não posso ver que já quero fotografar, imaginando a moldura

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Saída do Forte Mehrangarh

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Próxima parada: Jaswanthada o Cenotáfio Real. Um local destinado a homenagear a memória dos que já faleceram (não se encontram aqui os restos mortais).

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Na Índia as pessoas não são enterradas e sim cremadas. O Marajá Sardar Singh construiu em 1899 este local que serve como crematório da família real e memorial, em homenagem ao seu pai Marajá Jaswant Singh II,  por isso o nome Jaswanthada,  

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Para entrar precisa tirar os sapatos

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Fazia parte do roteiro também conhecer o Bazar de Sardar, o mercado de Jodhpur. São inúmeras barracas com roupas, sapatos, bijuterias, tecidos, comida e apesar de ter muita sujeira, muito lixo, amei! Gostei muito na viagem de todas as vezes que fiquei na rua andando a pé no meio daquela loucura de carros, motos, buzinas, observando as pessoas, seus costumes. Queria ter uma cadeirinha para ficar sentada só olhando o vai e vem, achava tão incrível, me sentia sempre como em um filme.

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Amei esses sapatos comprei alguns
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Os tecidos são lindos e baratos

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No centro do mercado se encontra a Torre do Relógio (Ghanta Ghar), construída pelo Marajá Sardar Singh entre 1880 a 1911. É possível subir na torre, mas não fui.

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O Sardar Market e a sua Clock Tower é um lugar imperdível em Jodhpur, achei muito interessante e não vi turistas estrangeiros aqui.

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Saída do Sardar Market

Voltando para o hotel, cena comum nas ruas indianas, família inteira na motocicleta, só o homem de capacete, cheguei a ver com 5 pessoas.

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No Hotel Umaid Bhawan Palace uma parte funciona como museu com pinturas, retratos e objetos da família real de Jodhpur. Como era hóspede do hotel um funcionário me acompanhou no tour. E aí se os indianos já me olhavam como uma ET, calculem com o segurança do museu mostrando o acervo e me fotografando, já que fui sem o marido.  Nem nessa hora eu consegui ficar realmente sozinha, eles não deixam.

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Porta do lado esquerdo com pessoas na frente é a entrada do museu
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No pátio do museu – Marido teria feito essa foto muito melhor

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Marajá de Jodhpur Gaj Singh, sua mulher e filhos

Final do dia, como era meu aniversário eu posso tudo, então primeiro marquei uma massagem no JIVA SPA do hotel, que fica junto a piscina interna que se chama Zodiac, já que no chão tem mosaicos com os signos. Fiz uma massagem relaxante com óleos aromáticos. Deixei o celular no armário porque essa vida de blogueira registrando tudo também cansa. Reservei esse momento para desligar.

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A boa fama das massagens indianas é merecida. Que massagem! Primeiro o ambiente: escuro com uma música suave, um perfume delicioso no ar. Começou com uma imersão dos pés em uma bacia de água, flores e óleo aromático quente e uma massagem vigorosa (nada dolorida) para relaxar os pés, meus pobres pés cansados de andar de rasteirinha o dia inteiro agradeceram. Depois uma hora e meia de massagem no corpo todo com óleo e por fim no rosto e cabeça. O óleo não era grudento, passei a toalha e pronto. Saí de lá flutuando!

Depois marquei uma tatuagem de henna. O hotel agenda o horário da sua preferência, tem parceria com artistas que vão no hotel atender.

E  o resultado: achei que ficou lindo demais! Depois de 1 hora pode lavar. Bem difícil de sair. No primeiro dia fica um laranja bem clarinho, achei que não tinha dado certo! Depois com o passar dos dias vai escurecendo cada vez mais. Durou quase 10 dias. E eu passava álcool gel nas mãos 200 vezes por dia.

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Final de tarde mais um evento no hotel, desta vez na área externa, um grupo de músicos e duas dançarinas em uma apresentação incrível, amei!

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O dia do meu aniversário, jamais vou esquecer, desde a hora que acordei até a hora de dormir, todos os funcionários que passavam por mim me davam os parabéns, me desejavam coisas boas, até o segurança “sério” da portaria externa colocou a cabeça para dentro do carro e perguntou se eu estava de aniversário para me cumprimentar.

Foram tantos os gestos e palavras carinhosas, tantas felicitações, que percebi que o dia do aniversário na Índia é realmente uma data muito especial. Eles entendem que é um novo ciclo que se inicia, um livro novo que você tem a chance de escrever a vida da sua maneira. Achei tão lindo, fiquei muito emocionada.

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Quando voltei para o hotel do tour tinham feito Happy Birthday com flores no chão, a equipe de arrumadeiras me deu um tag de mala, ganhei cesta com flores, vinho, porta retrato com a nossa foto da chegada. Prepararam uma festa surpresa para mim no quarto, com bolo, espumante, os funcionários cantaram parabéns, mais um buquê de flores, recebi um lenço de marani e o marido um turbante de marajá, foi muito legal!

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Queria registrar aqui também a parceria do meu marido RB que topou na hora quando eu disse que queria passar o meu aniversário na Índia. Quem nos conhece sabe que o destino não tem nada a ver com o nosso perfil. Quando eu contava que ia para a Índia ficavam todos muito admirados, horrorizados na verdade! E durante toda a viagem ele resistiu heroicamente, participou de tudo com muita boa vontade, inclusive as 50 milhões de fotos que eu pedi, não reclamou de nada (um pouco da comida com toda a razão) e no final da viagem disse para mim que odiou, hahahaha! Parceiro de vida e agora de blog só a agradecer.

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Depois da festa no quarto fomos jantar no Restaurante Pillars um terraço com vista para os jardins.

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Presente que ganhei do marido

E como terminamos esse dia incrível? Primeiro jogando pingue pongue.

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Depois essa surpresa na banheira do quarto nos esperando! Será que eles acharam que ia ter lua de mel? Nessa altura do campeonato!!!

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Quando escolhi passar o meu aniversário na Índia sabia que seria especial, só que com todo o seu encanto se tornou realmente memorável, inesquecível. Foi o aniversário mais incrível da minha vida. Namastê!

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Udaipur – Rajastão – Índia

Capital do antigo reino de Mewar, cidade dos lagos e considerada a mais romântica do país. Foi fundada em 1559 pelo Maharajá Udai Singh II. Possui 550 mil habitantes e se localiza no Estado do Rajastão, que faz fronteira com o Paquistão, no noroeste da Índia, a 650 Km da capital Delhi.

Udaipur é conhecida como a Veneza do Oriente, sendo a cidade mais rica da Índia, embora considere mais apropriado dizer a menos pobre.

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Cheguei em Udaipur de avião, a partir de Delhi (voo 1h e 15m). Fiquei hospedada por 2 noites no Hotel Taj Lake Palace, no meio do Lago Pichola. Conhecido como o Palácio do Lago – Jag Niwas – era a residência de verão da família real. Construído pelo Maharana Jagat Singh II em 1746, todo em mármore branco, baseado em um rochedo.

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O hotel só é acessível de barco. Possui pier próprio e barquinhos que fazem o trajeto ida e volta a todo momento. É tão lindo, tão romântico, me senti em um filme. Aliás, neste hotel foram gravadas cenas do filme 007 – Octopussy. Já se hospedaram aqui a Rainha Elizabeth II e Jacqueline Kennedy.

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Pier do Hotel Taj Lake Palace

O trajeto de barquinho até o hotel foi um sonho!

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Pichola, o coração de Udaipur, é um lago artificial de água doce criado no ano de 1362. Possui 6,96 km² de área – 4 km de comprimento por 3 km de largura. Sua maior profundidade é de 8,5 m. A água tem um alto teor de sódio e bicarbonato. Como recebe dejetos de esgoto é muito poluído, embora eu não tenha sentido odor. Tem 17 espécies de peixes, mas, como comentei na introdução que fiz sobre a Índia, que você lê aqui Índia – Impressões gerais não tive coragem de comer peixe e frutos do mar durante a viagem.

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E acredite se quiser, mesmo com toda essa quantidade de água, o lago permaneceu seco de 1998 a 2005. O barqueiro me mostrou a foto abaixo no celular dele.

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O Palácio Jag Niwas era a residência de verão do Marajá de Udaipur, tem vista para o Palácio da Cidade e as colinas de Aravali. Ainda pertence ao marajá, convertido em hotel administrado pela rede TAJ. Existe mais um palácio no lago, falarei sobre ele depois. O Taj Lake é um daqueles hotéis que você não tem vontade de sair. Infelizmente nos dois dias que fiquei lá não encontrei o “Seu Marajá”.

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A chegada no Hotel foi com chuva de pétalas de rosas, música, colar de flores e a marca com pigmento natural na testa: o terceiro olho, para dar prosperidade. Ritual que se repetiu nos três hotéis do Rajastão.

Os ambientes internos: salas, restaurantes, lounges, bares e os externos: pátios, jardins, piscina, terraços são lindos demais!

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O check in foi feito neste sofá

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Piscina – foto do site: http://www.grandluxuryhotels.com
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Piscina à noite

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O quarto era confortável e possuía uma decoração indiana bem típica, achei um charme, tinha uma saleta, mesa e sofá com uma vista linda do lago.

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Vista da janela do quarto

O café da manhã é servido em uma sala linda, toda decorada com pinturas de cenas indianas. O buffet muito completo e variado, mas por medo, só comia pão com manteiga e tomava chá preto. Um dia, por gentileza do garçom, já que o café possui um chef para preparar vários pratos, comi um waffle (única vez que quebrei meu espartano café).

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A vista da sala do café da manhã é maravilhosa. Neste espaço também funciona o restaurante Jharokha, de cozinha indiana mais informal

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No primeiro dia, depois de fazer 5.872.974 fotos do hotel fomos jantar. O restaurante Neel Kamal é o mais formal do Hotel Taj Lake, de cozinha indiana. Ambiente lindo e um músico tocando cítara.

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Não pedi entrada. O “mimo” do Chef foi uma couve frita bem boa. Acompanhamento vegetais crus, não comi, porque é um perigo!

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O prato arroz frito com vegetais, só na pimenta, que dá aquela fritada na boca.

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Lounge do Restaurante Neel Kamal

No outro dia fomos conhecer a cidade. Primeira parada: City Palace considerado o maior palácio do Rajastão com mais de 2 hectares. Fica a menos de 5 minutos a pé do pier do Hotel Taj Lake.

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Fachada do City Palace vista pelo Lago Pichola

O Palácio da Cidade é um complexo formado por 4 edifícios e a sua construção começou com o Maharana Udai Singh II em 1559 e durou 400 anos. Hoje no complexo tem dois hotéis (almocei em um deles) e uma ala privada onde se encontra a residência do marajá de Udaipur e sua família. Na entrada a segurança é reforçada e quem está hospedado no Taj Lake recebe um cartão de “passe livre”, pode entrar e sair quando quiser, não precisa comprar o tíquete, porque o hotel também pertence ao marajá. Então fomos hóspedes de sua alteza! 🙂

Marajá é o título dos nobres da antiga civilização indiana. Seu feminino é marani. Deriva do sânscrito Maharaja e Maharani. Eram reis que governavam uma região da Índia, tinham imenso poder e fortuna. Quando os ingleses dominaram a Índia foram gradativamente perdendo o seu status. Hoje, oficialmente, não tem qualquer poder, o título é só honorário, mas culturalmente ainda exercem influência. Em acordo com o governo permaneceram com os seus palácios. Maharana era o “rei dos reis”, um título acima de maharaja que só alguns possuíam, na cidade de Udaipur tinha um deles.

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Depois do portão de entrada há um pátio interno muito bonito com fontes e portais. Em um dos corredores do pátio funcionam diversas lojas com produtos do artesanato local.

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Portal do Pátio com lojas

Na foto acima turistas desavisados: Na Índia não se mostra as pernas. A “cara” do policial ali atrás era de total desaprovação. Não é proibido andar assim, mas acho que os modos e costumes locais devem ser respeitados. A barriga, por exemplo, pode mostrar à vontade, pois não é considerada uma parte “sensual” do corpo feminino.

Continuando nossa visita, a diferença de estilos arquitetônicos e condição (aspecto) das paredes do palácio é em razão da construção ter se estendido por 400 anos, tendo passado por 22 marajás. Feito em granito e mármore na realidade são no total 11 pequenos palácios.

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Os detalhes das paredes do Palácio chegam no ápice da sua beleza no Pátio dos Pavões

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Palácio de Espelhos

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A história da Índia tem passagens fascinantes, dignas de roteiro de filme, uma delas é de que em vez de cavalos, nas batalhas os inimigos de Udaipur  usavam elefantes. Na iminência de um ataque o marajá ordenou que usassem fantasias com trombas nos cavalos para enganar o adversário. Pelo tamanho eles iriam parecer bebês elefantes e os animais adultos não atacam filhotes! Ideia genial, pena que não durou muito, a farsa logo foi descoberta.

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Uma outra história incrível desse palácio diz respeito a Galeria de Cristal, hoje em exposição em um dos seus hotéis, o Fateh. O marajá Sajjan Singh em 1877 encomendou de artesãos ingleses vários móveis em cristal. Eram sofá, mesa, cadeira, cama, aparador tudo em cristal! Porém, o marajá faleceu antes da encomenda chegar. Quando chegaram as caixas da Inglaterra ninguém da família sabia do que se tratava e também não tiveram o interesse/curiosidade de ver. Essa caixas ficaram esquecidas por 110 anos! Somente nos anos 1980 que resolveram abrir as caixas e a surpresa foi incrível, pois se tratam de artigos belíssimos que viraram peças de museu.

A Galeria fica no piso superior, uma galeria de arcos e infelizmente não pode fotografar. No térreo um salão para eventos no Hotel Fateh.

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Pinturas dos Marajás de Udaipur

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Uma amostra da galeria e a cabeceira da cama de cristal

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Foto do site: http://www.tripsavvy.com
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Foto do site:: http://www.connectrajhastan.com

Abaixo a vista da parte superior do Palácio da Cidade

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No final da visita saímos por este portal que dá acesso ao centro da cidade, ruas de comércio muito movimentadas, com aquele trânsito louco, um medo enorme de ser atropelada e amando cada minuto.

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Muito próximo do palácio se encontra o Templo Jagdish, de 1651. Um templo hindu dedicado ao Senhor Vishnu – o deus da proteção. No interior não pode fotografar. Uma pena, isso se repetiu por toda a viagem, os templos são lindos por dentro.

 

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Escada de acesso ao Templo Jagdish

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O exterior do templo é muito interessante, todo em mármore travertino formado por milhares de esculturas.

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Para entrar no pátio do templo precisa tirar os sapatos

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Depois do templo fomos conhecer o Sahelion – Ki – Bari, o Jardim de Honra das Empregadas de Serviço. Construído no Século XVIII pelo Maharana Sangram Singh para as damas reais.

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A rainha possuía 48 criadas pessoais (empregadas de serviço) e o Maharana resolveu criar um jardim para que as damas tivessem um local de descanso e lazer e principalmente se refrescarem no intenso calor do verão indiano.

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O Jardim é lindo, possui muitas fontes com esculturas em mármore, além de museu e piscina de flor de lótus.

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E aqui, mais uma vez, as fãs não me deram sossego! Saudade das indianas.

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Outra atração que visitamos na cidade foi o Pratap Memorial, no topo da colina de Moti Margi (Pearl Hill). Todos os nossos passeios foram feitos sempre com o guia e motorista que nos deixava na porta das atrações ou o mais próximo possível delas. Esta colina fica um pouco mais distante do centro e no topo encontramos uma estátua e uma bela vista. Não considero este local imprescindível, até porque o acesso não é tão fácil.

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O memorial se trata de uma estátua de bronze do Maharana  Pratap e seu cavalo Chetak, um animal muito fiel e protetor de seu dono que ficou ao seu lado até a sua morte.

Tem uma bela vista para o Lago Fateh Sagar, nome em honra ao guerreiro Rajput.

O Lago Fateh também é artificial, com 4 km² e fica ao norte do lago Pichola. Em 1680 foi inundado e refeito em 1889 com uma barragem para a visita do Duque de Connaught, filho da rainha Vitória.

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Para terminar o tour, começamos a perceber uma prática dos guias que não nos agradou, que era levar para uma “exibição do artesanato local”. Aconteceu em Delhi (primeira cidade da viagem, que vou deixar para comentar depois do Rajastão) e agora em Udaipur. O guia nos leva a uma cooperativa de artesãos que demonstram a sua atividade e depois “se você quiser” pode comprar os seus produtos. As explicações são em inglês, demoradas, em um ambiente fechado, quente e em Delhi ainda tinha cheiro de mofo. Te oferecem chá ou suco (não bebi). É extremamente cansativa e desagradável essa prática de empurrar os turistas para compras sendo visível que recebem comissões. Os produtos à venda são bem caros.

Li que é uma prática comum na Índia, inclusive com guias freelancers. Até os motoristas de tuc tuc se você bobear eles não te levam  ao destino diretamente, dão um jeito de passar em uma cooperativa ou loja parceira, onde recebem a comissão por levar compradores. Se você insiste dizendo que não quer ir, como no nosso caso, nas outras cidades, os guias “amarram a cara”.

No caso de Udaipur nos levaram em uma cooperativa de pintores, onde depois tinha a loja de artigos de pintura em papel, pergaminho, ou seda.

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Artista indiano e a sua aula de pintura com pigmentos naturais
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Loja para vender as pinturas da cooperativa

Compramos duas pinturas em seda muito bonitas, não adiantou pechinchar (como todos indicam) o artista/vendedor não baixou o preço, que era bem salgado.

No final do tour fomos almoçar no restaurante do complexo do Palácio da Cidade. Convidamos o guia para nos acompanhar como sempre fizemos em outras viagens (Turquia e Rússia), mas na Índia, diferente dos outros países, nenhum guia aceitou. Falamos então que não era necessário nos acompanhar, que o tour havia terminado, que a gente iria passear um pouco mais sozinhos e depois voltar para o hotel.

Quem disse que o guia aceitou? Ficou esperando a gente terminar de almoçar para nos acompanhar depois.

Almoçamos no restaurante do Hotel Fateh, com mais uma comida horrível para a conta. Pelo menos a vista era linda.

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Vista da nossa mesa no restaurante Café Fateh para o Taj Lake Palace

Depois do almoço insisti com o guia que queria passear sozinha com o meu marido, que o complexo era muito perto do nosso hotel, fácil de voltar e depois de muita conversa ele aceitou e foi embora. Ufa! Outra coisa que me deu agonia na viagem, a gente nunca ficava sozinho. Não tinha oportunidade de ir no comércio local com calma, por nossa conta. Desta vez eu consegui e fomos passear sozinhos pelas ruas loucas de Udaipur.

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A única loja que eu tinha anotado nas minhas pesquisas para conhecer era a Gothwall Art, na Rua Gangour Ghatt Marg, número 20. O casal de artistas proprietário é muito gentil e simpático, eles produzem todos os desenhos e também atendem na loja. O trabalho deles é lindo e comprei gravuras pintadas pelos dois. No final, claro, foto desse casal super querido!

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Como fiquei sem rúpias precisava trocar euros, então pedi para o proprietário de uma  loja de objetos (onde comprei estatuetas de Ganesha, encomenda da minha mãe, sim, eu tenho uma mãe que faz encomendas quando eu viajo) para me informar onde tinha uma casa de câmbio. Ele me informou? Não! Ele me levou lá! Só que estava fechada.

Daí ele disse que conhecia uma pessoa para trocar e nos levou. Era uma loja escondida dentro de um pátio, um ambiente escuro, com cheiro de mofo, nos fechou lá dentro com o proprietário e saiu. O dono depois também saiu para buscar o dinheiro. Ficamos sozinhos uns 15 minutos, morri de medo. Mas, deu tudo certo, trocou o dinheiro, um câmbio bem favorável. Quando saímos o dono da loja de estatuetas ainda estava lá fora nos esperando! Só que desta vez, como eu tinha comprado na loja dele, ele não me pediu gorjeta, disse que queria me levar na casa dele, para me “mostrar” para a família! Eu disse que não dava, estava atrasada e ele insistindo, então saímos correndo o marido e eu. Que gente doida credo!

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Loja onde comprei estatuetas de Ganesha

Ganesha é o deus hindu da fortuna e prosperidade. Tem cabeça de elefante.

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Templos por todos os lados

Outro detalhe: comprei muito pouco na Índia. Os artigos bons são caros, bem caros mesmo. Os baratos, na sua maioria, tem muita porcaria, mal feitos, roupas com bordados exagerados, nada a ver. Conseguir extrair algum item legal, com preço idem é um verdadeiro exercício de paciência. Os comerciantes são muito insistentes, não deixam a gente ver os produtos com calma (e olha que sou bem ligeira para compras) ficam empurrando tudo que tem na loja, nada tem preço, eles dão o preço que querem, daí tem que ficar negociando, achei uma chatice, um cansaço. Na Turquia já foi assim, mas na Índia é muito pior.

Depois dessa aventura, que foi um Krishna nos acuda, voltamos para o hotel sãos e salvos.

Estava no programa da agência fazer um passeio de barco pelo Lago Pichola, mas como o nosso hotel também faz esse passeio com os hóspedes resolvi agendar com o barquinho do hotel, achei mais charmoso do que o barco maior. Reservei para o final de tarde para ver o Sunset.

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O passeio pelo Lago Pichola é lindo, as paisagens são incríveis, a arquitetura dos prédios nas suas margens e outras construções dentro do lago o tornam fascinante, é um passeio imperdível na cidade.

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E em uma parte do lago as mulheres estavam lavando roupas e se banhando, mas o barco não passou muito perto, então as fotos não ficaram tão boas.

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E chegamos na Ilha Jagmandir onde tem o outro palácio do lago. Aqui o barco faz uma parada e descemos para visitar.

 

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O Palácio Jagmandir foi construído entre 1551 a 1652, iniciado pelo Maharana Amar Singh para ser o resort de verão da família real de Udaipur. A entrada é ladeada por elefantes de pedra. No local hoje funciona um pequeno museu e um hotel com bar e restaurante.

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O caminho de volta com o por do sol foi mágico, inesquecível. O sol estava um bola enorme de fogo, lindo demais!

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Resolvemos jantar novamente no hotel, no Restaurante Bhairo de cozinha européia, localizado no rooftop.

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O restaurante é a céu aberto e foi uma das experiências mais marcantes da viagem. Sua vista é realmente de sonho.

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A nossa mesa

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A vista das mesas – marido é o segundo da esquerda para direita

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Udaipur foi a cidade mais bonita que eu conheci na Índia. Seus lagos e palácios compõem um cenário fascinante. Andar pelas suas ruas é vivenciar o caos típico das metrópoles indianas com arte, cultura, história, arquitetura e fé que fazem da Índia um destino realmente singular.

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