Nos arredores de São Petersburgo (25 km) em uma cidade que à época se chamava Tsarskoye Selo, hoje Pushkin, foi construído em 1717 o Palácio de Verão de Catarina I, da Rússia.
Catarina I foi a mulher do Czar Pedro, o Grande e o palácio foi um presente para ela.
Em 1756, o palácio foi todo remodelado pela filha deles a Imperatriz Elizabeth, que foi, por assim dizer, “sogra” de Catarina II, “A Grande”, já que Elizabeth era tia de Pedro, marido de Catarina II e os trouxe para viver com ela, pois como não tinha filhos, escolheu o sobrinho Pedro para ser o herdeiro do trono.
Fui visitar o palácio na parte da manhã, de carro, com a super querida guia Nádia (@passeio.petersburgo) que contratei por 3 dias para passeios em São Petersburgo.

Elizabeth adorava o luxo e revestiu as paredes e tetos do palácio com mais de 100 kg de ouro.

E a selfie no espelho do nosso “grupo”, saudade desse dia
A maior atração do Palácio de Catarina, sem dúvida, é a Sala de Âmbar roubada pelos nazistas na 2ª Guerra Mundial, que foi totalmente reconstruída.
Âmbar é uma resina fóssil proveniente dos pinheiros da região às margens do Mar Báltico. De cor que varia do amarelo ao vermelho é muito usado em objetos ornamentais, decorativos ou jóias. Embora pareça uma pedra semi preciosa, um mineral, a sua origem é vegetal.
E advinhem? Não pode fotografar!!! A beleza da sala que foi integralmente reconstruída como a original, com âmbar verdadeiro (não são cópias) é realmente espetacular. Comprei um catálogo e fiz a foto abaixo. As paredes são inteiras cobertas com peças de âmbar das mais diversas tonalidades que vão do amarelo claro, passando pelo laranja até chegar ao vermelho bem intenso, criando um efeito incrível.
A história da sala começa em 1716 quando o Rei da Prússia Frederico Guilherme I presenteou o Czar Pedro I com painéis de âmbar. Em 1755, sua filha, a Imperatriz Elizabeth resolveu instalar os painéis na sala do palácio acrescentando espelhos e outros ornamentos. Até que na segunda guerra mundial ela foi encoberta com panos, para protegê-la, porém os alemães descobriram, desmontaram os painéis e os roubaram, desaparecendo para sempre.
Na década de 1980 o governo de Moscou resolveu reconstituir a sala e após mais de 20 anos de trabalho, utilizando 500 mil placas num total de 6 toneladas de âmbar, foi inaugurada em 2003. Os alemães doaram 3,5 milhões de dólares para ajudar. Estima-se que a sala valeria 250 milhões de dólares o que a torna a mais valiosa obra de arte desaparecida do mundo. É de arrepiar! (Fonte: Livro “A Sala de Âmbar” de Catherine Scott-Clark e Adrian Levy – Ed. Record)

O palácio possui alguns móveis, objetos, vestuário e retratos da família imperial, não está com a totalidade de seus aposentos abertos para visitação porque ele ainda não foi completamente restaurado.



Os jardins do palácio são muito lindos e o dia de sol e céu azul limpo de verão em agosto deixou o cenário ainda mais perfeito.
Após o Palácio de Catarina fomos almoçar em um restaurante incrível – Podvorye – dica da Guia Nádia, que comentarei no post exclusivo sobre os restaurantes que fui na Rússia.
À tarde, a outra atração que eu tinha mais vontade de conhecer em São Petersburgo, depois do Museu Hermitage: o Palácio Peterhof.
Li que o ideal seria conhecer cada palácio em um dia, por causa da distância e do tamanho. Cada viagem é muito pessoal, mas no meu caso, ter conhecido os dois no mesmo dia funcionou muito bem. Se você vai conhecer essas atrações sozinho é possível que perca muito tempo no deslocamento, na compra de ingressos e na própria visitação em si já que não conhece a “logística”. O trajeto entre eles também pode ser complicado.
Como fui com guia e motorista, saímos de St. Peters às 9h, chegamos em menos de 1 hora em Pushkin e 2 horas foi tempo suficiente para conhecer o Palácio de Catarina. O motorista nos deixou praticamente na porta do palácio, não peguei fila para comprar ingresso (a guia já tinha comprado) ou para entrar (salta fila), o tempo rende. Em Peterhof foi o mesmo esquema (fica a 38 Km de Pushkin), tanto que sobrou tempo para no final de tarde fazer um tour pelas estações de metrô – bônus que não estava no programa. Depois, no verão, anoitece às 22h o que faz o seu dia render muito mais.
O Palácio de Peterhof ou o Palácio de Pedro, que dista 30 km do centro de São Petersburgo foi inaugurado em 1723, seguindo as instruções de construção em vários esboços feitos por Pedro, o Grande que foram guardados, já que ele planejava construí-lo desde 1705.

O que são essas cúpulas? Quase surtei quando cheguei aqui. E muitas fontes lindas pelo caminho.


Também tem fontes secretas. Pedro, o Grande queria “brincar” com seus convidados e inventou construir jatos de água escondidos pelo jardim, no chão ou em construções, para quando as pessoas passassem por elas seus pés acionassem o mecanismo e ficariam molhadas, de surpresa, no susto! Eu iria odiar essa brincadeira, mas as crianças amam e se divertem muito.
Abaixo um parador para descansar, que na realidade é uma fonte surpresa.
Passeamos pelos seus jardins
E existem outros palácios menores no complexo do Peterhof.

Então chegamos no Mar Báltico, com vista para o Golfo da Finlândia
Depois subimos para conhecer o “coração” de Peterhof: a sua cascata de fontes. Abaixo, ao fundo.
Reservei essa viagem e marquei esse dia de passeio com meses de antecedência, e pensei: tem que dar sol, faz toda a diferença! E fez!!! Que sol, que céu, que dia mais lindo, foi demais!!!
A Grande Cascata em frente ao palácio possui 200 estátuas e esculturas de bronze dourado (cobertos com folha de ouro), 16 vasos e 29 baixo relevo em mármore. As 64 fontes não usam bombas para funcionar e sim a genialidade de cálculos de queda d’água que fazem com que a pressão dê força para impulsionar os jatos.
O Palácio Peterhof foi por 200 anos a residência de verão da família imperial russa. Muito atingido nos bombardeios da 2ª Guerra Mundial foi reconstruído e reaberto em 1964. Sua fachada possui 260 metros e seu parque 102 hectares.
A quantidade de pessoas que visitam o Peterhof na alta temporada é enorme. Não tive interesse de conhecer o palácio por dentro (foi todo reconstruído fielmente). O interior é lindo, vi nas minhas pesquisas, vale a pena, teria tempo, mas realmente fui para curtir a sua área externa que é espetacular. A gente não consegue parar de admirar a cascata, não dá vontade de ir embora. Estava um dia tão lindo, felicidade que não cabia em mim!

As estátuas de bronze roubadas pelos nazistas, também foram fielmente refeitas com camadas de folhas de ouro. Na fonte de Sansão, que está lutando e abrindo a boca de um leão, seu jato chega a altura de 20 metros.
No alto do terreno, no platô do palácio com a vista do Mar Báltico
As águas das fontes desaguam no Mar Báltico lá embaixo.
As fontes ficam no verão ligadas até às 17h. No inverno não funciona, voltam no final de abril. A visita ao palácio pode ser feita o ano todo.
Foi um dia muito intenso, só que tão agradável na companhia da guia Nádia, que não foi cansativo, então ela ofereceu, de bônus, um passeio pelas estações de metrô e topamos.
O sistema de metrô de São Petersburgo iniciou suas atividades em 1955. É um dos mais profundos do mundo.
Assim como em Moscou, que futuramente mostrarei, as estações parecem palácios. Abaixo a estação AVTOVO que possui 46 colunas, sendo 16 revestidas de vidro esculpido.
A estação KIROVSKIY ZAVOD homenageia as indústrias de base do período socialista

Estação NARVSKAYA é dedicada a bravura do povo soviético e possui 48 esculturas que retratam 12 profissões.
A profundidade das estações é impressionante, não chegava no topo nunca!
Detalhes e beleza por todo lado
Vale a pena acrescentar mais um dia de viagem para conhecer os palácios de Catarina e Peterhof, considero este último, em especial na primavera/verão, um dos roteiros indispensáveis para quem visita São Petersburgo.
Verdadeira aula de historia, com fotos impressionantes. Parabens Cristina.
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Obrigada amigo pelo seu comentário, fico muito feliz!
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Turista insaciável,agora blogueira revelação,nos mostra com didática e fotos inacreditáveis tiradas pelo “maridão” com celular,os encantos de suas visitas pela Rússia.Os ângulos e a posição da autora com os palácios e cascatas ao fundo vem do artista e pintor,também marido, Rogério Bertoncini,perfeccionista em planos e luzes.O Resultado só podia ser uma magia de informações turísticas num blog que estou recomendando aos meus amigos ansiosos por “dicas” de viagem.Parabéns Cristina um encanto.!
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Obrigada amigo, que felicidade ler seu comentário, marido e parceiro agradece também, que bom ter você por aqui lendo as nossas andanças pelo mundo, beijos!
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