Vila Núbia – Rio Nilo – Aswan

Na última parte do nosso Cruzeiro pelo Rio Nilo, viagem ao Egito em março de 2021, com a agência http://www.memphistours.com fomos conhecer uma “praia” às margens do Rio Nilo e a Vila Núbia localidade situada em Aswan.

O cruzeiro pelo Rio Nilo foi a mais fascinante experiência em uma viagem na minha vida. Foi mágico, lindo e inesquecível. No final do cruzeiro o barco fica ancorado em Assuã, pois a minha rota foi Luxor/Aswan.

No mesmo pier pegamos um barco pequeno para fazer um passeio pelo Rio Nilo até chegar na Vila Nubia. Esse passeio também pode ser feito de feluca, os barcos à vela.

Os barcos são muito charmosos, decorados com panos e bandeiras coloridas, amei!

Pelo caminho

Nas margens do Rio Nilo existem construções como na foto abaixo, do túmulo de Aga Khan III, príncipe e sultão indiano que faleceu em 1957. O mausoléu foi construído pela sua esposa que também está enterrada neste local. Está fechado para o público desde 1997. O seu filho Ali Khan ficou famoso ao casar com a atriz americana Rita Hayworth.

Uma coisa que me chamou a atenção foi a limpeza do Rio Nilo, em alguns pontos é transparente.

E chegamos na “praia”

A água do Rio Nilo é muito gelada! Alguns poucos turistas se aventuram a entrar. Achei que estava assim por ser inverno, mas o guia explicou que a água é fria o ano todo.

Depois de curtir um pouco a “praia”, comprar uns souvenirs (bem bonitos por um preço ótimo – no barco também vende, vale a pena) nos dirigimos a Vila Núbia.

Os Núbios formam um grupo étnico que vivia às margens do Rio Nilo na fronteira com o Sudão e foram obrigados a deixar as suas terras em virtude da inundação provocada pelo Lago Nasser, criado pela Represa de Assuã entre os anos de 1950 e 1960. Passaram a viver então em um local muito distante da sua terra original, longe do Nilo, sem qualquer infraestrutura, fazendo com que vários Núbios fossem procurar emprego e outras condições de vida no Cairo ou Alexandria. Depois conseguiram se estabelecer em alguns locais próximos ao Rio Nilo.

A Vila Núbia que fomos visitar fica próxima a Assuã, às margens do Rio Nilo, chegamos de barco, e no local podemos ver hoje como alguns Núbios vivem, preservando suas tradições e cultura, sendo um dos povos mais antigos do mundo, civilização que remonta a 4.500 anos.

A Vila Núbia é um excelente local para compras, os Núbios são bem tranquilos para negociar, deixam ver as mercadorias com calma e tem ótimos preços. Os principais itens são roupas, temperos e objetos decorativos.

Os pigmentos à venda formam um colorido lindo com os tecidos e todos os outros itens das barracas. Um festa para os olhos!

A principal atração e visitar a casa típica de uma família Núbia, pintada em cores vibrantes e muitos desenhos.

Uma curiosidade sobre os Núbios: seu animal de estimação é o crocodilo!

Com um bebê crocodilo. Não é uma fofura?

Eles são criados assim, dentro de casa.

Os crocodilos são considerados animais sagrados para os Núbios e quando eles morrem são “mumificados” para ficarem preservados.

Na parte de cima das casas, geralmente, os tetos são em cúpulas para arejar melhor e refrescar o ambiente em virtude do escaldante verão egípcio.

Quarto da casa na Vila Núbia
A vista do Rio Nilo

Na Vila Núbia visitamos também um local com apresentações de músicas típicas, onde as pessoas podem dançar e participar.

A Entrada da Casa de Música
Os Núbios tocam música e dançam e chamam as pessoas para se juntas a eles

Na saída tem os “táxis” esperando.

O meio de transporte

Amo Camelos! Acho um animal tão lindo e exótico. É possível fazer passeio de camelo na Vila Núbia, mas estava de vestido e também não tive vontade nesse dia. Fico feliz só de estar assim tão perto deles. Eram bem mansos.

A principal rua da Vila Núbia

E mais casas típicas pelo caminho

No pier da Vila Núbia, na espera para voltar a Aswan, no teto do barco

No caminho de volta, toda a beleza do Rio Nilo ao anoitecer

E aqui finalizou o nosso Cruzeiro pelo Rio Nilo, à noite tivemos um jantar festivo no navio para a despedida. Fiquei triste, não queria que acabasse! Quem poderia imaginar que eu iria gostar tanto de um cruzeiro? É realmente muito especial.

Última noite no navio, com amigos italianos, todos com roupas egípcias, durante o jantar de despedida no cruzeiro

No outro dia, acordamos às 3 horas da manhã e às 4: 30h partimos para conhecer os templos de Abu Simbel, assunto para o próximo post.

Aswan – Templo de Philae – Egito

Depois de conhecer o Templo de KomOmbo, no passeio de barco pelo Rio Nilo, na nossa viagem pelo Egito com a http://www.memphistours.com em março de 2021, o barco voltou a navegar e no dia seguinte chegamos a Aswan (Assuã).

Cidade ao sul do Egito, Assuã fica a 950 km da Capital Cairo, às margens do Rio Nilo. Ao chegar fui conhecer a represa (barragem) construída entre 1960 e 1970 pelo Presidente Nasser com o objetivo de controlar as cheias e aumentar a produção econômica do país, com a geração de energia elétrica.

Só que com a construção da barragem, o armazenamento de água se transformou em um grande reservatório chamado de Lago Nasser com área de 5.250 km². A inundação provocada pelo lago fez com que a maioria dos templos às margens do Rio Nilo ficassem submersos, um verdadeiro crime contra o patrimônio histórico e cultural mundial. Assim, a Unesco comandou um verdadeiro esforço de nações que se uniram para “salvar” os templos. Com um investimento de milhões de dólares (até o Brasil contribuiu) muitos templos foram retirados das águas e reconstruídos em local próximo, seco, para que continuassem a maravilhar o mundo com o esplendor do Antigo Império Egípcio.

Um dos templos que foi salvo foi o Philae. Para chegar lá nos dirigimos ao pier e pegamos um barco táxi.

Eu no comando rsrsrs

E quando a gente chega tem essa visão!

Philae era uma das ilhas localizadas no Rio Nilo a 7 km de Assuã. A ilha foi inundada pela barragem deixando o templo submerso, sendo posteriormente (1970) desmontado, retirado da água em 40.000 peças e reconstruído em Agilika, uma ilha próxima.

É difícil explicar porque este templo foi o meu preferido. Todos os templos do Egito são incríveis e adorei todos os eles, só que o de Philae pela sua localização foi especial.

O Templo de Philae é um dos poucos no Egito dedicado a uma divindade feminina. Construído em 690 a.c. as suas colunas possuem estilos grego e egípcio. Todas as suas paredes eram coloridas e em algumas ainda é possível ver as marcas de tinta.

O local é dedicado a Deusa Ísis, representada por uma figura de mulher com coroa de chifres. Ísis era a irmã e esposa de Osíris (a direita na foto – parte de baixo) e deste relacionamento nasceu o filho deles: Horus (o deus falcão). A Deusa Ísis representa a fertilidade e a maternidade.

Cleópatra visitava muito este templo e quando saía para o público se vestia m homenagem a Ísis. No interior do templo tem um santuário para a Deusa Hator.

A beleza do templo se encontra na sua área externa. As suas paredes decoradas com os deuses em relevo e colunas gregas

O Templo de Philae teve o seu apogeu na era ptlomaica e foi usado até o ano de 500 d.c. pois com a invasão cristã foi transformado em igreja católica. Neste período algumas das divindades das paredes foram “marteladas” na tentativa de apagar o seu relevo (foto abaixo)

Acredita-se que aqui foi enterrado Osíris sendo o Templo de Philae um local de extrema importância e veneração na cultura egípcia.

Na parte externa há um quiosque, o Templo de Trajano com dimensão de 20mx15m e altura de 15m, construído pelo Imperador Trajano (53 d.c. a 117d.c.), quando o Egito foi uma província do Império Romano. Sua “função” era abrigar a barca da Deusa Ísis nas margens da ilha.

A beleza deste templo é impressionante e a sua vista tão próxima do Nilo o torna ainda mais magnífico.

O Templo de Philae foi um dos passeios que a agência Memphis Tours (que contratei) ofereceu no pacote do Cruzeiro pelo Nilo. E não canso de repetir: se for ao Egito não deixe de fazer o tour pelo Rio Nilo, é lindo demais! Para sempre na memória.

Templos de Horus e KomoMbo

Após deixarmos Luxor, no segundo dia do Cruzeiro pelo Nilo com a agência http://www.memphistours.com em nossa viagem pelo Egito, em março de 2021, o barco se dirigiu a cidade de Edfu a uma distância de 100 km/sentido sul.

Janela da minha cabine no MS Salácia

Então, após o almoço no barco, a navegação começou e foi lindo demais! Já mencionei aqui no blog que fiz uma viagem de cruzeiro pelas ilhas gregas e não gostei. O cruzeiro pelo Rio Nilo é totalmente diferente e foi uma das coisas mais lindas da minha vida. A suavidade com que o barco navega, as paisagens pelo caminho, a proximidade da margem, o céu, o sol, enfim, tudo é tão mágico e especial que recomendo muito esse passeio. Acho, inclusive, imprescindível para quem deseja conhecer o Egito fazer o cruzeiro pelo Rio Nilo. Só assim o viajante poderá captar toda a maravilha desse país.

Deck do navio MS Salácia

Viajei no mês de março de 2021 e achei a temperatura perfeita entre Luxor e Aswan. Calor na medida certa. Um céu azul lindo sem nuvens. Um pouco frio à noite no deck do navio, sem vento.

E o espetáculo do por do sol no Nilo, de arrepiar!

Para chegar em Edfu, no meio do caminho, o navio passa pela cidade de Esna, onde tem uma eclusa (lock).

O Nilo é o único rio do mundo que corre ao contrário, ou seja do Sul para o Norte. A parte alta fica no sul onde nasce em Uganda e a parte baixa no Norte, onde deságua no Mar Mediterrâneo. O sentido da nossa navegação era do Norte para o Sul. Então estávamos na parte baixa do rio. Ao chegar em Esna o barco entra nesse estreito canal da foto acima e espera as portas fecharem, então a água vai enchendo e o barco subindo, como em um elevador, até chegar na parte alta do rio. Quando as portas se abrem a navegação continua.

É uma operação feita com muito cuidado e precisão. E super interessante. Os passageiros são convidados pela tripulação para ficar na parte da frente do barco, junto a cabine para assistir. Durou em torno de 1 hora. Eu adorei!

No outro dia, pela manhã, chegamos na cidade de Edfu para visitar o Templo de Hórus.

O templo de Edfu é dedicado a divindade Hórus, representado pela ave falcão, o Deus protetor das famílias e dos faraós. A sua fachada mede 79 metros de largura. A construção foi tardia, ocorrendo durante o período greco-romano de 237 a.c. a 57 a.c. pelos Faraós Ptolomeu III e IV.

Após o portal monumental da entrada temos um pátio com colunas que dá acesso ao interior do templo que é um dos mais bem conservados do Egito.

Na primeira sala das colunas ficava a biblioteca e na segunda sala o teto tem pinturas astronômicas que representam o céu. Detalhe para o teto preto em razão de um incêndio. As colunas tem representação de árvores do mundo.

As paredes do templo são incríveis. Todas cobertas com inscrições. Em uma das salas funcionava o laboratório de aromaterapia. Aqui Cleópatra vinha com frequência (ela vivia em Alexandria) para fazer tratamentos estéticos. Várias fórmulas estão gravadas nas paredes com os ingredientes e quantidades. De arrepiar!

No final do templo se encontra o Santuário de Hórus – o Deus Falcão e a sua barca sagrada. Com uma mesa de oferendas e o santuário em granito preto onde havia uma estátua de Hórus em madeira dourada. Na barca Hórus era levado em festivais.

As escadas do templo: subindo e descendo. E esses degraus gastos? Quantas pessoas passaram por aqui, inclusive Cleópatra. É impressionante a perfeição deste templo que ficou séculos soterrado pelas areias do deserto.

De volta a fachada do templo de Edfu, virando a esquerda existe um corredor muito estreito que faz um efeito visual nas fotos fantástico.

Voltando a área externa do templo de Edfu, na sua fachada é possível observar várias cenas em relevo como esta abaixo do Faraó Ptolomeu VIII à esquerda.

O Templo de Edfu/Hórus foi descoberto no ano de 1860 pelo egiptólogo francês Auguste Marriete que começou a “desenterrar” a construção que estava coberta por 12 metros de altura de areia do deserto. Apenas a ponta das colunas apareciam.

Para chegar no templo de Edfu, após o barco parar no porto, havia duas possibilidades: charrete ou tuktuk. Como já havia feito um passeio de charrete em Luxor e queria chegar cedo no templo (antes das excursões) optei pelo Tuktuk e foi melhor. Chegamos mais rápido, conseguimos ver o templo sem muita gente. Na saída os outros grupos já estavam se aglomerando o que torna mais difícil para fotos.

Amo Tuktuk

Depois da visita ao templo de Hórus voltamos para o navio para almoçar e continuar a navegação em direção a KomOmbo

E tivemos a honra de conhecer o Capitão do navio e “ajudar” na condução.

No leme do MS Salácia

Assim, no final da tarde, chegamos em KomOmbo, cidade situada a 160 km ao sul de Luxor e 40 Km ao Norte de Aswan. Possui 60.000 habitantes, a maioria Núbios que tiveram que sair de seus locais de origem inundados pelo Lago Nasser, formado a partir da construção da represa de Aswan.

Primeira visão do Templo de KomOmbo e a nossa “vaga” para estacionar o navio bem em frente!

Em árabe KOM significa escombro e OMBO quer dizer ouro. As ruínas do templo encontradas na Cidade da Rota do Ouro.

A entrada dupla do Templo para as duas Divindades

O templo de KomOmbo foi construído entre os anos de 200 a.c. a 180 a.c. na dinastia Ptolemaica (família de Cleópatra).

É um templo duplo, dedicado a duas divindades: Sobek – Deus com cabeça de Crocodilo e corpo humano (fertilidade e criador do mundo) e Horus – Deus Falcão (protetor das famílias e dos faraós). Todo simétrico.

O Templo de KomOmbo fica no topo de um penhasco e era usado como hospital, com especialidade em Obstetrícia. Por isso dedicado a Sobek – Deus Crocodilo, o Deus da fertilidade.

Nas paredes do Templo constam nos hieróglifos as prescrições para o tratamento de diversas doenças e também para a hora do parto. Reparem na foto abaixo o desenho de uma mulher sentada com um bebê de cabeça para baixo “nascendo”. Para os egípcios a posição adequada para uma mulher dar à luz era sentada ou de cócoras.

Eu com eles: Thoth (Deus da Sabedoria), Hator (Deusa Fertilidade), Heka (Deus da Magia e da Medicina) Bastet (Deusa Fertilidade, Parto, Gatos) e Hórus (Deus Falcão) por duas vezes (da esquerda para a direita). Os deuses segurando a chave da vida.

E adoro imaginar que por aqui, no mesmo lugar que eu estou, passou Cleópatra, que mesmo morando em Alexandria visitava esse templo.

Com o entardecer, o templo vai ficando lindo com a iluminação e a luz dourada do sol.

A posição do templo é estratégica: no alto e ao mesmo tempo próximo ao Rio Nilo, garantindo um vista linda no por do sol.

Na área do templo havia um Nilômetro – poço largo com escada para medir o nível de água do Rio Nilo, em razão da época das cheias.

É possível visitar o templo em aproximadamente 1 hora. Só que é tão lindo que não dá vontade de ir embora. Então a gente fica mais tempo para fazer “mil” fotos e apreciar esse local tão lindo e mágico.

Ao lado do Templo visitamos o Museu do Crocodilo – o Deus Sobek

O Templo de KomOmbo é um lugar incrível que faz parte do roteiro do cruzeiro pelo Rio Nilo. Lindo demais, para sempre na memória.

Vale dos Reis – Luxor

No segundo dia do Cruzeiro pelo Nilo, no mês de março de 2021, com a agência http://www.memphistours.com o navio ainda estava ancorado no porto de Luxor para a visita ao Vale dos Reis, Templo da Rainha Hatshepsut e os Colossos de Memnon.

Alguns lugares despertavam muito o meu interesse nesta viagem ao Egito e o Vale dos Reis era um deles. Estava ansiosa para conhecer e realmente foi incrível!

O Vale dos Reis visto assim na chegada não tem nada de mais. É uma pedreira de calcário e outros tipos de rochas. Toda a sua riqueza e esplendor está embaixo da terra. E, para compreender melhor o lugar é importante esclarecer que no Egito Antigo a vida se desenvolvia às margens do Rio Nilo. Na cidade de Luxor, ao sul do país, se localizava a antiga capital Tebas. No lado oriental do rio (margem direita) era consagrada aos vivos onde visitamos os templos de Karnak e Luxor que você lê aqui Templo de Karnak – Luxor e aqui Templo de Luxor E no lado ocidental (na margem esquerda) era consagrada aos mortos.

Assim, nos dirigimos para a margem esquerda do Rio Nilo, para visitar o Vale dos Reis, um desfiladeiro com 63 tumbas construídas para abrigar os restos mortais dos faraós e nobres.

O Vale dos Reis funcionou como necrópole dos séculos XVI a XI a.c. Depois, foi um local de turismo na Antiguidade e há mais de dois séculos escavações são realizadas aqui. O primeiro registro de descoberta de uma tumba (Amenofis) na era moderna foi no ano de 1799 por membros da expedição Napoleônica. Na sequência várias tumbas foram encontradas, porém, não possuíam nada no seu interior, além das suas maravilhosas pinturas, pois já haviam sido produto de saques.

Somente no ano de 1922, quando todos já haviam desistido de encontrar algo a mais, dando o Vale dos Reis como esgotado, o arqueólogo Howard Carter, financiado por Lord Carnavon encontrou a entrada da Tumba do Faraó Tutankhamon.

E a surpresa foi impressionante!

A tumba do Faraó Tutankhamon estava intacta, com todos os seus tesouros originais. Foram encontrados 5.398 itens, inclusive o seu sarcófago e múmia. As peças encontradas estão em exibição no Museu do Cairo sendo o seu item mais valioso a máscara mortuária em ouro maciço. Além disso foram encontrados seu trono (também em ouro) sandálias, comida, bebida, roupa, tudo que fosse necessário para a sua vida após a morte.

A tumba é pequena possuindo do lado direito o sarcófago e do lado esquerdo a múmia do Faraó que se encontra em uma caixa de vidro com controle de temperatura. Tutankhamon foi faraó da XVIII Dinastia. Filho de Akenaton subiu ao trono com 9 anos de idade e governou o Egito de 1.332 a 1.323 a.c. Faleceu ao 18 anos de idade.

O faraó Tutankhamon media 1,67m de altura e possuía a arcada dentária superior projetada para a frente. Tinha uma deformação no pé esquerdo que o obrigava a andar com uma bengala (foram encontradas 130 na tumba). A causa provável da morte foi malária.

A emoção de conhecer esta tumba é realmente sensacional. Mesmo Tutankamon à sua época não ter tido muita importância, se tornou com a descoberta da sua tumba intacta o mais famoso faraó do Egito. Considero visitar a sua tumba de grande importância para os aficcionados por história (como eu). E, depois, ir tão longe para visitar o Vale dos Reis, não dá para perder de entrar neste tumba, não é mesmo? O seu ingresso é comprado à parte.

Continuando o tour pelo Vale dos Reis não foi fácil escolher apenas 3 tumbas para visitar. Por indicação do nosso guia Amro Salah Tawfek da http://www.memphistours.com conhecemos então: 1) Tumba de Ramsés IX – Oitavo Faraó da XX Dinastia. Governou o Egito de 1.127 a 1109 a. c. Os desenhos nas paredes são impressionantes, tão perfeitas as cores mesmo após 3.000 anos.

2) Tumba de Meremptah – Quarto Faraó da XIX Dinastia, governou o Egito de 1.213 a 1.203 a.c. Filho de Ramsés II (o maior de todos os faraós) e pai de Seti II. Foi o 13º filho de Ramsés II e subiu ao trono com 60 anos de idade após o falecimento de seus irmãos. Foi o construtor do templo de Ptah e a sua tumba é uma das maiores do Vale dos Reis.

3) Tumba de Ramsés III – Segundo Faraó da XX Dinastia e o último do Império Novo a exercer forte poder sobre o Egito. Governou por 31 anos, de 1.194 a 1.163 a.c. Foi morto por uma tentativa de golpe por sua mulher a Rainha Tiyi que almejava levar o seu filho ao trono quando o sucessor legítimo era o filho de sua primeira esposa Isis.

A Tumba de Ramsés II foi a que eu mais gostei. É linda demais!!! Com muitos corredores e salas com pinturas perfeitas. Uma festa para os olhos. Se você leitor tem dúvidas em qual escolher para visitar esta com certeza merece entrar na sua lista.

Para chegar ao Vale dos Reis saímos do navio e fomos de carro por um percurso de aproximadamente 30 minutos. Na entrada do Vale é possível pegar um trenzinho para chegar nas tumbas. A distância não é tão longa, mas sempre que tenho a oportunidade de poupar as minhas pernas eu faço. E depois durante o trajeto do trenzinho, que é bem aberto, dá perfeitamente para fotografar e filmar a pedreira.

Li em alguns sites que é proibido fotografar nas tumbas. Eu fotografei e filmei tudo com o meu celular sem problema. Só não vi turistas usando câmeras fotográficas.

O Vale dos Reis é um dos lugares mais importantes para se conhecer no Egito e assim como os outros templos às margens do Rio Nilo fica muito mais fácil a logística da visitação através de um Cruzeiro que eu recomendo fortemente, além de toda a beleza do trajeto.

Após o Vale dos Reis nos dirigimos de trenzinho para o Templo da Rainha Hatshepsut

HATSHEPSUT era filha do Faraó Tutmose I e casou com seu meio-irmão Tutmose II. Quando seu marido morreu, seu filho era muito pequeno (outros sites de pesquisa dizem que era enteado) então ela se tornou Faraó. Governou o Egito por 22 anos de 1.470 a 1.458 a.c.

A Rainha Hatshepsut foi a 2ª Faraó do Egito (a 1ª se chamava Sobekneferu). Foi muito mais poderosa que Cleópatra e Nefertiti. Era muito inteligente e seu governo foi famoso por restabelecer a paz no Egito e ainda fortalecer as relações econômicas.

Hatshepsut foi quem encontrou a cesta com o bebê Moisés às margens do Rio Nilo sendo considerada “a mãe adotiva de Moisés”. O templo é uma necrópole e foi construído entre 1.473 a 1.458 a.c. com uma arquitetura inovadora para a época se inspirando na Grega Clássica.

O templo foi descoberto em 1891 e Hatshepsut significa: “Primeira (ou principal) das mulheres nobres”.

A Faraó Hatshepsut construiu dezenas de edifícios em todo o vale do Rio Nilo e muitas estátuas com a sua imagem. Em algumas delas ela aparece de barba, o cone comprido colocado no queixo, símbolo da divindade, masculinidade e de poder à época.

Apenas no ano de 2007 a múmia de Hatshepsut foi encontrada. Estava na tumba n° 60 no Vale dos Reis. Ela morreu aos 50 anos de idade, era diabética e usava nas unhas esmaltes preto e vermelho. A provável causa da morte foi uma infecção na gengiva.

Após o templo passamos em uma cooperativa de Alabastro com uma explicação rápida e muito interessante sobre o trabalho milenar executado pelos artesãos locais nesta pedra.

Depois fomos na loja da cooperativa para adquirir uma peça. Difícil escolher entre tantas opções lindas. Por fim, comprei um vaso pequeno para colocar vela (luminária) já que a beleza da pedra Alabastro mostra todo o seu esplendor quando iluminada.

Detalhe: Há dois tipos de peças em Alabastro, à máquina e manual. Na foto acima exposição de peças feitas à máquina. A que comprei foi de confecção manual, pois a transparência é mais evidente à luz, como na foto abaixo.

Por fim, nos dirigimos a última parte do tour, os Colossos de Memnon

Os Colossos de Memnon são duas estátuas gigantes construídas há 3.4000 anos guardiães do antigo Templo do Faraó Amenófis III, com 385.000 metros e que foi corroído pelas cheias do Rio Nilo.

As estátuas foram feitas em blocos de pedra quartzito, medem 18 metros de altura e pesam 1.300 toneladas cada. Representam o Faraó Amenófis III sentado em seu trono e em cada uma das suas pernas está a sua mãe.

Por que Memnon? Na era cristã os gregos visitaram o templo e ao ver as estátuas lembraram de Memnon um grande herói grego morto por Aquiles. A partir de então as estátuas passaram a ser denominadas Colossos de Memnon.

Após o tour, voltamos para o navio, onde após o almoço a navegação começou, deixamos Luxor em direção a Edfu.

Toda a logística dos passeios ficaram sob a coordenação da Memphis Tours agência que escolhi para visitar o Egito. O Guia Amro Salah Tawfek que nos acompanhou é egiptólogo com dois mestrados em hieróglifos. Suas informações foram imprescindíveis para compreender mais e melhor essa cultura tão fascinante. Além de toda a tranquilidade e conforto de não se preocupar em como fazer para chegar nas atrações, deslocamentos, etc. Foi tudo perfeito.

Aguardem o Próximo Post: O magnífico Templo de Hórus em Edfu

E a navegação começa – Rio Nilo em Luxor – Vista da janela da cabine

Templo de Luxor

No primeiro dia do Cruzeiro pelo Rio Nilo o barco fica ancorado na cidade de Luxor, na margem leste (oriental), para visita aos templos. Após a visita ao Templo de Karnak que você lê aqui Templo de Karnak – Luxor fomos para o Templo de Luxor distante aproximadamente 3 Km.

O Templo de Luxor é dedicado ao Deus Egípcio Amon (Deus dos Ventos). Construído entre 1400 a.c. a 1000 a.c. pelos Faraós Amenhotep III e Ramsés II em arenito, sua fachada possui 260m de largura.

Na entrada havia dois obeliscos. Porém foram doados por Muhammad Ali, vice-rei do Egito para a França em 1830. Como o tamanho e o peso dificultaram o transporte, somente um foi levado, que está atualmente na Place de la Concorde em Paris. O obelisco mede 23 metros de altura. O segundo obelisco ficou aqui.

As estátuas e esculturas representam a figura de Ramsés II, o mais importante de todos os faraós do Egito, que reinou de 1279 a 1213 a.c.

Luxor – do árabe significa “Palácio com mil portas”. As colunas possuem 15m de altura e tem a forma de papiros abertos no topo.

A antiga Tebas – Luxor foi capital do Egito por mais de 1500 anos. Situada a 750 km ao sul da cidade do Cairo, é conhecida como o maior museu a céu aberto do mundo.

O templo de Luxor foi construído para coroações, celebrações e festividades. Ficou soterrado pelas areias do deserto por séculos sendo descoberto em 1881.

É o único monumento do mundo que continha documentos das épocas faraônica, greco-romana e islâmica. Havia uma mesquita e também afrescos coptas. Pela duração de seu funcionamento serviu então para outras épocas e religiões.

A margem direita do Rio Nilo (leste/oriental) era consagrada aos vivos, com seus templos para governar ou para celebração e adoração. Já a margem esquerda (oeste/ocidental) era dedicada aos mortos, onde se encontra o Vale dos Reis.

A explicação tem a ver com o sol. No leste ele nasce, vem a luz e a vida começa. A oeste ele se põe, vem a escuridão, a vida acaba.

Assim, como na Índia, no Egito também tive algumas fãs que pediam fotos rsrsrs. Desta vez, no Templo de Luxor a menina também pediu para rodar comigo! Ok, sem problema. Foi muito legal! Os egípcios são muito carinhosos e hospitaleiros.

Para chegar até os templos e fazer o passeio é melhor ter o suporte de uma agência. Fomos pela Memphis Tours http://www.memphistours.com que cuidou de toda a logística dos deslocamentos. Tivemos um carro com motorista sempre a disposição, que nos deixava e pegava na porta dos templos ou o mais próximo possível. O acompanhamento de um guia, no nosso caso o egiptólogo Amro, com dois mestrados em hieróglifos, que falava um português perfeito, fez toda a diferença para o conhecimento do local.

Apaixonada por história, foi incrível conhecer este templo, fiquei feliz demais por estar aqui (Março/2021).

Templo de Karnak – Luxor

Em março deste ano (2021) fomos para o Egito – o primeiro post você lê aqui Egito – O Início e a partir de agora nos posts não vou seguir a sequência exata da viagem, porque gostaria de começar pela parte do roteiro que eu mais amei: os templos às margens do Rio Nilo, que visitamos durante o cruzeiro de 4 dias.

O nosso tour começou por Luxor em direção a Aswan. É possível fazer o contrário.

Luxor – Egito

Luxor – cidade que se situa a 670 Km ao sul do Cairo, era a antiga Tebas, capital do Egito no período de 1.550 a 1.069 a.c. Conhecida como o maior museu ao ar livre do mundo, hoje possui 1.300 milhões de habitantes.

Dividida ao meio pelo Rio Nilo, na margem oriental (a cidade dos vivos) ficam os Templos de Karnak e Luxor. Na margem ocidental (a cidade dos mortos) a necrópole do Vale dos Reis e Vale das Rainhas.

O Templo de Karnak foi a nossa primeira visita

O Templo de Karnak era o centro administrativo, religioso e palácio dos Faraós em Tebas. Começou a ser construído em 2.200 a.c e funcionou até 360 a.c. Estima-se que no seu apogeu, durante a XVIII dinastia que durou de 1550 a.c a 1295 a.c. trabalhavam aqui 80.000 pessoas. Os faraós mais famosos deste período foram: Aménofis, Tutemosis, Hatshepsut, Aquenaton e Tutancamon,

O templo de Karnak era dedicado ao Deus Amon-Rá (vento-sol) e o animal que o simboliza é o carneiro. Foi o maior templo já construído, possuía uma área de 1,5 km x 0,8 km.

Karnak era dividido em 3 complexos: recintos de Amon-Rá, de Mut e de Montu.

Embora não esteja completo é possível ficar admirado com a Sala Hipóstila no templo de Amon-Rá. Trata-se de um salão (o maior do mundo com 5.000 m²) sustentado por 134 colunas.

A Sala Hipóstila foi construída no século XIII a.c. pelos Faraó Seti e seu filho Faraó Ramsés II. As 134 colunas tem diferentes tamanhos, sendo que as maiores possuem 21 metros de altura e diâmetro de até 3 metros.

As colunas são gravadas com inscrições em hieróglifos e ainda existe a tinta original no teto.

Eu tenho 1,65m de altura e a minha cabeça não ultrapassa o primeiro alinhamento da coluna! É impressionante a grandiosidade deste templo e imaginar o quanto deveria ser imponente todo decorado.

No templo de Amon se encontra o maior obelisco do Egito. Com 27 metros de altura e 320 toneladas foi construído pela Rainha Faraó Hatshepsut. A sua inscrição diz: “Vós que vireis este monumento nos anos vindouros e falarem disto que fez.” O mais impressionante dos obeliscos é que eles eram construídos em um único bloco de pedra, geralmente granito, proveniente das pedreiras de Aswan há muitos quilômetros do local do destino. O transporte destes imensos monumentos naquela época é algo extraordinário.

Como em todo templo egípcio há esculturas representando os Faraós. Esta posição com os braços cruzados em cima do peito é bastante comum no Império Egípcio. Significa que o ponto de interseção dos braços sobre o peito marca o lugar do coração (Fonte: lumenagencia.com.br). Geralmente estão segurando a Cruz Ansata (Ankh) ou Chave da Vida, um símbolo da vida eterna que representa proteção, conhecimento, fertilidade e iluminação. A chave que conecta o mundo dos vivos com o mundo dos mortos. (Fonte: dicionariodesimbolos.com.br).

O Templo de Karnak funcionou por 1.500 anos e tem vestígios de vários impérios, porém o mais forte e importante neste local foi o Império Novo (Hatshepsut/Ramsés II), sendo as estruturas mais conservadas.

O templo possui uma escultura de besouro: o Escaravelho de Amor que segundo a lenda se você der 7 voltas em torno da estátua nunca mais terá problemas de relacionamento. Eu até tentei, mas depois da segunda volta já estava cansada e desisti rsrsrs.

Há também neste local um lago considerado sagrado pelos Faraós pois acreditavam que era onde os deuses faziam a sua purificação.

Por fim, a profusão de estátuas de Amon- Rá simbolizado pelo Carneiro.

Karnak foi o primeiro de uma série de templos magníficos que conhecemos no Egito através do Tour Cruzeiro pelo Nilo com a agência http://www.memphistours.com tendo início em Luxor. O acompanhamento de um guia é fundamental para este tipo de passeio, não só pela facilidade de deslocamento até os sítios arqueológicos, mas, principalmente, pelas valiosas informações deste período fascinante da história.

Egito – O Início

Finalmente aconteceu uma viagem internacional!!! Estava muito ansiosa, minha alma de viajante já não aguentava mais. E o país escolhido foi o Egito. Por dois motivos: primeiro porque é um dos poucos países que está aberto para os brasileiros sem exigências absurdas (apenas o teste do Covid). Segundo, porque fazia parte da minha lista de desejos há muito tempo, estava aguardando a abertura do novo Museu Egípcio, que parece será ainda este ano, só que não quis esperar mais.

Confesso que viajar em época de pandemia não é fácil. Existem muitos temores: adiamento ou cancelamento de vôos, pegar o Covid (ainda não fui infectada), fechamento de fronteiras. Tem também a parte burocrática que aumentou, exigência de teste negativo na ida e na volta, preenchimento de formulários de saúde. Enfim, para quem ama viajar tudo se enfrenta e acredito que sempre vale a pena. Desta vez, então, foi como um prêmio por tanta espera, porque a viagem foi MARAVILHOSA, PERFEITA, UM SONHO!!!

O Egito é um país incrível, voltei encantada e com uma vontade enorme de retornar (só penso nisso rsrsrs). É seguro tanto na parte de criminalidade quanto da pandemia. Em relação propriamente ao vírus os índices são baixos, consegui ter uma sensação de segurança e normalidade que há muito tempo não tinha. Os locais visitados, que mostrarei nos próximos posts, são deslumbrantes, de arrepiar mesmo. Para uma apaixonada por história, não conseguia acreditar que estava ali em templos e monumentos que estudei no colégio, nos livros. Poder ver pessoalmente a grandiosidade do Antigo Império Egípcio é um grande um privilégio.

Kioske de Trajano – Templo de Philae – Aswan

Quanto a agência acho imprescindível contratar uma porque a logística dos passeios é muito complicada para fazer sozinho. Sempre precisa ter o acompanhamento de um guia, então é mais fácil já chegar lá com um suporte profissional que trata do visto (feito no aeroporto na hora da chegada) do check in dos voos e dos hotéis. Já ter todos os ingressos dos monumentos, passeios, enfim, é uma tranquilidade. Como disse tenho muita vontade de voltar e mesmo já conhecendo um pouco do Egito nem penso em ir sozinha, o apoio de uma agência é fundamental.

Abu Simbel – na fronteira com o Sudão

Para isso pesquisei pela internet e resolvi contratar a Memphis Tours (Trans Travel) http://www.memphistours.com que tem uma reputação excelente (merecida) no TripAdvisor e posso recomendar sem sombra de dúvida. Desde o primeiro contato com a querida Shaimaa Hassan, por email e whatsapp, que fala e escreve um português perfeito senti uma empatia imediata. Em um mês fechamos o roteiro. Com suas dicas preciosas montamos o que chamamos do meu “Egito dos Sonhos” e foi! O serviço prestado pela Memphis foi de excelência, só tenho a agradecer a todos os envolvidos, guias Ahmed e Amro, motorista Mustafá. Os receptivos de Aswan, Luxor e Sharm el Sheik e principalmente ao seu Diretor Executivo Mahmoud Hussein que faz o receptivo do Cairo e mantém contato por todo o tour monitorando a viagem, um profissional espetacular. No final, não me despedi apenas de profissionais sérios e competentes, deixei amigos e foi muito difícil a partida. Os egípcios são muito carinhosos e hospitaleiros e amam os brasileiros.

Detalhe: todos os guias e receptivos falam português.

Já mencionei em outros posts, mas é sempre bom repetir: a gente sai de casa, do nosso país, para um outro país diferente, com outra cultura e costumes, precisa se preparar bem, ter um suporte para dar tudo certo. Viagem é investimento. Sou detalhista e hoje revisando todo o meu tour posso afirmar: não teve defeito, nenhum problema, nada. Foi tudo tão bom que faria exatamente igual. Às vezes, depois que a gente conhece um país acha algo que poderia ter feito melhor ou diferente. Não aconteceu! A Memphis foi perfeita em tudo! Valeu a pena! A expertise da Memphis que cuidou de todos os detalhes foi fundamental para que a viagem fosse assim tão incrível. Um sonho realizado!

Templo de Karnak – Luxor

O tour foi de 12 dias nesta sequência: 3 dias no Cairo, 4 dias de Cruzeiro Nilo, 3 dias no Cairo, 2 dias em Sharm el Sheikh.

O vôo chegou no Cairo às 2:30h da manhã, pela Turkish Airlines, então precisei de 3 diárias no hotel para conseguir entrar direto no quarto, o que na prática reduz para 2 dias inteiros na cidade. Isso é uma coisa que sempre devemos ter em mente. Os deslocamentos “roubam” dias da nossa viagem, então precisamos aumentar o número de dias para conseguir aproveitar bem as cidades ou atrações.

Quanto aos hotéis resolvi personalizar o meu tour e escolhi os da Rede Four Seasons que eu amo e no Egito são fantásticos com ótimas tarifas.

Na chegada ao Cairo, as primeiras 3 diárias, fiquei no Four Seasons First Residence, que é muito bonito e super bem localizado.

Ahhh as flores da Rede Four Seasons

Este hotel fica no distrito de Giza, as margens do Rio Nilo e alguns quartos tem vista para o Rio Nilo ou as pirâmides. O quarto era muito confortável, tamanho e limpeza excelentes.

Uma coisa que eu achei muito legal neste hotel é que ele possui um complexo de restaurantes e bares chamado NILE BOAT. É separado dos prédios principais, fica na parte de trás, atravessando a rua, no Rio Nilo mesmo e tem como opções a XODÓ uma churrascaria brasileira, o NAIRU comida asiática e indiana, o RIVA pizzaria e bar e o ZOE que foi o meu escolhido para a primeira noite. Culinária grega, na parte de cima, com linda vista. Foi ótimo!

Depois de passar 2 dias no Cairo fomos para Luxor de avião pela companhia Egyptair para o Cruzeiro no Rio Nilo de 4 dias. Os cruzeiros começam por Luxor e descem até Aswan ou começam em Aswan e sobem até Luxor, depende do dia da semana que você chega para o tour.

Estava um pouco apreensiva com esta parte do roteiro porque já havia feito um cruzeiro pela Grécia e achei horrível. Só que para conhecer com mais facilidade os templos no sul do Egito o cruzeiro é a maneira mais indicada. E…foi maravilhoso, amei.

O nosso barco era o MS Salacia. Pelas pesquisas vi que não era um barco de luxo, para esse perfil tem outras opções, como Oberoi por exemplo. O que eu gostei neste barco é que originalmente era para 159 pessoas e foi “transformado” para 59. Na prática o que fizeram foi que em cada duas cabines, tiraram a parede de divisão e se tornou uma. Então a nossa cabine tinha a parte do quarto com cama, penteadeira, janela, armário, banheiro e ar condicionado e a parte da sala com sofá, poltrona, mesa de centro, rack, televisão, janela, ar condicionado e outro banheiro. Achei bastante confortável, as janelas são grandes, mesmo sendo lacradas, não dá sensação de claustrofobia, mas a sua decoração é antiga e os banheiros são bem pequenos.

Em razão da pandemia o turismo não está com a sua atividade em 100% então eu calculo que havia uns 30 passageiros.

O staff do barco era sensacional, principalmente o do restaurante. Simpatia e amabilidade, nos sentimos muito bem acolhidos. A gente se sentia em casa, em família. A comida era deliciosa em todas as refeições. E à noite sempre tinha um evento, como jantar temático no deck e show de dança Núbia por exemplo.

O barco possui um deck com bar, lounge, academia, piscina. Várias espreguiçadeiras, mesas e cadeiras garantem que você tenha sempre um lugar para apreciar a vista durante a navegação que é linda demais! Ele navega bem suavemente, diferente do cruzeiro no mar, a gente não sente nada. Não existe possibilidade de enjoo. As margens estão sempre perto o que dá uma sensação agradável também. Conseguimos ver algumas casas, animais das pessoas que moram às margens do Nilo e as crianças abanam para nós.

A sensação de paz e tranquilidade ao navegar pelo Cruzeiro do Rio Nilo é indescritível. E o por do sol o mais lindo do mundo! Sorry Santorini, você perdeu esse posto!

Durante todo o cruzeiro fomos acompanhados pelo guia Amro Salah Tawfek da http://www.memphistours.com, egiptólogo com dois mestrados em hieróglifos, uma honra e privilégio ter um profissional de tão alto nível nos conduzindo nos passeios diurnos. Fim de tarde e à noite ficávamos juntos no deck conversando. Sintonia total com o marido. Outro amigo que fizemos no Egito que foi difícil a despedida.

Quando o cruzeiro terminou a gente não queria ir embora (quanta diferença do mar). Foram quatro dias que a gente não sentiu passar! Se tem algo que eu quero muito repetir pelo menos uma vez mais na vida é o cruzeiro no Rio Nilo. O marido ficou encantado só fala nisso, temos que voltar! Foi maravilhoso, considero imperdível.

Vista da janela da nossa cabine
Almoçar no restaurante do barco com esta vista

Farei posteriormente um post com todos os detalhes da navegação pelo Nilo.

Rio Nilo – Aswan

Após o cruzeiro, fomos conhecer os templos de Abu Simbel, no extremo sul do Egito, na fronteira com o Sudão, e retornamos para o Cairo à noite em um voo da Egyptair partindo de Aswan, para mais 3 diárias (dois dias inteiros) agora no outro Hotel Four Seasons da rede na cidade o NILE PLAZA.

Este hotel é sensacional, achei o melhor da viagem, a sua tarifa é mais cara que o First, mas vale a pena, é lindo e completo demais! Fiquei apaixonada, se voltar ao Egito me hospedarei nele novamente.

Four Seasons Nile Plaza

O Four Seasons Nile Plaza tem um lobby lindo com piano bar e La Gallerie, um espaço com patisserie francesa, chás Dammann e refeições leves. Inclusive aqui é possível tomar o café da manhã. Todo o hotel é decorado com quadros de arte egípcia moderna. Amei!

La Galerie – Patisserie Francesa
La Galerie – Chás Dammann
Marido que já virou Tea Lover

As opções gastronômicas do Hotel Four Seasons at Nile Plaza são excelentes. Fomos no Bullona o restaurante italiano. Lindo demais, comida deliciosa e atendimento muito gentil.

Outra opção é o restaurante chinês 8. O ambiente é lindo demais! Confesso que não sou muito fã da culinária asiática, mas o prato que escolhemos (camarão com legumes) estava muito bom!

Na parte da piscina tem o restaurante Pool Grill onde almoçamos e o Upper Deck Lounge ótimo lugar para drinks.

Restaurante Pool Grill – Hotel Four Seasons at Nile Plaza
Upper Deck Lounge – Hotel Four Seasons at Nile Plaza
Vista do Upper Deck Lounge

Para drinks outra opção é The Bar, ambiente Art Deco com pianista e linda vista do Rio Nilo.

Mais uma opção para refeições é o restaurante Zitouni de culinária egípcia. Fomos para o café da manhã que era servido só na modalidade à la Carte.

Breakfast with the view – Zitouni Restaurant – Hotel Four Seasons at Nile Plaza

Para completar o Hotel Four Seasons at Nile Plaza tem um shopping – Beymen Mall que é fantástico! Várias grifes internacionais, só que o que mais me chamou a atenção foi a curadoria de brands egípcias de alta qualidade com ótimos preços. Roupas, joias (bijouxs), artigos para cama, mesa, banho e objetos de decoração de surtar!

Café Beymen no Shopping

A estada no FS Nile Plaza foi perfeita em todos os sentidos, saudade desse hotel tão especial, com arte por todos os lados.

Depois desta segunda parada no Cairo (que incluiu o Museu Egípcio e um bate e volta a Alexandria) a última parte da nossa viagem foi em Sharm El Sheikh, balneário na Península do Monte Sinai, banhado pelo Mar Vermelho.

Antes de conversar com a agência Memphis Tours eu não conhecia esse balneário, nunca tinha ouvido falar. Foi Shaimaa Hassan que me falou que era imperdível e resolvi aceitar. Ela tinha toda razão, que lugar lindo, incrível. Foi maravilhoso terminar a viagem em um lugar de praia, com tempo para descanso e contemplação da natureza.

Também reservei o Hotel Four Seasons que tem um resort a beira mar lindo demais!

Lobby – Hotel Four Seasons Sharm El Sheikh

A arquitetura me lembrou o Marrocos, árabe/mourisca. Os jardins eram todos em bouganvílias brancas e rosas com palmeiras. Os quartos são como vilas, parecia uma “casinha”. Sensação de conforto, paz e bem estar.

Varanda do quarto – Hotel Four Seasons Sharm El Sheikh
Varanda do quarto – FS Sharm El Sheikh
Vista do quarto – FS Sharm El Sheikh

A praia é privativa do resort com toda a infraestrutura de espreguiçadeiras, toalhas e atendimento de bar para lanches e bebidas. Junto a praia tem um kiosk com inúmeras opções de esportes náuticos.

O melhor deste hotel é que não precisa ir longe para mergulhar. O mar vermelho, na Península do Monte Sinai é um dos melhores lugares do mundo para mergulho. Seus corais tem uma variedade e quantidade imensa. No final do deck já é possível encontrá-los.

A minha intenção neste hotel era relaxar e descansar e como não sou adepta de esportes aquáticos não tive interesse. Também há passeios de quadriciclo no deserto ou para conhecer o Monastério de Santa Catarina (distância de 200 km) local onde Moisés recebeu as Tábuas com os 10 Mandamentos.

Fiz dois passeios enquanto estive no resort, assim como suas opções gastronômicas e noites de pura magia, vou comentar no post sobre Sharm El Sheikh.

A área da piscina é fantástica, com água climatizada e vários lounges que garantem a privacidade.

Caminhar pelo resort é uma delícia, mas para quem não quer descer e subir do hotel para a praia e piscina tem um funicular que é puro charme.

O Hotel Four Seasons Sharm El Sheikh conta com um SPA completo, com váris terapias e tratamentos relaxantes e estéticos. No último dia, para enfrentar a maratona de vôos e aeroportos da volta até a nossa cidade, eu e o marido fizemos uma massagem divina, voltamos refeitos, bom demais! Até porque não é fácil ir embora do paraíso.

Hotel Four Seasons Sharm el Sheikh – um paraíso

O Egito me surpreendeu de várias maneiras e todas muito positivas. Antes de viajar achava que seria bom demais conhecer seus monumentos, mas não esperava muito além disso. Que impressão maravilhosa eu tive desse país incrível. Como eu poderia imaginar que ficaria tão apaixonada?

Só que o mais importante eu ouvi do marido, que me disse: “Foi a melhor viagem da minha vida!” Amei!

Com o Egito chegamos a marca de 24 países, não é muito nesse mundão de Deus que temos para conhecer. Existem lembranças fantásticas de tantos lugares que já passamos, mas alguns tocam mais a alma da gente e o Egito foi assim. Fiquei emocionada muitas vezes, com os lugares e principalmente com as pessoas que lá conheci. Eu voltei, mas o meu coração e o meu espírito ficaram lá!

A melhor viagem é sempre a última e o Egito não fugiu a regra. Foi puro encantamento. Tomara que seja um até breve!

Jantares Temáticos – África

Até dois anos atrás o continente africano nunca esteve na minha lista de desejos. Então, em março de 2019, conheci o Marrocos e amei. Tenho loucura para conhecer o Egito (estou esperando abrir o novo Museu do Cairo), mas aquela viagem clássica para fazer um safári não me inspirava.

Só que comecei a ver tantas influencers que sigo viajando para lá, fazendo passeios incríveis que me contagiou. Elas influenciam mesmo! Quem sabe um dia eu consigo montar um roteiro para a África do Sul, Tanzânia, Quênia e ver de perto, no seu habitat, os big five.

Por isso resolvi montar um jantar especial para o Dia dos Namorados e sonhar com este roteiro, com o tema: Uma noite na Savana. Para a “chamada” dos convidados virtuais contei com a participação especial da filha mais nova, Peggy que arrasou como Simba, o Rei Leão, mais a trilha sonora do filme de animação.

Quando pensei na montagem da mesa não encontrei nenhum prato do meu “acervo” que servisse para o tema. Em pesquisa na internet vi uns pratos com desenhos de Zebra que amei. Comprei nos sites Mykhome e Letícia Abreu Casa, esta última onde também comprei as taças de vidro de zebra.

São três pratos: raso, sobremesa e fundo da marca Maison Blanche. Cada um tem um desenho diferente. O sousplat ganhei do marido há muito tempo da loja Roka Ideias e Objetos.

Queria um conjunto de talheres com cabo de bambu faz tempo, mas não me agradava do acabamento, até que para esse jantar (que teve 1 mês de planejamento) encontrei no site da Letícia Abreu Casa (com loja física na cidade de Criciúma/SC). Vi um faqueiro com dourado e bambu que achei tão lindo que resolvi comprar, chegou na minha casa em 3 dias. As fotos do site não decepcionaram, ele é ainda mais bonito e perfeito ao vivo.

Para a toalha de mesa comprei o tecido na loja Kotzias do Shopping Beiramar. É um cetim muito leve e com textura e brilho maravilhosos. Quando fui pedir para a minha mãe fazer a bainha ela me disse que depois do jantar queria o tecido para fazer uma roupa! Como era o final da peça comprei os 3 metros e fiquei com pena de cortar, então usei assim até o chão, ficou diferente, nunca tinha usado assim.

Retirei as cadeiras das pontas para visualizar bem a toalha e arrematei com esse bicho da Loja Klim Decorações do Shopping Beiramar, que parece uma mistura de garça com pelicano, peça que possuo há quase 20 anos.

O tecido em estampa de onça era muito escorregadio, daria muito trabalho para a minha mãe fazer a bainha, então desisti e optei por cortar com um estilete. Trabalho da mana Renata que também fez os guardanapos (um pequeno pedaço que cortamos do tecido para fazer apenas dois). Comprei uma renda preta para o acabamento e sinceramente não gostei do efeito, ficou parecendo uma camisola hehehe. Porta guardanapos de zebra da Maison Blanche, no site Mykhome.

A maioria dos objetos que utilizei na mesa foram comprados em viagens. Embora só tenha ido ao Marrocos, possuo peças de muitos países da África, adquiridos principalmente na feira africana do bairro Harlem, em New York, já que o marido e eu gostamos muito de objetos de decoração étnicos.

O macaco sentado em alpaca veio de São Francisco na Califórnia, é uma peça asiática que eu achei que combinava com o tema, mais alguns cachimbos de ópio em madeira espalhados pela mesa.

Os objetos egípcios nas fotos acima e abaixo, acredite se quiser, compramos em Las Vegas, no Cassino Luxor, que tem um pequeno museu egípcio e loja de produtos importados do Egito. Não preciso dizer que foi o cassino que mais amei, mesmo porque quando fui em 1996, os top cassinos de hoje ainda não existiam.

Amo Escaravelho – Cassino Luxor Las Vegas

Em alguns jantares gosto de informar algo a mais sobre o local. Pode ser filme, música, livro, tudo o que me inspirou para aquele tema. Um dos objetos que usei na decoração da mesa é uma escultura de uma mulher negra que adquirimos em São Francisco, na Califórnia.

Esta escultura se trata da representação da Vênus Hotentote, uma sul africana que foi para Londres em 1808 para servir como atração de circo, em razão do vasto tamanho de suas ancas (quadril), extremamente exótico na Europa daquela época. A história é verídica e muito triste. Seu nome era Saartjie Baartman, ela pertencia ao povo Khoisan, cuja etnia é conhecida como Hotentote. Para quem se interessa foi feito um filme baseado na sua história chamado Venus Noire.

A peça de alpaca a esquerda da foto da loja Artshop Center (que não existe mais) representando as “mulheres girafas” da tribo Ndebele da África do Sul que usam argolas para esticar o pescoço. Mais dois blackamoor, peças produzidas na Itália, principalmente em Veneza que representam negros/ mouros/muçulmanos.

Para arranjo floral usei somente a orquídea oncidium, que como o nome já diz, suas pétalas imitam as cores da onça. Também é conhecida como orquídea chuva de ouro.

No menu, para a entrada, o marido preparou uma sopa de frutos do mar. A receita é de bouillabassie, um caldo com peixe, marisco, ostra e camarão que no jantar virou “African Fish Soup”. Ficou bem grosso o caldo, quase não aparece e o Chef marido também colocou ovos, ficou um espetáculo!

O Prato Principal pedi no restaurante dos meus queridos amigos Rico e Jó, o Bistrô da Praça, que é a nossa segunda casa, frequentamos há 15 anos. No cardápio se chama Congro à Martinica. Um peixe com molho de manga que vem acompanhado de arroz selvagem e banana. Apesar da Martinica ser uma ilha de possessão francesa no Caribe a maioria da sua população é africana e portanto sua culinária tem forte influência desse continente, assim, achei que o prato combinava com o tema do jantar e estava uma delícia!

E a sobremesa sorvete de maracujá com cocada mole também do Bistro da Praça.

O vinho branco para acompanhar a refeição foi sul africano, claro!

O look que usei no jantar foi um vestido da Mixed, coleção de 2018 (acho), inspirada na África e o colar comprei em Marrakech na Loja 33 Rue Majorelle.

Para arrematar, um café para o marido (eu não bebo) da edição da Nespresso com grãos cultivados na África (Etiópia, Uganda e Zimbabwe), seleção especial Origens.

N decoração da mesa procurei usar todos os objetos que eu tinha que se relacionassem com o tema. Fiquei impressionada como possuo peças sem nunca ter visitado estes países africanos. Esculturas de ébano da feira africana do Harlem NYC, porta jóias de máscara vermelha africana, cabeça de carneiro, porta vela de bode em bronze, cabeça de Órix (antílope) pratada, cachimbo de ébano, pente de madeira africano e objeto de chifres entrelaçados comprado em Paris.

Neste jantar resolvi também decorar a sala de estar. Usei uma manta de leopardo para cobrir um sofá, almofadas com rostos de africanas que estava na casa da minha mãe (o tecido é Donatelli). Cabeça de moura e vaso com arranjos florais da Oficina da Terra Loja, no Beiramar Shopping, com folhas verdes grande e orquídeas cymbidium amarela. Máscaras africanas da feira do Harlem NYC. Manta de zebra em outro sofá, cabeça de boi pintada de branco (arte do marido), mais alguns objetos espalhados pela casa que tinham a ver com o tema: prato com desenho de hipopótamo, fruteira de bananas, bustos de negras em gesso e em papel machê.

Anita Nala e Peggy Simba – O Rei Leão

Foi um jantar para o Dia dos Namorados bem diferente de tudo que já havia feito. Alguns anos saímos para jantar, outros passamos em casa com o marido cozinhando e eu caprichando na mesa. Mas, desta vez, o planejamento e montagem foram bem pensados e demorados, amei! Esta mesa foi uma das minhas preferidas. Gostei tanto que no outro dia fiquei com pena de desmontar. A toalha, os arranjos e enfeites ficaram mais alguns dias.

E, também pela primeira vez, fizemos uma foto com o timer da câmera do celular, para registrar esta noite que para mim foi muito especial, já que adoro celebrar o Dia dos Namorados! Look do marido bata africana do Harlem, NYC.

Jantar Africano – Dia dos Namorados – Uma Noite na Savana – 12 de junho de 2020

Jantares Temáticos – Grécia

Viagem que fizemos em 2018 a Grécia é um dos lugares mais lindos do mundo. A saudade é imensa e o marido vive me perguntando quando a gente vai voltar. Pronto, resolvido! Nesta edição do Jantar Temático “visitamos” a nossa ilha preferida com o tema: Sunset em Santorini.

Inspiração
Anita a filha mais velha “adorando” participar

Essa foi a mesa mais difícil de montar porque eu não tinha muitos elementos. Não fiz quase compras na Grécia, visitei várias ilhas e precisava ficar e me manter “leve” no decorrer da viagem que ainda tinha Istambul no final. Então partindo das cores da bandeira azul e branco, com muito olho grego e flores o resultado foi esse.

Toalha de mesa em renda que comprei na lua de mel (1997) em New York (não lembro o nome da loja, foi na 5ª Avenida, bem para baixo – direção sul de Manhatan). Guardanapos da marca Couleur Nature de Paris e porta guardanapos de miçanga verde imitando coral da loja Roka Ideias e Objetos. Faqueiro em prata WMF (nada a ver com a Grécia). Taça azul de cristal Bohemia e copo bico de jaca azul emprestado do restaurante Bistro da Praça. Vasinhos pequenos azuis e brancos com flores tudo da Oficina da Terra, floricultura do Shopping Beiramar. Uma chaleira azul da Indonésia (Artshop Center loja que não existe mais)

Pratos Linha Mediterrâneo Azul, da Tânia Bulhões, ganhei de presente do marido em um aniversário. Jogo americano redondo azul marinho da Maison Trois no Shopping Beiramar.

E a minha paixão, dois pratos nas laterais como decoração: um com estampa de cavalo marinho o outro com concha nautilus, verdadeiras jóias, comprados na ilha de Rhodes.

Os potes verdes vazados grandes usados como lamparinas tenho há muito tempo, são da Primavera Garden na Rodovia SC 401 e os pequenos com bolinhas verdes e azuis que parecem de gude, compramos em Los Angeles, em um balneário que se chama Santa Mônica em 1996!!!

Os peixes grandes azuis, estilo Bordallo Pinheiro também são da Primavera Garden, servem como jarras, vasos ou só decoração.

Os outros arranjos de flores em vasos baixos (tipo potiche) nos tons azul e branco foram feitos com hortênsias azuis e flores desidratadas pela Juliana Hames. Na foto abaixo é possível visualizar melhor o arranjo.

Como comentei, não compramos muita coisa na Grécia, mas sempre dá para trazer uma lembrança. As peças acima foram garimpadas pelo marido nas ilhas de Rhodes, Patmos, Santorini e também em Atenas.

Todos os colares, saquinhos e olho grego foram comprados nesta viagem.

O arranjo floral do centro da mesa foi o meu querido amigo Rafa Beduschi da Mercado Astral que fez. Uma caixa redonda azul marinho com flores em tons de azul e roxo e um olho grego com um tassel lindo pendurado, amei!

O menu teve três participações. De antepasto a maravilhosa Terrine da Gi de queijo feta (típico grego) com castanhas e mel trufado, que é a coisa mais maravilhosa da vida (seu insta é @terrinesdagi). Servi com grissini em prato azul e branco espanhol. A toalhinha redonda com motivo de olivas negras é da ilha de Rhodes.

A entrada fria eu que fiz! Preparei uma salada grega, também muito típica, que todo restaurante serve. Fiquei viciada lá, comia quase todos os dias. Vai diversos tipos de folhas (alface, rúcula), queijo feta, azeitonas, cebola, pimentão, pepino, ameixa, morango. Cada lugar servia de uma maneira, com todos os ingredientes ou só com alguns. Servi em um prato que comprei em Istambul, regada com muito azeite grego claro.

A entrada quente e o prato principal encomendei do restaurante Ilhas Gregas, pelo Ifood. A comida vem congelada para aquecer na hora. Fiquei com um pouco de receio mas resolvi arriscar. E foi simplesmente sensacional! Amei, virei fã.

A entrada: TIROPITAKIA são mini folhados recheados com ricota e espinafre. Servi em um prato comprado em Atenas. Crocantes, sequinhos, com um recheio delicioso.

Prato principal MOUSSAKÁ, lasanha de carne bovina, com camadas de fatias de berinjela e rodelas de batatas, coberta com molho bechamel e parmesão. Leve e deliciosa. Recomendo muito esses pratos, vale a pena ter sempre em casa.

Para sobremesa comprei iogurte grego e montei em uma taça, na parte de baixo coloquei uma camada de geleia de mirtilo da marca francesa St. Dalfourque eu amo, e por cima, mais geleia e granola para decorar. Ficou muito bom. Não precisei adoçar porque o azedinho do iogurte com o doce da geleia combinou bem.

Para acompanhar os pratos vinho grego lógico! Como não consegui em Florianópolis comprei pela internet no site da Mistral Importadora de Vinhos. Um branco e um tinto. Só conhecia o branco e já gostava e achei o tinto muito bom também. Não entendo nada de vinhos, então não é uma indicação, só uma opinião mesmo.

Eu sempre uso o vinho neste porta garrafas de prata. O de cima só tirei para fazer a foto. Acho muito prático quando se trata de vinho gelado para não molhar a toalha ou mesa. E no vinho tinto que caso escorra, impede de manchar a toalha. Este da foto eu comprei no site da Theodora Home. Amo as peças de prata dela, tem uma seleção fantástica.

Yamas – Saúde em grego – Se pronuncia Yeeamas

Também coloquei umas flores e peças na mesa de centro e uns colares e olho grego no lustre da sala.

A playlist toda grega claro. No vídeo da mesa, a tradicional música “Zorba o Grego”, que eu acrescentei depois e só consta na postagem do Instagram.

Neste jantar resolvi “convidar” alguém. Então o nosso querido amigo Matheus “esteve” com a gente e “participou” um pouco da noite

O meu look comprei é Atenas, saia e top da marca Nejma

No final dancei muito e balancei o guardanapo porque quebrar pratos não é comigo!

Jantar SUNSET EM SANTORINI realizado em 23 de maio de 2020

JANTARES TEMÁTICOS – INDIANO

O último post do blog foi em março. Não acredito que fiquei tanto tempo sem escrever. Nos últimos meses, bem difíceis com tudo o que está acontecendo por causa da pandemia do Covid 19, não tive ânimo para postar sobre o assunto tema deste blog e que eu tanto amo – VIAGENS.

Tinha uma viagem marcada para a Riviera Francesa e Suíça em junho que foi cancelada e está complicado achar uma data para remarcar a passagem, já que as fronteiras da maior parte do mundo continuam fechadas para nós brasileiros. Este fato me entristeceu muito.

Para enfrentar a quarentena e tentar me animar resolvi então viajar pelas minhas mesas.

Sári comprado em Délhi

Uma outra paixão que tenho é tableware. Adoro receber amigos, caprichar na montagem das mesas, amo tudo que se relaciona a este universo: louças, copos, talheres, toalhas, guardanapos e flores. Com a primeira ideia (jantar português), vieram em avalanche vários outros países na cabeça. Anotei tudo em um caderno e praticamente todo fim de semana, aos sábados, montei um jantar inspirado em um país para lembrar (onde já estive) ou para sonhar (pretendo ir).

Assim, surgiu a série JANTARES TEMÁTICOS que a cada novo episódio foi se aperfeiçoando e virou sucesso de público (hehehe), com a “companhia” dos amigos virtuais do Instagram, já que em virtude do isolamento social os jantares eram só para o marido e eu. Algumas pessoas perguntavam: Nossa, mas tudo isso só para vc e o seu marido? Sim!!!!! Cada um inventa a sua maneira de enfrentar a quarentena, a minha foi essa. Cada vez mais elaborados, cada vez mais “trabalhosos” a preparação me ocupava durante todo o fim de semana.

O fato dos restaurantes estarem fechados para o público por um período também foi preponderante, já que assim podia divulgar o serviço de delivery.

Não vou seguir a sequencia cronológica dos jantares, só queria deixar registrado aqui o quanto viajar e conhecer o mundo me inspira, até quando não é possível fazê-lo.

Como o último post do blog foi sobre a Índia resolvi começar com o jantar que homenageou este país incrível que eu amei conhecer. Experiência que ficará para sempre na memória.

Compartilho com o marido o interesse pela decoração. Gostamos de garimpar objetos pelo mundo e nestes quase 25 anos juntos adquirimos algumas peças que fazem parte da nossa história. Outras já eram dele, porque ele desde solteiro sempre gostou do assunto. Então todas as peças usadas nos jantares são nossas, a maioria adquiridas há muito tempo.

Este boneco indiano da foto acima, infelizmente não possui a marca do artista que o produziu, compramos na nossa cidade Florianópolis, em uma loja de produtos asiáticos que não existe mais a Artshop Center que ficava na praia de Jurere Internacional, de uma grande amiga, que hoje mora em Miami.

A vaca, animal sagrado para os indianos, os dois objetos de bronze na foto acima compramos em Paris. O leque com penas de pavão (fake) é de Jaipur.

Escolhi montar a mesa em tons de dourado e vermelho porque essa combinação é bem comum na Índia dos Marajás. O jogo americano e guardanapos são da Jacquard Français comprados em Paris. A louça é a coleção Ouro da Tânia Bulhões e as taças da Strauss, sendo a vermelha da coleção Overlay. Os arranjos de flores são da loja Oficina da Terra do Shopping Beiramar.

Como porta guardanapos resolvi usar pulseiras que comprei em Udaipur. A seda pintada a mão que ainda não enquadrei são de Udaipur da Vintage Arts & Crafts – Kohinoor Designers. A Ganesha em primeiro plano é da loja Oficina da Terra. No placement o “nome indiano” do marido.

Os castiçais são de prata, inglês, do século XIX, presente de casamento de um saudoso amigo do meu marido que foi nosso padrinho.

Mais uns objetos que achei que podiam compor a mesa como romã na cor laranja comprada em Istambul, prato tipo cinzeiro com estampa de elefante, um cavalinho de madeira de Paris, porta velas com estampa de elefante do Mercado Astral loja de flores de Florianópolis, porta incenso indiano da Artshop Center, porta velas de vidro vermelho. Jarra de prata presente de casamento. Porta vela com tampa, frisos dourados e tassel, um preto e um branco da Camicado. O centro de mesa em prata da Loja Roka Ideias e Objetos. Molheira em prata.

Bebemos ótimos vinhos tintos na Índia, só que não encontrei para comprar em nenhuma loja ou site, então foi vinho tinto italiano mesmo e sempre uso um porta vinho de prata da Theodora Home.

Os talheres são de prata WMF, aproximadamente ano 1910, aquisição de solteiro do marido em um antiquário e possui as iniciais H.S. do antigo proprietário. As lâminas são de aço, pois naquela época não existia o aço inoxidável, que foi descoberto logo depois. Assim que são usados preciso lavar porque o ácido dos alimentos as corroem com facilidade. E no bowl resolvi fazer uma brincadeira para lembrar que na Índia a comida era pimenta pura!

Na foto acima, em primeiro plano um cachimbo de Ópio. Na Índia fiz foto com um homem e seu cachimbo no forte de Jaipur. Um elefante de osso que o marido comprou em um parador na estrada para Ranakpur e caixinha de um anel que ganhei do Hotel Umaid Bhawam Palace de Jodhpur. O mini elefante é da Rússia.

Abaixo em outra composição para mostrar um outro cachimbo com cabeça de elefante e corpo em alpaca também com mais de 30 anos. Ganesha preta de Udaipur, cidade que consegui fazer compras com um pouco mais de facilidade na Índia, atividade lá que considerei irritante.

Para o menu achei melhor contratar um profissional. Falei com o amigo e Chef Narbal Correa, pescador e proprietário dos restaurantes O Rei do Mar Bistro, Rancho do Bom Pescador e Do Mar Fish and Grill. Durante uma semana conversamos por telefone para combinar sobre os pratos.

Só não podia imaginar o tão perfeito e completo que seria o cardápio.

A entrada THALI – fatias de pão Naan com cinco pastas: chutney de manga (a melhor da vida), ervilhas, lentilha negra em gravy de tomate, creme de iogurte e vinagrete de camarão

O Chef Narbal recomendou que a entrada era para comer com a mão direita.

Prato principal FRANGO MASALA – Arroz com legumes, frango em molho de tomate decorado com lâminas de côco, castanhas de caju e coentro.

Não resisti e coloquei um pouco do chutney de manga para acompanhar porque estava muito bom!

Sobremesa: ARROZ NEGRO DO ORIENTE, um arroz doce com creme simplesmente incrível!

O jantar foi uma verdadeira experiência de sabor e aromas. Tempero picante na medida certa. Quem dera eu tivesse comido bem assim na Índia! Viagem que no quesito gastronômico foi um pesadelo!

Para finalizar, montei em um garden seat de alpaca a mesa de chá. Coloquei um sousplat como bandeja. O bule de prata inglês Harry Winston 1872, compramos em um antiquário no Camden Market em Londres e as xícaras na feira de antiguidades do Masp em São Paulo.

O meu look é um Sári que comprei em Délhi e passei o maior trabalho para vestir sozinha. Se trata de um pano de 6 metros de comprimento que é enrolado na cintura e uma parte joga por cima do ombro fazendo um drapeado. Tinham muitos tipos de sári para comprar, a maioria em tecido fino, acredito que mais fáceis de usar. Mas, na minha predileção pelo complicado, escolhi esse de tecido bem armado. Brincos e pulseiras de Jodhpur, na loja do Forte Mehrangarh.

O elefante de madeira no chão também da Artshop Center e o pano no sofá se trata do turbante que o marido ganhou no Hotel Umaid Bhawan Palace de Jodhpur, que desmontou e para nós é impossível fazer igual de novo!

Queria muito postar o vídeo da mesa, mas não sei o que está acontecendo com o meu celular que não está compatível para publicar. Quando descobrir faço a edição aqui 😉

O marido não quis se vestir de indiano, uma pena porque um amigo emprestou uma roupa linda, então para fechar essa noite muito especial, com trilha sonora toda indiana claro, posto a foto que eu mais amei. Com as minhas pequenas que fazem a minha quarentena feliz.

Bindi – marca na testa (fiz com blush) simboliza a força feminina e usado como proteção. Namastê!

Jantar NAMASTÊ realizado em 30 de maio de 2020.