Continuando o tour pela capital da Rússia, o primeiro post você lê aqui Moscou , no terceiro e último dia na cidade bati o meu recorde de caminhada: 21,5 Km! Estava um dia lindo, temperatura perfeita, clima muito bom em agosto na Rússia.
Então, em um dia assim, vamos aproveitar para curtir a cidade a pé.
Pela manhã cruzamos a praça que fica em frente ao nosso hotel Four Seasons em direção a Catedral de Cristo Salvador e o Rio Moskva.
Acima a World Clock Fontain é a clarabóia de um shopping e abaixo a Praça Manege com seu centro de exposições ao fundo.
Descendo a Rua Mokhovaya chegamos na Praça Borovitskaya onde se encontra a Biblioteca Estatal Russa e uma estátua de bronze gigantesca (como tudo em Moscou) monumento em homenagem a Valdimir, o Grande. Príncipe de Kiev, faleceu no ano de 1015, considerado santo nas igrejas ortodoxa e católica pelo seu papel na evangelização na Rússia.
Às margens do Rio Moskva, com vista para a Ponte Bolshoy e o Kremlin ao fundo.
Abaixo, vista para o outro lado do Rio Moskva, em direção à Catedral de Cristo Salvador

A Catedral de Cristo Salvador foi originalmente construída e consagrada em 1883 em agradecimento pela vitória contra Napoleão Bonaparte na invasão do ano de 1812. Totalmente destruída por Stalin em 1933 por considerar um símbolo czarista, a igreja ortodoxa russa, através do Patriarcado de Moscou, construiu uma nova, nos anos 2000, nos moldes da original.
A Catedral possui 104 metros de altura e comporta 15.000 pessoas. As peças mais importantes são 3 tronos: Natividade de Cristo, São Nicolau e Sagrado Príncipe Alexandre Nevsky. Fotografias proibidas no seu interior.

Atrás da Catedral, no lado esquerdo, tem um guichê que vende os tíquetes para o passeio de barco pelo Rio Moskva. O pier fica logo abaixo da Ponte do Patriarca. Infelizmente não consegui fazer o passeio, cheguei cedo e o primeiro barco só saía às 11:45 da manhã, além de ter que esperar muito no local, como faria um tour às 14:00 horas, não dava tempo, uma pena, queria muito, mais um motivo para voltar.
Logo depois, vi no Instagram da top blogueira Lalá Rebelo que o passeio mudou o trajeto e não está passando em frente a Catedral de São Basílio, parte mais bonita, em razão de obras na ponte, previsto para normalizar em um ano, então fiquei mais conformada.
Abaixo, na foto do guichê, o horário do primeiro barco era perfeito pra mim, mas não ia sair (sem explicação). Aliás, na Rússia aconteceu isso algumas vezes, informações pela internet que havia anotado quando cheguei lá não batiam, tudo diferente e os sites não são atualizados. A programação é alterada e a gente fica bem perdido.
Vamos adiante, seguimos por trás da Catedral de Cristo Salvador em direção a Rua Arbat.
A Rua Arbat é um calçadão de aproximadamente 1 km. Lojas de chineses que vendem souvenirs, restaurantes de redes de fast food, percorri toda a sua extensão e só gostei de uma ou duas lojas. Apesar de ser considerada uma rua típica, a velha Rua Arbat (não confundir com a Avenida Nova Arbat), possui uma arquitetura bonita, mas não faz jus a sua fama.


Após o almoço, fomos fazer o passeio programado com a http://www.moscowprivatetours. Nossa guia Svetlana nos levou no Parque VDNKh (Centro Panrusso de Exposições) e no Museu da Cosmonáutica, presente de aniversário para o marido, desejo dele. Por minha escolha não teria incluído esse passeio no nosso roteiro, mas valeu muito a pena, adorei e recomendo.
O museu da Cosmonáutica tem tudo que se possa imaginar sobre o programa espacial russo bem como a corrida espacial principalmente a disputa com os americanos. Naves e estações espaciais, animais famosos e homenagem aos seus cosmonautas. Na Rússia não se diz astronauta, porque para eles a viagem é para o Cosmos.

Na entrada uma estátua do Cosmonauta Yuri Gagarin, primeiro homem a viajar para o espaço, em 12 de abril de 1961, na nave Vostok 1.
Yuri tinha apenas 1,57m de altura, sendo sua compleição a ideal já que a nave possuía 4,4 m de comprimento e 2,4 m de diâmetro. Enquanto observava o nosso planeta do espaço pronunciou a famosa frase: “A Terra é azul”. Yuri Gagarin faleceu em 1968, aos 34 anos de idade, em um acidente aéreo.
Abaixo o módulo da nave Vostok 1 onde ficou o cosmonauta Yuri Gagarin


Também, logo na entrada, as cachorrinhas Belka e Strelka primeiros seres a viajarem para o espaço e voltarem vivos. A viagem ocorreu em 19 de agosto de 1960, aniversário de um ano do marido! Eram vira-latas e viviam na rua e foram escolhidas principalmente por causa da inteligência e esperteza desses cães já que foram treinadas para executarem pequenas tarefas na espaçonave Sputinik 5. Viraram celebridades na URSS, participando de vários programas de televisão.
Posteriormente, Strelka teve filhotes e uma cachorrinha chamada Pushinka foi dada de presente por Nikita Khrushchov à Caroline filha do Presidente dos Estados Unidos John Kennedy. Elas tiveram vida longa e quando faleceram foram empalhadas, foto abaixo.
Vale lembrar que o primeiro ser vivo a viajar para o espaço foi a cadelinha Laika, em 1957 na nave Sputnik 2, mas ela morreu horas depois de calor. No museu há um memorial em sua homenagem.
Abaixo a nave Sputnik 5 onde viajaram Belka e Strelka junto com um coelho, 42 camundongos e algumas plantas.
O museu só tem informação em russo. O nosso tour foi feito com um guia do próprio museu, Aleksander, simpático e com informações muito interessantes, só falava russo, sendo traduzido pela nossa guia.
Uma das coisas mais interessantes do museu é poder entrar no módulo da primeira estação espacial do mundo, a MIR, que foi colocado na órbita da terra em 1986. Com o guia do museu você não espera, ele tem preferência de entrada e a gente fica sozinho com ele.


Meteoros que a gente pode tocar (essa mão não é minha) depois eu toquei também 😉

Abaixo um modelo da nave Soyuz, do programa espacial soviético do mesmo nome, com início em 1967 e capacidade para três cosmonautas, sendo aperfeiçoada e utilizada até os dias de hoje.

O que mais me impressionou foi realmente o pequeno espaço interno do módulo onde ficam os cosmonautas. O foguete é enorme, mas a nave onde eles ficam é super apertada, dá uma agonia imaginar ficar horas ou dias nesse local.
No museu há muitas fotos e objetos contando a história não só do programa espacial como também dos Cosmonautas. Abaixo na galeria de fotos, o primeiro à esquerda é Yuri Gagarin.
Na fila de baixo, na segunda foto, a primeira mulher a viajar sozinha para o espaço: Valentina Tereshkova, nasceu em 1937 e em 1963 aos 26 anos, na Vostok 6, deu 48 voltas ao redor da órbita da terra. Sua missão durou 71 horas. Só para se ter uma ideia do seu pioneirismo, a segunda mulher a ir para o espaço só aconteceu quase 20 anos depois. Casou com um cosmonauta, teve uma filha e entrou para a carreia política e foi deputada. Valentina hoje está com 82 anos e sempre disse que gostaria de ir para Marte, nem que a viagem seja só de ida (sem volta).
Depois do incrível Museu da Cosmonáutica fomos a pé, logo ao lado, no Centro Panrusso de Exposições – Parque VDNKh – sigla em russo para Exposição das Conquistas da Economia Nacional, criado para divulgar as criações soviéticas no campo industrial.
Posteriormente foi se acrescentando pavilhões acadêmicos e culturais.
A grandiosidade do parque já se vê logo na entrada com o tamanho do portal. A altura é inacreditável. O Centro Panrusso foi inaugurado em 1939, logo em seguida fechado por causa da 2ª Guerra Mundial, reformado até 1959, em 1989 já contava com 82 pavilhões.
Os números são impressionantes. Possui área de 2.375.000 m², maior que o Principado de Mônaco. Mais de 300 exposições anuais e seus 400 pavilhões fechados possuem área de 266.000 m². Dá para passar uma vida inteira aqui, mas eu só tinha uma tarde.
Acima ao fundo e abaixo o Pavilhão Central que conta a história soviética.
Desde que a Prefeitura de Moscou retomou a administração do parque ele está muito bem cuidado, seus canteiros de flores são lindos e vários projetos estão em andamento para criar ainda mais opções de lazer para todas as idades. Fomos em uma terça-feira, só que como era época de férias e estava um dia lindo, com sol e calor, estava lotado de famílias e crianças brincando. Foi muito legal, pois a maioria eram locais passeando com seus filhos, sempre fico pensando como é importante ter esses espaços que unem lazer e cultura para as pessoas.
Os pavilhões dos países, 50 no total, são de representação de um país que integrava a antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Existem também locais de exposições tecnológicas, científicas e culturais.
Geralmente eu entrava para conhecer o que eu achava mais bonito por fora e o da Armênia que já tinha uma indicação de um amigo que valia a pena. Não fotografei o interior deles (só o da Armênia). Os pavilhões dos países exibem a sua história e cultura e alguns possuem além de restaurante ou loja de comida típica, também a venda de produtos fabricados no país de origem.


Abaixo fachada e interior do pavilhão da Armênia


No parque ainda tem os pavilhões da era espacial, do cinema, da robótica, dos jovens artistas, aquário, enfim é realmente um mundo de coisas para ver e fazer.


Na Praça Espacial o Foguete Vostok, o avião Yak 42, Helicóptero MI-8 e o Buran


Na avenida principal do parque as suas atrações mais famosas: as fontes.
A Fonte da Amizade das Nações – Fonte Durzhba Narodov, possui 16 esculturas em bronze folheadas a ouro e representa as 16 nações que faziam parte da extinta URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
E a Fonte da Flor de Pedra que foi restaurada e reaberta recentemente toda decorada com mosaicos.
O Parque VDNKh fica a 10 Km do centro de Moscou (da Praça Vermelha) acessível de metro pela estação Prospekt Mira. É um local lindo com atividades interessantes e também para relaxar nos seus bancos, tomar um sorvete (fizemos isso) e apreciar o ir e vir. Eu não tinha muito tempo em Moscou, mas valeu a pena ter incluído no meu roteiro, recomendo muito a sua visita.
De volta ao hotel, fomos jantar e depois passear por essa cidade linda à noite, que fiquei apaixonada. Abaixo um resumo das fotos noturnas de Moscou nos três dias que passamos lá






Não imaginei que iria gostar tanto de Moscou, seu pontos positivos superam em muito os negativos. E está ficando cada dia melhor, mais aberta ao turista, muito limpa e segura. Sua história de contrastes e superação é inspiradora. De todas as cidades que conheci nesse roteiro entre Escandinávia e Rússia, Copenhagen e Moscou foram as que mais me atraíram e não vejo a hora de voltar.
O próximo e último post desta viagem será sobre os restaurantes e bares incríveis que conheci na tradicional São Petersburgo e na cosmopolita Moscou.