Em maio de 2018 passei 6 dias em Berlim, sobre o hotel você lê aqui Hotel Adlon Kempinski – Berlim , e os museus aqui A Ilha dos Museus – Berlim.
Como foi a primeira vez na cidade uma coisa chamou a minha atenção, que eu não esperava, achei a parte da antiga Berlim Oriental muito mais bonita que a Berlim Ocidental. Suas ruas, monumentos, praças e museus são lindos. Claro que desde a queda do muro em 1990, há todo um trabalho de recuperação dos monumentos, até hoje a parte oriental tem andaimes em alguns prédios, mas boa parte já foi restaurada e recuperado o seu esplendor. Já a parte ocidental tem arquitetura moderna, muita coisa pichada. Assim, o muro caiu, mas a diferença continua lá, de alguma maneira a gente percebe.
Berlim é uma cidade alto astral. As pessoas são alegres, simpáticas, amam o Brasil (não tem ideia rsrsrs)! É um povo de hábitos simples, os alemães são descolados, a vida noturna é incrível, cheia de restaurantes e bares, sempre lotados, não tem dia, nem hora, muitos turistas. É uma cidade animada porque o seu povo a faz assim, gostam de curtir a vida, falam alto, gritam, dançam na rua! Dia de jogo de futebol então, a cidade vem abaixo, hahaha, adorei! Foi um lugar que eu me senti bem e tenho uma imensa vontade de voltar.
As cidades para mim se dividem em: 1) odiei, Deus me livre, nunca mais! (não tem nenhuma) 2) não gostei (Buenos Aires) 3) gostei, mas não voltaria (Pisa e Bolonha, p. ex); 4) gostei, se der um dia volto (algumas); 5) amei e quero voltar urgente, sempre (muitas! Atenas, Veneza, Florença, Roma, Viena, p. ex.). Berlim está na categoria “5” e isso também me surpreendeu, não imaginava que seria assim, que bom que foi!
São tantos os lugares para mostrar, o distrito de Mitte onde me hospedei, bem junto ao Portão de Brandemburgo é monumental. Grandes avenidas, palácios, igrejas, sua arquitetura é fantástica. Dentro desse bairro estava em dúvida sobre três áreas para me hospedar que são: a) o entorno do Portão (amei e recomendo com certeza), b) o entorno da Bebelplatz (gostei e recomendo), c) Alexanderplatz (não gostei, não recomendo).
Bem ao lado do meu Hotel está ele! O Portão de Brandemburgo, o cartão postal de Berlim. Na Pariser Platz, entre a Avenida Unter den Linden e o Parque Tiergarten. Fotos de Felipe Minnicelli @fotografobrasileiroemberlim
Para pegar o portão assim, praticamente “só para mim”, fomos às 8:30 da manhã. A praça onde ele se encontra é a Pariser Platz, em razão da vitória prussiana sobre a França.
Foi construído entre 1788 e 1791 pelo rei da Prússia Friedrich Wilhelm II e a inspiração foi a Acrópole de Atenas. Com seis colunas dóricas de cada lado (frente e verso), a quadriga no topo é conduzida pela Deusa da Vitória
Em 1806 Napoleão Bonaparte leva a quadriga para Paris, oito anos depois ela é recuperada, recolocada no topo do Portão e recebe a cruz de ferro com a águia prussiana.
O Portão de Brandemburgo foi bastante danificado na 2ª Guerra Mundial, mesmo porque ficava ao lado da Chancelaria do Reich, mas felizmente não foi destruído. Foi recuperado e está desde 2002 fechado para o tráfego. É o símbolo da unificação da cidade e do país. Palco de todo tipo de atividade, manifestações, festas e o reveillon aqui dizem que é mágico.
Atrás do Portão de Brandemburgo está o Tiergarten, um parque imenso, lindo, o pulmão de Berlim. Bonito em qualquer estação do ano, a neve no inverno, as folhas douradas no outono, o conheci com as flores da primavera e foi maravilhoso.
São muitas ruas, pontes, lagos, um recanto mais lindo que o outro. Como é enorme fiz um passeio com um tuc tuc e foi ótimo! Nosso “motorista” Olaf muito gentil, parava em vários lugares lindos que só os locais conhecem, fazia fotos, amei. Contratei o tuc tuc em frente ao Portão de Brandemburgo.
Com Olaf, nosso tuc tuc, passeamos pela Berlim Ocidental. Paramos só em alguns pontos para fotografar, mesmo porque seria impossível parar em todas as atrações em um passeio que durou 2 horas. O que eu mais gostei foi a Gedächtniskirche, uma igreja parcialmente destruída na 2ª Guerra Mundial.
A Igreja não foi recuperada para ficar como símbolo dos horrores da guerra
Com a Siegessäule, a Coluna da Vitória, construída em 1873 para comemorar as vitórias militares do Reino da Prússia sobre o Império Austríaco.
Na frente do Palácio Bellevue, a residência oficial do Presidente da Alemanha.
Voltando a Berlim Oriental, Gendarmenmarkt é a praça mais bonita de Berlim, com acesso pela Avenida Unter den Linden, no bairro Mitte é composta por 3 edifícios: a Konzerthaus, casa de concertos, no centro; de frente para a a Konzerthaus, a Franzosischer, a Catedral Francesa está à direita e a Deutscher Dom, a Catedral Alemã, à esquerda.




Caminhando pela Unter den Linden, um pouco mais a frente, em direção ao rio Spree, em duas quadras está a Bebelplatz, a Ópera de Berlim (que fui assistir o Barbeiro de Sevilha), a Universidade Humbolt e a Catedral de Santa Edwiges, a igreja católica mais antiga da cidade.



Essa praça é famosa porque em 10 de maio de 1933 houve a grande queima de livros censurados pelos nazistas (como Freud, Karl Marx, entre outros). Um dos livros queimados na grande fogueira era do poeta alemão Heinrich Hein que já tinha escrito: “Onde livros são queimados, seres humanos estão destinados a serem queimados também” Profético! No local da fogueira há um memorial, uma janela de vidro no centro do chão da praça que dá para uma estante vazia.
Continuando pela Unter chegamos na Berliner Dom, a Catedral de Berlim, na Ilha dos Museus, em frente a fonte do seu parque central (Lustgarten), às margens do Rio Spree. É linda demais, por dentro e por fora. A Igreja é protestante Luterana e foi construída de 1894 a 1905 por ordem do Rei Friedrich Wilhelm IV

A Catedral de Berlim tem o maior órgão de tubos da Alemanha
Na cripta dos Hohenzollern estão o Rei Friedrich e a rainha Sophie Charlotte
Os fundos da catedral que dá para o Rio Spree
Seguindo pela rua dos fundos da Catedral chegamos em um bairro muito legal, charmoso, parece uma Berlim de outro tempo, o Nikolaiviertel, é pequeno, poucas ruas, mas tem muitas lojas e restaurantes, estive duas vezes aqui, amei!

A Nikolaikirche, Igreja de São Nicolau, é o mais antigo edifício histórico sagrado de Berlim, a base de pedra das torres é do ano de 1.300, foi destruída na 2ª Guerra Mundial e reconstruída em 1987
Berlim tem muito o que ver e fazer, deixo para o próximo post os outros lugares que eu conheci nessa cidade incrível!