Adoro cinema e desde que assisti o filme “Morte em Veneza” de Luchino Visconti há muitos anos (e depois várias vezes) fiquei fascinada por Veneza e sonhava conhecer.
Que cidade! O charme das suas vielas à noite é fascinante, a beleza em qualquer ângulo, tão única, sou completamente apaixonada. Estive em Veneza 3 vezes, em junho de 2013, junho e setembro de 2017. Cada vez fiquei três dias. Todas as vezes me hospedei no Hotel Bauer ou no Il Palazzo Bauer. Considero uma das cidades mais lindas do mundo e imperdível para quem vai a Itália.
As fotos deste post são um mix das viagens que fiz para Veneza.
Sempre cheguei e saí de Veneza de trem, vindo de Milão (2h25m) ou Verona (1h10m). É uma viagem curta, agradável e chegar em Veneza vendo os trilhos rodeados de água é incrível! Na saída da estação de trem Santa Lúcia há duas opções para chegar ao hotel: táxi barco ou vaporetto, o “ônibus” da cidade. Duração do trajeto de 20 a 30 minutos.

Como viajo com malas pesadas pego o táxi barco e a beleza já começa aqui. Os barcos são lindos, charmosos, tem o teto retrátil, a gente pode ficar em pé para apreciar os canais, é lindo! Os Hotéis Bauer e Il Palazzo Bauer são em frente ao Grand Canal, localizado no bairro San Marco, tem pier para a parada do táxi, então não precisei carregar as minhas malas. As ruas de Veneza são cortadas por inúmeros canais com pontes e escadas o que dificulta a vida do turista na sua chegada e partida.
O Hotel Bauer fica a uma curta distância (200m) da Piazza San Marco, o coração de Veneza, é uma localização fantástica, principalmente quem vai pela primeira vez, dá para conhecer muitas atrações a pé e o ponto do vaporetto é muito próximo para se deslocar para os outros bairros e outras ilhas como Murano e Burano.






Veneza tem muitos museus interessantes e nas três vezes que fui estava acontecendo La Biennale di Venezia, uma exposição internacional de arte famosa mundialmente, onde além dos pavilhões de exposições, na cidade tem arte por todo o lado, é uma época imperdível. Então vamos começar pelo que eu mais gosto: museus! E um dos meus preferidos é o Collezione Peggy Guggenheim.

O museu Peggy Guggenheim está instalado em um Palazzo, a beira do Grand Canal, do outro lado de San Marco, em Dorsoduro, onde foi a residência da mecenas americana enquanto viveu em Veneza (ela está enterrada junto com seus cachorros no jardim do museu). A sua coleção de arte moderna tem obras de Dali, Miró, Chagall, Magritte, Pollock, Mondrian, Picasso, entre outros.

Museu Correr: É o museu municipal. Engloba o museu cívico que narra a história de Veneza, o Museu Arqueológico e a Biblioteca Nacional Marciana. Seu acervo contém pinturas, esculturas, livros e antigos mapas de navegação. Lindo e imperdível! Fica na Piazza San Marco.

Scuola Grande di San Rocco: é uma confraternidade dedicada a São Roque, fundada em 1478 e tem no seu acervo pinturas de Ticiano e um grande acervo de Tintoretto. Se situa no bairro San Polo e é considerada a “Capela Sistina” de Veneza.
Ca’ Rezzonico: um dos mais belos e famosos palácios de Veneza, fica em Dorsoduro. Acolhe o Museo del Settecento Veneziano dedicado ao Século XVIII.
Ca’ Pesaro: outro belíssimo palácio veneziano que abriga a Galleria Internacional de Arte Moderna e o Museu de Arte Oriental. Fica em Santa Croce.
Palazzo Cini: galleria de arte histórica do colecionador e filantropo, o industrial Vittorio Cini (1885-1977). São pinturas, esculturas, objetos de arte, mobiliário dos séculos XIII a XVI, com destaque para as pinturas renascentistas, objetos de marfim e peças de cobre esmaltadas. Conta também com exposições temporárias. Localização: Campo San Vio, Dorsoduro.
Exposição de Vik Muniz no Palazzo Cini
Punta della Dogana: é um museu de arte localizado no prédio da antiga alfândega de Veneza. Só o local já vale a visita porque fica bem na ponta de Dorsoduro, no encontro do Grand Canal com o canal Giudecca, ao lado da Igreja Santa Maria del Salute. O prédio foi restaurado, em troca de um contrato de concessão de seu uso, pelo bilionário francês e colecionador de arte François Henri Pinault (marido da atriz Salma Hayek), CEO da Kering, conglomerado de luxo que possui marcas como Gucci e Saint Laurent. O local abriga exposições de arte moderna. Quando fui, em junho de 2017, estava em exposição as obras de Damien Hirst.
A exposição “Treasures from the Wreck of the Unbelievable” de Damien Hirst.
Palazzo Grassi: o prédio pertence à François Pinault, bilionário francês, pai de François Henri e dono do grupo Kering, para abrigar a sua coleção de arte contemporânea. Em junho de 2017 estava em exposição também as obras de Damien Hirst, o britânico nascido em 1965, um dos maiores artistas pop do final do século 20. O palazzo é lindo demais e a exposição da outra parte de Treasures… foi fantástica! Campo San Samuele.
A altura dessa escultura é impressionante! Tive que me deitar no chão para fotografar.
Além das exposições nos pavilhões, gallerias e museus, Veneza em época de Bienal respira arte e em vários locais tem esculturas e instalações. A mais impressionante foi com certeza a obra “Support” do artista italiano Lorenzo Quinn, um alerta sobre o risco do aquecimento global e o aumento no nível do mar, instalada no Hotel Ca’ Sagredo.
La Bienale di Venezia é a mostra mais importante do cenário de arte contemporânea mundial. Sempre em anos ímpares possui dois locais de exposição: Girdini e Arsenale. O vaporetto tem pontos bem em frente aos locais. No Giardini ficam os pavilhões dos países, com artistas representando o Brasil, Japão, Israel, etc, são mais de 50 países na mostra. O Arsenale é um grande galpão com exposições de vários artistas. Fui nos dois e gostei mais do Arsenale.

No Arsenale a rua e a área do acesso ao pavilhão é muito bonita, ao lado de um canal.
A igreja mais importante é a Basílica de San Marco, na piazza de mesmo nome, o coração de Veneza. Considero uma das igrejas mais lindas do mundo. Seu patrimônio artístico é fabuloso. Com muitos mosaicos bizantinos foi inaugurada no ano de 1084. As suas cúpulas são dedicadas a São Leonardo, Emanuel, São Pedro e São João. No Átrio, com entrada à direita, no andar de cima, se encontra o Museu de San Marco, onde possui no seu Tesouro peças de ouro e prata bizantinas, como “a pá de ouro” um retábulo medieval de pedras preciosas.
O patrimônio mais importante do museu, sem dúvida, é o conjunto de 4 cavalos de São Marcos, conhecidos também como Cavalos de Bronze de Constantino, esculturas de bronze banhadas a ouro que foram saqueadas pelos venezianos no ano de 1204 do Hipódromo de Constantinopla (Praça do Hipódromo em Istambul, estive lá!) durante as Cruzadas. Ficaram no terraço da Basílica de 1254 até 1797, quando foram para Paris, roubados por Napoleão Bonaparte. Em 1815, após a Batalha de Waterloo eles retornaram para Veneza, mas estão abrigados das intempéries no interior do Museu. Os cavalos do terraço são cópias.
No museu é proibido fotografar, somente no terraço com as cópias é possível fazer fotos. A fila para entrar na Basílica é de chorar, então comprei um tour guiado em italiano pelo Museu, que dá acesso à Basílica no final, pelo tempo que desejar, com a empresa Get your Guide (ingresso salta fila).
A Torre do Relógio, a construção mais interessante da Piazza San Marco, do Século XV (ano 1.499) possui um relógio que marca a hora no formato digital, as fases da lua e os signos do zodíaco. Acima a Madonna – Virgem Maria, representa a Igreja, mais acima o Leão, representa a república de Veneza e no ponto mais alto o Sino que representa o tempo, nesta ordem de importância já que o tempo está acima de tudo! Nos lados do Sino estão dois gigantes mouros de bronze com 2,60 m de altura. O da esquerda é o velho, bate o sino 2 minutos antes, significa o tempo que já passou. O da direita, o jovem, bate o sino dois minutos depois, significa o tempo que ainda está por vir. Informações dos sites: http://www.vontadedeviajar.com e http://www.italiaperamore.com
As duas colunas da Piazza San Marco, em frente ao Grand Canal, o Leão Alado símbolo de San Marco e San Teodoro o antigo padroeiro da cidade.
As colunas vistas de trás com o Palazzo Ducale
Il Campanille, a torre da Basílica de San Marco, com quase 100 metros de altura, é uma reconstrução feita em 1912, fiel a original de 1511 que desabou em 1902. Foi nessa torre que Galileu Galilei demonstrou sua invenção, um telescópio, para o Doge de Veneza em 1609.
Do outro lado do Grand Canal, em Dorsoduro, está a Igreja Santa Maria del Salute, acho que foi a igreja que eu mais fotografei na minha vida, toda vez que passava em frente não resistia, é linda demais!
Um lugar que eu adorei conhecer em Veneza foi a Libreria Acqua Alta.

O proprietário Luigi Frizzo a fundou em 2004 e tornou-se uma atração na cidade. São livros novos e usados, alguns antigos não estão a venda, muitos já destruídos servem de decoração, um mix de livraria e antiquário, uma visita imperdível! Endereço: Calle Lunga de Santa Maria Formosa, Campillo del Tintor, logo depois da igreja, perto do museu Grimani.

Se tem uma coisa que eu e meu marido amamos fazer em Veneza é andar de gôndola, já fomos quatro vezes, sempre por um trajeto diferente. Para passar embaixo da Ponte dos Suspiros, passeio que eu acho o mais bonito, o melhor é contratar as que estão no pier em frente ao Hotel Danieli (o hotel de Angelina Jolie no filme o Turista). As gôndolas são lindas, adoro aquelas que parecem do Conde Drácula, cheias de frufru de veludo preto e vermelho, com metais dourados.


Em um próximo post vou contar sobre os restaurantes que estive e amei.
Veneza é uma cidade romântica e mágica, um lugar incrível e um dos meus preferidos no mundo, para voltar sempre!




Que cést triste Venise, avec dé ces Barcarolle….
CurtirCurtido por 1 pessoa
No filme de Woody Allen para filmar Veneza sem gente pelas ruas e promover o encontro dele e Júlia Roberts numa escadaria a sós,tiveram de fazer a cena às primeiras horas da manhã. Veneza no blog é um cartão postal dos locais mais chics e elegantes da rica cidade e inacessível para maioria dos mortais. Acrescente alguns pratos da alta cuisine e o indefectível Bellini,com o intelectual Don Rogério no papel de Woody e os modelos usados da autora,Júlia, e teremos o filme -Todos Dizem eu te Amo! Veneza só se torna o estereótipo conhecido – com muita gente nas ruas e em estação de muitas,muitas flores.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Amigo adorando sua veia poética e cultura, seus comentários só me inspiram, obrigada!
CurtirCurtir