Foi uma das cidades que conheci no bate e volta a partir de Florença, em março de 2017.
Para Bolonha considero ideal dormir 2 noites para ver com calma suas atrações, tem muita coisa interessante. Consegui ver “quase” tudo que queria (já explico), não fiquei com aquela sensação de quero mais ou preciso voltar.
Gostei muito de Bolonha, o marido não. Achei a arquitetura em tons de vermelho muito bonita, a famosa gastronomia e o legado acadêmico ótimos motivos para visitá-la. Bem por isso, é chamada de “la rossa” (a vermelha), la grassa (a gorda) e la dotta (a culta).
Para conseguir visitar todas as atrações de Bolonha é melhor não ir em um domingo ou segunda, pois algumas delas fecham nesses dias. Fui em um sábado e estava “quase” tudo aberto (por culpa minha, já conto).
Chegamos de trem, a viagem dura apenas 35 minutos, uma beleza. Dá para ir e voltar tranquilamente a partir de Florença.

Passamos pela Via dell’Indipendenza que aos finais de semana é pedonal e aqui já podemos sentir porque Bolonha é chamada de “A Rossa”
Bolonha tem 40 Km de pórticos, amei! Cidade que facilita a sua vida quando está chovendo.
Chegamos na Piazza Maggiore e infelizmente (eu já sabia) a sua linda Fontana del Netuno, de 1566 com uma estátua de bronze de Netuno estava coberta para restauro. Nessa praça está a Catedral de Bolonha, a Basílica de San Petrônio.
Sua construção começou em 1390 para ser a maior igreja do mundo, maior inclusive que a Basílica de São Pedro no Vaticano. Sua conclusão só aconteceu em 1659 e não respeitou o projeto original. A sua fachada é muito interessante, pois ficou inacabada. Metade para baixo é de pedra d’Istria e mármore Rosso Verona, metade para cima de tijolos. Dedicada a San Petronio padroeiro de Bolonha.
A Basílica possui capacidade para 28.000 pessoas. Tem 132 metros de comprimento e 60 metros de largura, mesmo assim, com essas dimensões é a 15ª maior igreja católica do mundo.


A Piazza Maggiore é a praça mais famosa, um ponto de encontro da cidade e possui alguns prédios bem interessantes. O primeiro é o Palazzo d’Accursio, conhecido como Palazzo Comunale, sede do município de Bolonha, abriga também um museu de arte.
Outra atração da Piazza Maggiore é a Biblioteca Salaborsa, muito linda e no seu subsolo tem achados arqueológicos.
O Palazzo Re Enzo, na Piazza del Netuno, uma extensão do Palazzo del Podestà, de 1245, forma um conjunto de edifícios com função pública da Piazza Maggiore. Hoje abriga eventos e congressos.
No andar térreo do Palazzo del Podestà está o Voltone, uma abóbada sob a Torre dell’Arengo, apoiada em 4 pilares. Cada pilar fica em uma canto oposto ao outro. E tem uma acústica tão impressionante que se alguém sussurrar em um dos cantos, quem está no canto do outro lado escuta perfeitamente!

Muito próximo a Piazza Maggiore se encontra o Archiginnasio, atravessando um pórtico para Piazza Galvani. Trata-se de um Palazzo, do ano de 1563, que abriga uma fantástica biblioteca, o Teatro Anatômico e no andar de cima o salão do Stabat Mater.


O Archiginnasio foi criado em 1562 para reunir todas as escolas da Universidade de Bolonha que estavam espalhadas pela cidade, para ficarem em um único lugar. Depois, em 1803, a sede da Universidade se mudou para o Palazzo Poggi. Desde 1838 o Archiginnasio é a sede da mais importante biblioteca municipal da Itália com 800 mil volumes.
É também o maior museu Heráldico do mundo, pois possui 6.000 brasões de professores, reitores e alunos que passaram por aqui e quiseram deixar registrados os brasões de suas famílias. Estão espalhados pelas paredes e tetos criando um visual incrível, lindo!
O que é esse teto da escada que dá acesso ao piso superior? A quantidade de brasões e o efeito? Lindo demais!
O espaço mais importante é a Stabat Mater (do latim Estava a Mãe), era a sala onde os estudantes de direito tinham aulas. Hoje funciona para eventos.
Daqui, para não perder a sequencia histórica, fomos para o Palazzo Poggi, sede do campus da Universidade de Bolonha, a mais antiga da Europa, desde o ano de 1088.
Visitamos dentro do Campus o Museu do Palazzo Poggi e o Museu de Anatomia de Cera Luigi Cattaneo.

O Museu Poggi da Universidade de Bolonha engloba coleções de História Natural, Física, Química, Arte Oriental, Náutica e Biblioteca.
O mais fascinante para mim foi conhecer o Museu de Anatomia Luigi Cattaneo, com trabalhos perfeitos de anatomia e obstetrícia feitos em cera para estudo dos alunos.
Concordamos totalmente porque Bolonha é chamada de “La Dotta” (a douta, a culta).
Como no meu roteiro não pode faltar igrejas, queria muito conhecer a Basílica de Nossa Senhora de San Luca – Madonna de San Luca. Ela fica no alto de uma colina, longe do centro. Tem um trenzinho que sai da Piazza Maggiore, mas resolvi ir de táxi para ganhar tempo, passeio bate e volta o tempo é curto. Pedi para o motorista me esperar para depois retornar, o marido não queria conhecer e ficou esperando dentro do táxi.
Aqui é que entra o “quase tudo” que eu conheci em Bolonha e falei no início do post.
Eu tinha a informação que a igreja fechava das 12:30 às 14:30. Mas, nunca é garantido, muitas outras igrejas na Itália não bateram com a informação prévia. Fui para lá às 14h, realmente estava fechada e só reabria às 14:30! Eu podia ter esperado em outro lugar, ter feito outra coisa, mas ansiosa, me dei mal. Esperar com o táxi por 30 minutos estava fora de questão. Então só conheci a área externa, pedi para uma pessoa que também “bateu com a cara na porta” fazer essa foto minha e fui embora desolada. Uma pena!
Fomos então conhecer a fama de “la grassa” (a gorda) de Bolonha, a sua culinária. Passeamos pela Via Pescherie Vecchi e suas transversais onde a quantidade de restaurantes e lojas de produtos alimentícios é incrível.

O Mercato di Mezzo, na Via Clavature, também é uma ótima opção para almoço, com várias opções de comida, com mesas e bancos no centro do pátio para sentar.

E para não ficar só com uma igreja, eu tinha outra carta na manga, então fui conhecer (sozinha) a Basílica de Santo Stefano. Um conjunto de quatro igrejas medievais (de um original de sete igrejas) reunidas em um mesmo teto (telhado). Fica na Via de Santo Stefano, uma rua muito legal, animada, cheia de bares.
O Complexo da Basílica de Santo Stefano engloba a Igreja do Crocifisso (século XI), Igreja do San Sepolcro (séc XI), Igreja de Santi Vitale e Agricola e Igreja de Santa Trinita. Há um Claustro Superior que segundo a tradição Dante Alighieri gostava de ficar aqui fazendo os seus estudos e reflexões enquanto frequentava a Universidade de Bolonha em 1287.
Na parte final do complexo tem uma loja para vender produtos feitos pelos monges muito boa, tem sabonetes, cosméticos, doces, artigos religiosos também. Quem me atendeu foi um monge brasileiro de Salvador e me disse que o creme para psoríase deles é muito famoso, gente do mundo inteiro vem comprar.
Por fim, passamos em frente para conhecer a Torre degli Asinelli. São duas torres gêmeas medievais inclinadas, de 1488.
A Torre Asinelli é a mais alta de Bolonha (97 m) e aberta para visitação (a fila é enorme), são 498 degraus em uma escada de madeira íngreme. A inclinação dela é de 2,23 metros e quase não se percebe em razão da sua altura.
A Torre Garisenda possuía 60 metros, mas teve 12 metros cortados por risco de desabamento. Está fechada ao público, é a mais inclinada, com 3,22m e foi citada por Dante na sua obra Divina Comédia.
Bolonha tem muito mais atrações, foi o que deu para ver em um dia de passeio, achei uma cidade muito animada, me passou um bom astral, imagino que a noite deve ser ainda melhor. Adorei conhecer!