A variedade e qualidade das opções gastronômicas na Andaluzia é de surtar e em Sevilha, na sua capital, não poderia ser diferente.
O marido ama paella! Eu não sou muito fã, mas mesmo assim, provei algumas e estavam muito boas. O que notei de diferente das paellas que estou habituada a experimentar no Brasil foi a cremosidade do arroz, realmente esse “detalhe” fez toda a diferença.
Como comentei no post anterior Sevilha fiquei hospedada no Hotel Alfonso XIII e na primeira noite jantei em um dos seus restaurantes: o SAN FERNANDO, que estava funcionando nesta noite no Salão de Banquetes.

Chegamos assim que abriu, fomos a segunda mesa, depois chegaram mais hóspedes, não lotou. A comida estava excelente e o atendimento muito simpático e gentil. Tinha um pianista, ambiente muito romântico e agradável. O cenário, tão histórico, é mesmo impressionante.
Pedi uma massa porque depois de três dias em Marrakech, com aquele onipresente tempero agridoce, eu precisava de uma comida italiana! Fora a fome de leão, já que por causa da viagem só tinha almoçado.
Depois do jantar fomos no Bar Americano, o bar do Hotel Alfonso XIII e adorei também, acho que fomos quase todas as noites lá, antes de dormir. Ambiente bonito, ótimos drinks e o mesmo pianista (excelente por sinal) do restaurante que depois vai para o bar. Fica muito animado nas sextas e sábados.
No outro dia, o primeiro almoço foi no El Giraldillo, na Plaza Virgen de los Reyes, em frente a Giralda (o campanário da Catedral de Sevilha).
Sentamos na área externa e acabei não fotografando o seu interior (bem bonito). A comida estava boa, a vista é maravilhosa, mas não gostei do atendimento demorado e de má vontade.
À tarde, passeando pelas ruas de compras mais famosas de Seviilha, a Calle Tetuán e a Calle Sierpes, em uma travessa entre elas, na Calle Almirante Bonifaz, paramos para beber uma taça de vinho no Las Tablas e adorei o lugar. Uma área muito animada com vários restaurantes e bares.
O charme das ruas. Ao fundo a Capilla de San José.
Um drink no final de tarde no pátio do Hotel Alfonso XIII
E à noite fomos em um restaurante próximo do hotel, o Uno de Delicias. Só que errei o caminho, em vez de seguir em frente dei uma volta enorme pela beira do rio Guadalquivir. Sem problema! Meu primeiro contato noturno com a Torre del Oro.
O Uno de Delicias é um bar de tapas muito bom. Tudo que pedimos estava realmente uma delícia! Fica na Paseo de las Delicias uma rua com muitos outros restaurantes, alguns lotados, outros vazios, o nosso estava quase cheio. Ótimo atendimento. Não tem carta de vinhos, a gente escolhe a garrafa nas prateleiras e se tiver dúvida pode provar antes, achei bem legal. O primeiro que tinha escolhido provei e não gostei, no segundo já acertei. Assim fica bem mais fácil. A disposição e paciência no atendimento para me ajudar a escolher o vinho também favoreceu.
Pedimos tapas com batatas, com sardinhas, um queijo derretido que era uma coisa de tão bom, Jamon (tem que ter) e o marido no final ainda pediu uma paella só para ele.
A rua do restaurante tendo ao final a Torre del Oro
No terceiro dia, após um passeio maravilhoso pela Juderia (que indico), um dos lugares mais charmosos de Sevilha, dá para passar um dia inteiro aqui, fomos almoçar na Casa Román, na Plaza Venerables.
O restaurante Casa Román existe desde 1934, uma instituição na cidade. Pedimos uma fritada de frutos do mar que estava ótima e resolvi pedi sobremesa (coisa rara), um flan de laranja muito bom também.
Os espanhóis tem o hábito de comer em pé, encostados no balcão e a praticidade das tapas que não necessitam de talheres para o consumo, ou somente um garfo, ajuda.
À noite fomos assistir um espetáculo de flamenco. Quando fui a Espanha pela primeira vez (há 8 anos) vi em Madrid, mas foi diferente, em um restaurante onde tem menu fixo e o show acontece nos intervalos (tipo isca de turista). Gostei na época, só que queria algo mais. Desta vez escolhi o show da Casa de la Memória que apresenta também o lado cultural da dança, sua história e importância no contexto da sociedade espanhola. Tem um museu anexo e fica na Calle Cuna.
O teatro é bem pequeno, o espetáculo tem duração de 1 hora e só pode fotografar nos últimos cinco minutos quando os dançarinos avisam e fazem uma apresentação para fotos e filmes. O show é maravilhoso. O homem era incrível, sapateava com uma rapidez e agilidade impressionante. A mulher além de dançarina conseguia expressar a dor e o lamento de algumas peças, uma atriz fantástica.
Além de um casal de dançarinos fazem parte do espetáculo um cantor e um violonista. Como é linda a música flamenca, de arrepiar. Eu amei este espetáculo, achei bem autêntico e o indico para quem quer conhecer a dança flamenca verdadeira, feita com alma.
Após o espetáculo fomos no restaurante Baco Cuna 2 que fica ao lado. Reservei antes porque vive lotado, por ser uma excelente opção de jantar pós show.
O Baco Cuna 2 é lindo. Todas as paredes são decoradas com cerâmicas em tons de bronze e cobre com um brilho incrível. As porções são fartas e o próprio garçom indicou pedir uma de cada (entrada e prato principal) para compartilhar. Interessante que isso se repetiu em alguns restaurantes, quando a gente ia pedir uma entrada para cada um avisavam que era muita comida (de fato era). Bem honesto da parte deles.
De entrada camarões no sal e de prato principal um peixe com legumes muito leve e delicioso. Achei a melhor refeição da cidade.
No quarto dia fomos conhecer Córdoba em uma bate e volta que terá um post em breve. Já neste dia o café da manhã do Hotel Alfonso XIII não estava mais sendo servido no salão histórico e sim nos corredores do pátio interno.


Como eu acho esses passeios de bate e volta de um dia inteiro cansativos, resolvi nessa noite jantar no hotel novamente no seu outro restaurante, famoso e badalado na cidade, que se chama ENA.
O restaurante é dividido em três ambientes e possui duas entradas diferentes. Na entrada por dentro do hotel o primeiro ambiente tem poucas mesas, uma sala com decoração mais clean e um balcão. O segundo ambiente é bem intimista, escuro, com lareira e cerâmica nas paredes, adorei, é lindo. Por fim o pátio externo com bar, o local mais animado. Tem uma entrada pelo pátio do hotel, área externa, para não hóspedes. Tomei um aperitivo na área externa e depois jantei na área interna.
A comida era OK, nada demais. Valeu pelo ambiente mesmo e pelo conforto.


No quinto e último dia em Sevilha, andamos muito, de um lado ao outro do Rio Guadalquivir. Primeiro passamos a manhã no bairro Triana, um sábado o que foi ótimo, depois fomos no bairro Santa Cruz para almoçar, o local com mais opções de restaurantes e bar de tapas de Sevilha e o “epicentro” fica no entorno da Calle Mateos Gago. As ruas ficam lotadas.
Difícil escolher quando se tem tantas opções, eu ficava passando na frente dos restaurantes para ver qual gostava mais, ficava em dúvida, ia e voltava, até que decidi entrar no Casa Tomate. A foto abaixo é da fachada da frente. Entrei pela rua de trás.
O restaurante é muito bonito, atendimento simpático e comida deliciosa. Adorei o Casa Tomate!

E o nosso último jantar nessa cidade incrível eu queria que fosse especial e então escolhi o restaurante Abades Triana que tem uma vista linda para a Torre del Oro, já que fica às margens do Rio Guadalquivir.
Do outro lado do rio, ao lado do terraço do Abades Triana. Ao fundo a Torre del Oro.
No início da primavera na Andaluzia já é possível ver a diferença de luminosidade no céu quando se vai jantar.
Por ainda estar frio, à noite o terraço ficou vazio, uma pena, imagina no verão que lindo.


A comida estava excelente, pedi cordeiro e veio com jamon (claro)!
O Abades Triana é considerado um dos melhores restaurantes de Sevilha. O ambiente é moderno, com uma arquitetura arrojada, padrão gourmet de culinária e atendimento.
E para me despedir de Sevilha uma última foto na Ponte de San Telmo, nessa noite fria de início de primavera.
Próxima parada: Granada, aguardem!