Acabei de voltar de uma viagem de 19 dias pela Escandinávia e Rússia e estava ansiosa para contar. Copenhagen foi o primeiro destino e me apaixonei de imediato e já adianto: foi o meu preferido na Escandinávia.
Capital e maior cidade da Dinamarca com 1.200 milhão de habitantes, situa-se nas ilhas de Zelândia e Amager e foi fundada no ano de 1.167. A Dinamarca tem 406 ilhas e Copenhagen tem essa geografia tão peculiar.
Em relação ao clima, agosto é verão, mas pela manhã é frio (16/18 graus) a tarde esquenta um pouco (não passou dos 23 graus) e o céu mudava com a maior rapidez que já vi na vida. Durante o dia fazia sol, chuva, céu claro, céu encoberto, às vezes mudava a cada 5 minutos, no começo irrita, depois a gente acostuma, fazer o que? Tinha que sair com casaco, camiseta, óculos de sol, sombrinha, o Kit completo. Graças a Santa Clara para quem eu sempre rezo pedindo para clarear os meus caminhos a quantidade de chuva foi mínima, ainda bem, porque no verão chove mais. Outro detalhe: previsão do tempo não existe. Errava sempre: dizia que ia chover e nada, dizia que ia fazer sol o dia inteiro e chovia. Muito louco. E isso se repetiu por toda a Escandinávia.
Fiquei 3 dias na cidade e foi pouco. Tem muito o que ver e fazer. Fiquei hospedada no Hotel d’Angleterre na Praça Konges Nytorv, super bem localizado, a poucos passos do Canal Nyhavn o cartão postal da cidade.
O Hotel d’Angleterre é lindo. Possui o restaurante Marchal com estrela Michelin (não fui) e o Balthazar Champagne Bar que eu amei. O quarto base (superior guest room) é bastante espaçoso e confortável. O Staff muito gentil e o café da manhã já incluído na tarifa é excelente, servido no mesmo ambiente do Marchal.
Agora, vamos conhecer essa cidade incrível?
Assim que cheguei, deixei as malas no hotel (de Roma vôo de 2 horas) e fui conhecer o canal Nyhavn e aproveitei que o tempo estava bom, céu claro (algumas nuvens) com sol para fazer um passeio de barco, tour pelos canais.
O Canal Nyhavn é a imagem que temos de Copenhagen, aquelas casinhas coloridas que parecem o brinquedo de bloquinhos de madeira de quando éramos crianças (quem tem mais de 40 anos).
Daqui partem os tours, tem duas empresas, bem simples a compra do tíquete no guichê no início do canal e lá fomos nós. No barco tem audioguide em inglês e espanhol.
Aproveitei o passeio de barco também para ver duas atrações da cidade que não tinha vontade de conferir de perto: o bairro Christiana (comunidade livre e autônoma onde ocorre a venda de drogas, lixo, sujeira e criminalidade) e a estátua da pequena sereia (conto do escritor Hans Christian Andersen, de 1913).


Na primeira noite fomos jantar em um dos restaurantes do canal Nyhavn e aqui acontece uma peculiaridade em decorrência dos cruzeiros. Durante o dia ferve de pessoas, quando chega à noite, os passageiros de cruzeiros vão embora, ficam poucas pessoas na rua e os restaurantes vazios. Dá uma pena porque é um local bonito, tem vários restaurantes bons, e apesar de ser um local turístico tem muito charme.
Comemos no restaurante Heering no número 15, tem ambiente externo e interno, bem em frente ao canal, bonito e comida excelente.
No outro dia acordamos cedo e fomos no Kastellet uma cidadela fortaleza construída em 1662. Na entrada pela Esplanaden tem o Portão do Rei.
Nesta fortaleza que funcionou também como prisão ficou encarcerado Johan Friedrich Struense médico do Rei Christian VII por ser amante da rainha Caroline Matilde.

Os prédios de tijolos vermelhos eram armazéns usados para guardar armas e mantimentos.
Ao lado da entrada da fortaleza, à direita, encontra-se a Igreja Anglicana St. Albans, em frente ao lago.
A igreja ainda estava fechada, não entrei, ao lado se encontra a Gefion Fonte.
O Churchil Park no caminho de ida e volta de Kastellet é lindo demais.
Fomos caminhando pelo parque, fazendo o caminho de volta para o hotel Angleterre e passamos por ruas com galerias de arte e lojas de design incríveis, de surtar, principalmente a Rua Bredgate. Copenhagen tem um comércio maravilhoso, a gente demora muito para chegar no destino porque cada vitrine é uma parada para apreciar a beleza das peças.
E chegamos no Palácio Amalienborg, a residência oficial de inverno da família real. São quatro edifícios idênticos e na praça central a estátua do rei Frederick V.
Como é bom chegar cedo e ter o cenário só para a gente!
É possível visitar dois prédios: o Christian VII, palácio que serve de residência para hóspedes (apenas por tour guiado às quartas feiras – não fui) e o Palácio Christian VIII que funciona como museu dos objetos da realeza.
Em frente ao Palácio Amalienborg vemos a Igreja de Mármore, conhecida por esse nome (Marmorkirken) mas seu nome é Frederikskirke, de 1894 em estilo rococó, templo luterano que levou 150 anos para ser construída.
A Igreja de Mármore possui o maior domo da Escandinávia e foi inspirada na Basílica de São Pedro em Roma. No pórtico está escrito: A Palavra do Senhor Permanece para Sempre.
A poucos passos do palácio e da igreja está o Museu do Design. Foi fundado em 1890 e desde 1926 funciona neste local. O prédio é do ano de 1752 e foi o antigo Hospital Real Frederik V.
Além do acervo permanente estava no momento acontecendo a exposição 100 anos Bauhaus – escola de arte vanguardista na Alemanha, foi uma das maiores e mais importantes expressões do modernismo no design e na arquitetura, sendo a primeira escola de design no mundo.
Depois fomos passear pela Rua Stroget, com 1,1 Km de extensão, para pedestres, possui muitas lojas e restaurantes. A rua começa na Praça Konges Nytorv (para mim que estava no Hotel Angleterre) e termina na Prefeitura (Radhus)
Tem muitas lojas nessa rua, mas a minha preferida foi a incrível ILLUMS BOLIGHUS e tem de tudo: roupas, acessórios, cosméticos, cama, mesa, banho, artigos de decoração, papelaria, iluminação. É como uma loja de departamentos (que eu não gosto) mas aqui é diferente, tem muito charme, a disposição das peças, os próprios artigos a venda, lindos e originais, como só a Escandinávia sabe fazer!
A ILLUMS é a maior loja de design escandinavo do mundo, precisa mais?
Almoçamos no rooftop da loja que tem uma ótima seleção de restaurantes. Escolhemos o Skagen e o fish and chips que eu comi estava maravilhoso.
Continuando pela Rua Stroget, ao longo do seu percurso tem 3 praças: Nytorv (onde tem o prédio do Tribunal de Justiça), Gammeltorv (fonte renascentista) e Amagertorv (ao fundo Palácio Christiansborg).
Caminhamos até o Palácio Christiansborg e fizemos algumas fotos externas, mas deixamos para entrar no dia seguinte, estava um dia de sol tão lindo que preferimos continuar passeando e chegamos na Radhus a Prefeitura de Copenhagen.
A praça da Prefeitura (Radhuspladsen) é muito bonita, bem animada.
Eu não disse que estava um dia lindo de sol? Pois é, observem o céu das duas fotos acima, feitas com no máximo 1 hora de diferença. A Escandinávia é assim, ou pelo menos foi assim para mim, o tempo todo. Abria e fechava o céu com uma rapidez impressionante.
O prédio da Prefeitura foi construído entre 1892 a 1905 e possui o Grande Salão onde são realizados casamentos e festas.
No interior do prédio da prefeitura, logo na entrada à direita, se encontra o Relógio Mundial Astronômico de Jens Olsen, o relógio mecânico mais precioso do mundo, marca as horas e a posição dos planetas, do sol, da lua e das estrelas. Fiquei muito tempo esperando para tentar fazer uma foto só do relógio, mas não consegui, sempre tinham pessoas na frente.
O relógio começou a funcionar em 1955, dez anos após a morte de seu inventor e a sua corda dura uma semana de funcionamento.
Quando saí da Prefeitura o céu já estava assim!
E seguimos para o Parque Tivoli, o segundo parque de diversões mais antigo do mundo (o primeiro também fica na Dinamarca). De 15 de agosto de 1843, tem 86.000 m² e dizem inspirou Walt Disney quando esteve aqui a construir o seu nos Estados Unidos.
Sinceramente, achei uma atração que só faz sentido se você está com crianças, tem uma área verde bem bonita, vários restaurantes, mas o barulho dos brinquedos e a gritaria me deixou atordoada.
A parte do pavilhão chinês é muito interessante.
E como estávamos cansados dessa maratona voltamos para o hotel “pedalando”. Na praça da prefeitura tem vários tuk tuk.
À noite fomos jantar ao lado do Hotel Angleterre, no Fishmarket, restaurante de frutos do mar muito bom, ambiente descontraído e atendimento simpático não preciso nem falar porque é “lei” em Copenhagen, todos são muito educados e a gentileza domina.
No outro dia, acordar cedo (sempre) para conhecer o Palácio Rosenborg, um castelo construído pelo rei Christian IV no século XVII e foi residência real até 1710.
O Palácio Rosenborg é lindo demais! Por fora e por dentro, tem inúmeras salas e quartos com um imenso acervo de objetos de toda a história da família real dinamarquesa, amei! Considero a sua visita imperdível.
E agora vem a parte difícil, que fotos escolher para publicar, porque é tudo tão lindo, todos os ambientes são interessantes.
No primeiro andar tem uma série de retratos, entre eles a rainha Caroline Mathilde de 1767, para quem não conhece história dela é legal assistir o filme “O Amante da Rainha” com Alicia Vikander. Caroline foi mulher do rei Christian VII, que era louco, e amante do médico Struensee. Suas ideias (ou ideais) tiveram uma importância enorme para o desenvolvimento da Dinamarca.
E no subsolo uma exposição das jóias da realeza. E pode fotografar tudo!
Próxima visita: Palácio Christiansborg. Inicialmente construído em 1733, foi destruído e seu prédio atual é de 1907. O palácio nunca serviu de moradia real, mas era usado para festas e recepções de líderes, os eventos reais são realizados aqui. Hoje é a sede do parlamento e o primeiro ministro também mora no local.
O prédio abriga os 3 poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
O Palácio Christianborg é o mais bonito de Copenhagen, com diversos ambientes como: Salões Reais, Biblioteca, Salão Jantar, Hall Grande, Salão do Trono, Capela, Museu do Teatro, Estábulo e a Cozinha Real que não é mais usada, mas ficou equipada como na época do Rei Christian X avô da atual rainha.
A Biblioteca possui duas salas com 10.000 livros
O ambiente mais espetacular é sem dúvida o Grande Hall onde tem uma coleção de tapeçarias lindas demais!
Depois, logo ao lado do palácio, fomos conhecer o Museu Nacional da Dinamarca, com um acervo que conta a história e a cultura dinamarquesa.
Estava acontecendo uma exposição temporária sobre a história de Genghis Khan e o império mongol, fascinante! O museu é muito bom, tem um acervo enorme e é um verdadeiro labirinto, dá para ficar horas lá dentro.
Na saída o dia estava assim! O gostoso do verão é que os dias são bem longos, rendem muito, dá para ficar passeando até às 21h com a luz do sol, eu amo!
E sabem por que eu escolhi esse dia para conhecer os palácios e museus? Porque a previsão era chuva!!! Não deu uma gota!!! Metereologia zero!!!
Saindo sem rumo acabei descobrindo uma rua que fiquei apaixonada, na realidade ela tem dois nomes na sua extensão: como saí da prefeitura ela começou com o nome de Kompagnestraed e depois Laederstraede. Um charme só! Galerias de arte, antiquários, brechós, lojas de roupas, objetos, decoração e muitos restaurantes. Ela tem um piso pedonal que ajuda muito no passeio, passam carros, mas acho que são só autorizados, porque são poucos.
Almoçamos nessa rua no Zirup, ambiente incrível e comida muito boa, recomendo! Imagino que deve ser demais essa rua à noite.
Na Kobmagerdade, uma rua muito boa para passear também, marido ficou louco com uma livraria gigante, deixei ele lá e fui fotografar logo em frente a Rundetarn, torre redonda com 35 metros de altura, de 1637 que faz parte do complexo da Igreja Trinitatis. A torre tem observatório astronômico e planetário. Não tive interesse de subir.

E, por fim, fui no Museu Guiness e achei bem fraco, ele é do tipo interativo, com vários jogos, bom para crianças e adolescentes.
Na última noite, fomos jantar no restaurante The Market que eu amei! Ambiente lindo, lotado, tem dois espaços, o de cozinha asiática e o de cozinha italiana, fui neste último, comi uma massa deliciosa.
Para fechar com chave de ouro, champagne e caviar no Balthazar Bar do Hotel Angleterre.
Copenhagen é uma cidade pequena geograficamente, seu centro é compacto e as atrações não são distantes uma da outra, só que tem muita coisa para ver e fazer, então três dias para mim foi pouco, fiquei com uma tristeza enorme de ir embora, queria ter ficado pelo menos mais dois dias.
É uma delícia passear pelas suas ruas. Tem muitos restaurantes maravilhosos e aqui quero explicar porque não fui nos dois restaurantes mais famosos e no topo da lista dos melhores do mundo: Noma e Geranium. Pesquisei bastante, conversei com amigos que já foram para me decidir. Tudo é uma questão de perfil. Amo a alta gastronomia, conheço alguns restaurantes estrelados pelo mundo, mas o “esquema” desses restaurantes não me agradou. O menu é pré determinado, não dá para escolher o prato, sazonal (o Noma por exemplo no verão é menu vegetariano), uma sequência enorme de pratos bem “autorais” e o jantar dura 4 horas. Sou muito enjoada para comer, tem muita coisa que eu não gosto, quero pagar pelo prato que eu escolho e não que o dá na cabeça do Chef de preparar. Então não fui. Se tivesse a opção de escolha certamente teria ido. Comi super bem em todos os restaurantes que almocei e jantei. E nunca fui do estilo ir só para dizer que estive lá, então não me fez falta!
Quanto a cidade, ahhhhh fiquei apaixonada por Copenhagen.
O Dinamarquês é considerado o povo mais feliz do mundo, felicidade essa que está no extremo grau de confiança que eles tem uns nos outros. A vida é segura, tranquila, estável. As instituições funcionam, o alto nível de educação, a gentileza e o respeito que eles tem a tudo e a todos me fizeram concluir que na Escandinávia o ser humano deu certo. A civilização que nós só conhecemos na teoria lá vivemos na prática. Que sonho um dia poder replicar essa vida aqui.
Que lugar! Os palácios são simplesmente incríveis! Riqueza enorme em detalhes. Você retrata e descreve tão bem, que nos faz viajar juntos.
Já salvei o filme “O Amante da Rainha” pra assistir!
Ah, e eu gostaria muito de estar bebendo uma tacinha de champanhe com caviar. hahaha
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Que legal, vc vai amar o filme, a história é fascinante
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