Até dois anos atrás o continente africano nunca esteve na minha lista de desejos. Então, em março de 2019, conheci o Marrocos e amei. Tenho loucura para conhecer o Egito (estou esperando abrir o novo Museu do Cairo), mas aquela viagem clássica para fazer um safári não me inspirava.
Só que comecei a ver tantas influencers que sigo viajando para lá, fazendo passeios incríveis que me contagiou. Elas influenciam mesmo! Quem sabe um dia eu consigo montar um roteiro para a África do Sul, Tanzânia, Quênia e ver de perto, no seu habitat, os big five.
Por isso resolvi montar um jantar especial para o Dia dos Namorados e sonhar com este roteiro, com o tema: Uma noite na Savana. Para a “chamada” dos convidados virtuais contei com a participação especial da filha mais nova, Peggy que arrasou como Simba, o Rei Leão, mais a trilha sonora do filme de animação.

Quando pensei na montagem da mesa não encontrei nenhum prato do meu “acervo” que servisse para o tema. Em pesquisa na internet vi uns pratos com desenhos de Zebra que amei. Comprei nos sites Mykhome e Letícia Abreu Casa, esta última onde também comprei as taças de vidro de zebra.
São três pratos: raso, sobremesa e fundo da marca Maison Blanche. Cada um tem um desenho diferente. O sousplat ganhei do marido há muito tempo da loja Roka Ideias e Objetos.

Queria um conjunto de talheres com cabo de bambu faz tempo, mas não me agradava do acabamento, até que para esse jantar (que teve 1 mês de planejamento) encontrei no site da Letícia Abreu Casa (com loja física na cidade de Criciúma/SC). Vi um faqueiro com dourado e bambu que achei tão lindo que resolvi comprar, chegou na minha casa em 3 dias. As fotos do site não decepcionaram, ele é ainda mais bonito e perfeito ao vivo.

Para a toalha de mesa comprei o tecido na loja Kotzias do Shopping Beiramar. É um cetim muito leve e com textura e brilho maravilhosos. Quando fui pedir para a minha mãe fazer a bainha ela me disse que depois do jantar queria o tecido para fazer uma roupa! Como era o final da peça comprei os 3 metros e fiquei com pena de cortar, então usei assim até o chão, ficou diferente, nunca tinha usado assim.
Retirei as cadeiras das pontas para visualizar bem a toalha e arrematei com esse bicho da Loja Klim Decorações do Shopping Beiramar, que parece uma mistura de garça com pelicano, peça que possuo há quase 20 anos.

O tecido em estampa de onça era muito escorregadio, daria muito trabalho para a minha mãe fazer a bainha, então desisti e optei por cortar com um estilete. Trabalho da mana Renata que também fez os guardanapos (um pequeno pedaço que cortamos do tecido para fazer apenas dois). Comprei uma renda preta para o acabamento e sinceramente não gostei do efeito, ficou parecendo uma camisola hehehe. Porta guardanapos de zebra da Maison Blanche, no site Mykhome.

A maioria dos objetos que utilizei na mesa foram comprados em viagens. Embora só tenha ido ao Marrocos, possuo peças de muitos países da África, adquiridos principalmente na feira africana do bairro Harlem, em New York, já que o marido e eu gostamos muito de objetos de decoração étnicos.
O macaco sentado em alpaca veio de São Francisco na Califórnia, é uma peça asiática que eu achei que combinava com o tema, mais alguns cachimbos de ópio em madeira espalhados pela mesa.
Os objetos egípcios nas fotos acima e abaixo, acredite se quiser, compramos em Las Vegas, no Cassino Luxor, que tem um pequeno museu egípcio e loja de produtos importados do Egito. Não preciso dizer que foi o cassino que mais amei, mesmo porque quando fui em 1996, os top cassinos de hoje ainda não existiam.

Em alguns jantares gosto de informar algo a mais sobre o local. Pode ser filme, música, livro, tudo o que me inspirou para aquele tema. Um dos objetos que usei na decoração da mesa é uma escultura de uma mulher negra que adquirimos em São Francisco, na Califórnia.

Esta escultura se trata da representação da Vênus Hotentote, uma sul africana que foi para Londres em 1808 para servir como atração de circo, em razão do vasto tamanho de suas ancas (quadril), extremamente exótico na Europa daquela época. A história é verídica e muito triste. Seu nome era Saartjie Baartman, ela pertencia ao povo Khoisan, cuja etnia é conhecida como Hotentote. Para quem se interessa foi feito um filme baseado na sua história chamado Venus Noire.
A peça de alpaca a esquerda da foto da loja Artshop Center (que não existe mais) representando as “mulheres girafas” da tribo Ndebele da África do Sul que usam argolas para esticar o pescoço. Mais dois blackamoor, peças produzidas na Itália, principalmente em Veneza que representam negros/ mouros/muçulmanos.
Para arranjo floral usei somente a orquídea oncidium, que como o nome já diz, suas pétalas imitam as cores da onça. Também é conhecida como orquídea chuva de ouro.

No menu, para a entrada, o marido preparou uma sopa de frutos do mar. A receita é de bouillabassie, um caldo com peixe, marisco, ostra e camarão que no jantar virou “African Fish Soup”. Ficou bem grosso o caldo, quase não aparece e o Chef marido também colocou ovos, ficou um espetáculo!

O Prato Principal pedi no restaurante dos meus queridos amigos Rico e Jó, o Bistrô da Praça, que é a nossa segunda casa, frequentamos há 15 anos. No cardápio se chama Congro à Martinica. Um peixe com molho de manga que vem acompanhado de arroz selvagem e banana. Apesar da Martinica ser uma ilha de possessão francesa no Caribe a maioria da sua população é africana e portanto sua culinária tem forte influência desse continente, assim, achei que o prato combinava com o tema do jantar e estava uma delícia!

E a sobremesa sorvete de maracujá com cocada mole também do Bistro da Praça.

O vinho branco para acompanhar a refeição foi sul africano, claro!

O look que usei no jantar foi um vestido da Mixed, coleção de 2018 (acho), inspirada na África e o colar comprei em Marrakech na Loja 33 Rue Majorelle.

Para arrematar, um café para o marido (eu não bebo) da edição da Nespresso com grãos cultivados na África (Etiópia, Uganda e Zimbabwe), seleção especial Origens.


N decoração da mesa procurei usar todos os objetos que eu tinha que se relacionassem com o tema. Fiquei impressionada como possuo peças sem nunca ter visitado estes países africanos. Esculturas de ébano da feira africana do Harlem NYC, porta jóias de máscara vermelha africana, cabeça de carneiro, porta vela de bode em bronze, cabeça de Órix (antílope) pratada, cachimbo de ébano, pente de madeira africano e objeto de chifres entrelaçados comprado em Paris.
Neste jantar resolvi também decorar a sala de estar. Usei uma manta de leopardo para cobrir um sofá, almofadas com rostos de africanas que estava na casa da minha mãe (o tecido é Donatelli). Cabeça de moura e vaso com arranjos florais da Oficina da Terra Loja, no Beiramar Shopping, com folhas verdes grande e orquídeas cymbidium amarela. Máscaras africanas da feira do Harlem NYC. Manta de zebra em outro sofá, cabeça de boi pintada de branco (arte do marido), mais alguns objetos espalhados pela casa que tinham a ver com o tema: prato com desenho de hipopótamo, fruteira de bananas, bustos de negras em gesso e em papel machê.




Foi um jantar para o Dia dos Namorados bem diferente de tudo que já havia feito. Alguns anos saímos para jantar, outros passamos em casa com o marido cozinhando e eu caprichando na mesa. Mas, desta vez, o planejamento e montagem foram bem pensados e demorados, amei! Esta mesa foi uma das minhas preferidas. Gostei tanto que no outro dia fiquei com pena de desmontar. A toalha, os arranjos e enfeites ficaram mais alguns dias.
E, também pela primeira vez, fizemos uma foto com o timer da câmera do celular, para registrar esta noite que para mim foi muito especial, já que adoro celebrar o Dia dos Namorados! Look do marido bata africana do Harlem, NYC.

Jantar Africano – Dia dos Namorados – Uma Noite na Savana – 12 de junho de 2020